ÁLBUNS CITADOS NO VÍDEO 10:06 - Tropicália ou Panis et Circencis, 1968 (de novo em 17:38). 15:10 - Ronnie Von - Ronnie Von, 1968. 15:24 - Ronnie Von - A misteriosa luta do Reino de Parassempre contra o Império de Nuncamais, 1969. 15:32 - Ronnie Von - Máquina Voadora, 1970. 15:58 - Caetano Veloso - Caetano Veloso, 1968. 16:56 - Rogério Duprat - A Banda Tropicalista do Duprat, 1968. 18:26 - Os Mutantes - Mutantes, 1969. 18:57 - Gal Costa - Gal, 1969. 19:27 - Gilberto Gil - Gilberto Gil (Cérebro Eletrônico), 1969. INDICAÇÕES Biofá - 21:26 - Os Mutantes - Tecnicolor (gravado em 1970, lançado em 2000) Luiz - 22:06 - Rogério Duprat - A Banda Tropicalista do Duprat, 1968.
Quer dizer, digo outra coisa: Viva Tom Zé! Eu nunca entendi muito do Tom Zé, assisti vários documentários durante anos, entrevistas e fui entendendo aos poucos. Em uma entrevista recente ao Dráuzio Varella, ele disse que "Estudando o Samba" é um disco sobre o que não foi feito no samba. Que ele foi ouvindo tudo e foi procurando lacunas. Depois de ouvir isso dele, além de admirá-lo mais, passei a ouvir melhor seus discos, com mais atenção. Mas, claro, gosto é gosto...
Podiam falar sobre Clube da Esquina, um dos melhores albuns da música de todos os tempos e dos mineiros Beto Guedes, Lo Borges, Toninho Horta, etc.
7 лет назад+25
Gosto da Tropicália, sobretudo do material produzido pelo Os Mutantes e por toda a influência gerada na música brasileira. E não tenho dúvidas de que foi um movimento muito importante. Contudo, concordo com o Biofá que é overrated. Acabou que o movimento virou algo mais emblemático do que realmente foi devido ao cenário político brasileiro da época (ditadura se agravando no pós AI-5 etc.). E esse foi mais um grande vídeo! Valeu!
O manifesto da tropicália pra mim é em Misererere Nobis, quando ele cantam: "As espinhas do peixe de volta pro mar", dando na minha opinião a ideia de absorver as coisas boas de outros países (como a guitarra), e devolver que não é tão útil. Abraço!
A tropicália foi a baderna e a poesia brasileira misturada em uma incrível percepção desses artistas maravilhosos que apenas observaram e publicaram em forma de música o perfil do nosso Brasil querido!!
Não conheço muito o movimento. Por causa desse vídeo cheguei aos discos "Loki?" (Arnaldo Baptista), Os Mutantes (1968) e o próprio Tropicália ou Panis et circensis. Gostei bastante do que ouvi e estou surpreendido com algumas músicas (apesar da péssima qualidade das gravações).
Ah, e sobre "A Banda Tropicalista do Duprat", não é completamente instrumental, boa parte das faixas são cantadas, inclusive com várias participações dos Mutantes.
Qual a opinião de vocês sobre Sepultura? Poderiam fazer um vídeo sobre os anos 90: Sepultura, O Rappa, Racionais MCS, Mundo Livre S/A, Chico Science e Nação Zumbi, Raimundos, Marisa Monte, etc.
Muito legal o vídeo. O meu disco preferido da Tropicália é o dos Mutantes, de 1969. Músicas como "2001", "Dom Quixote" e "Dia 36" são incríveis. Grande álbum!
Cara, é o seguinte, eu não entendo nada de música e conheço muito pouco do movimento tropicalista, ma o pouco que eu conheço já é mais do que suficiente pra eu ser perdidamente apaixonado pelo movimento e seus ícones, dentre eles o meu preferido, o meu ídolo, Caetano Veloso. Agora imagine se eu entendesse de música e de Tropicália como vcs dois; bom, aí eu seria além de apaixonado um louco que respiraria Tropicália vinte e quatro horas por dia. Vcs dois são fodas, sou fã da dupla, sou fã do canal, é nóis.
7 лет назад+6
Bom como o Luiz também tinha uma boa espectativa pra esse vídeo mas não rolou, vocês citaram os artistas que sempre foram as maiores referência pra Tropicália, mas teve várias bandas mesmo que pequenas que lançaram material nessa época que nem foram citadas, como Ave Sangria, Spectrum, Lobos, Os Brazões e muitas outras. Fica como dica pra algo futuro
Calma, Uma Tarde na Fruteira é um album maravilhoso mesmo, mas não faz parte do moviemnto tropicalista nao kkkk foi lançado em 2007. PS: Não consigo mais ouvir o Tarde na Fruteira,me lembra muito de uma ex...
O álbum tropicalista de Gil citado no vídeo pra mim é um baita disco, talvez um dos melhores da carreira dele, Wilson das Neves na batera e Lanny na guitarra.
Tenho todos os discos citados no vídeo! He,he! A Tropicália foi um movimento artístico que nada mais era do que uma retomada do movimento modernista de 1922.Tudo que era absorvido que vinha do estrangeiro,se tornava abrasileirado.Eles misturavam Oswald e Mário de Andrade,MPB,The Beatles,a Era do Rádio,obras de Hélio Oiticica,Psicodelismo e muito mais.Viva a Bossa,viva a palhoça,aquele abraço e eu vou,por que não?
O Biofá faz análises com a cabeça moderna. É preciso entender o contexto da época pra perceber o quanto as coisas que hj parecem triviais, eram ultrajantes na época.
Todo mundo pedindo Clube da Esquina aqui. Quando fizerem o vídeo do Clube da Esquina vão querer Manguebeat, quando falar de Manguebeat vão querer Raul Seixas. Hoje é dia de Tropicalia turma, outro dia será outra coisa.
Uma das idéias da Tropicália era questionar o "bom gosto" da MPB, nascido com a bossa nova. Daí a inclusão da inenarrável "Coração Materno" no disco-manifesto. Além disso, houve a incorporação do iê-iê-iê (o rock ingênuo da época), a valorização de Roberto Carlos, além do resgate do romantismo exacerbado do repertório de Dalva de Oliveira, Irmãs Batista (via Bethânia). Havia também o questionamento político, explícito na apresentação de "É Proibido Proibir", Era preciso sacudir a juventude "revolucionária" da época que, no Brasil ainda se movia sob as ordens da URSS.
Se voce olhar do ponto de vista cultural a tropicália realmente marcante, mas envolvia varios recortes de varios segmentos da arte com elementos da pop art....poesia, arte visual e a música era mais um elemento dentre tantos outros que compunham o "movimento". Se voce olhar do ponto de vista meramente musical........prestem atenção no disco de 1972 clube da esquina...este disco sim trouxe elementos inovadores para a musica brasileira veiculada até aquele momento......ouçam a parte instrumental......não há nada mais psicodélico na nossa musica como o q está presente neste disco.......elementos do jazz, progressivo misturado com o congado de minas. Ouvir o disco o clube da esquina com a atenção voltada pra parte musical realmente é de encher o coração....aliás o milton nascimento é citado por peter gabriel, miles davis, jim capaldi, integrantes do earth wind and fire como um artista q influenciou os sues trabalhos......enfim......muita coisa que é atribuída à tropicália do ponto de vista musical foi realmente realizado pelo clube da esquina......não entendo como este disco pode ser tão underrated...enfim....abraços manos
Tecnicolor foi um dos melhores discos lançados na época, se tivesse sido lançado em 1970, ano que foi gravado, teria alçado a banda no cenário mundial e provavelmente mudado a história dos Mutantes...
Grande Albert Pavão!!! Além de ser um dos pioneiros do rock por aqui.. escreveu um livro bem bacana retratando esse período. "Do Blues à Jovem Guarda". Recomendo.
Ronnie Von foi uma figura de transição na música brasileira. "Ronnie Von" de 1969 tem uma música de afastamento do pop e entrando em uma música psicodélica calcado em raízes brasileiras. Com certeza vale um lugar no panteão musical brasileiro. Gosto muito também de Caetano do Veloso no seu disco de estreia, "Alegria, Alegria", tornou-se uma das músicas mais identificáveis da Tropicália, misturando referências à cultura pop e comentando questões sociais com uma melodia agridoce. A estreia do Gilberto Gil também em 1968 é uma das obras mais influenciadas pelo movimento rock da Tropicalia (algo percebido principalmente pela guitarra em Procissão). As faixas tem um ritmo e fundo musical em típicas sonoridades baianas. Enfim, falar de certos álbuns é chover no molhado...Mutantes é uma banda que se fosse de fora do Brasil e tivesse mantido uma carreira constante não seria grande, seria GIGANTE e seu nome figuraria ao lado de outros tantos nomes de peso. Gal junto da Rita Lee acho que são as duas mulheres mais proeminentes do movimento e por aí vai. Bom, gosto desses discos que mencionei e alguns outros, mas não de tudo do movimento, claro. Sobre algo overrated, pra não deixar passar, Biofá está com a camisa de algo que pra mim nada consegue ser mais rs.
Vídeo curtinho mas bem legal, não acho a tropicalia superestimada, movimento importantíssimo e que sou fã e tem o valor merecido, a baianada é foda. Porém já vi uma entrevista em que Caetano diz q a bossa nova é mais foda q a tropicalia, não sei se era só pra promover o single de Abraçaço hehe. Gal x Bethânia pra ontem.
Esse disco é simplesmente sensacional. É difícil dizer qual a melhor das canções. A música tema de abertura da novela Velho Chico é Tropicalia regravada por Caetano Veloso especialmente pra novela.
Gosto muito da Tropicália, não acho overrated. Mas realmente prefiro Clube da Esquina. Mas não posso corroborar a diminuição da importância do movimento para a música e a cultura brasileira.
O coração não tem ranking Susan Sontag certa vez escreveu que, se tivesse de escolher entre Dostoiévski e The Doors, certamente escolheria Dostoiévski, mas, pergunta irônica ainda no mesmo texto: - Por que é que eu tenho de escolher? É numa posição semelhante à da ensaísta norte-americana que me coloco hoje. Venho falar de música, música popular brasileira. Não pretendo escrever um grande tratado; deixo, pois, o samba, o frevo, o reisado e o maracatu de lado. Deixo a música caipira e o congado. Pulo a Bossa Nova, momento em que, segundo Tom Zé, o Brasil deixou de ser a fazenda que exportava comida para a metrópole para exportar a mais nobre produção humana, a arte - mesmo no rock dos Doors, de quem Sontag era fã, a bateria é, em diversos momentos, bossanovística. Chegamos então ao final dos anos sessenta e início dos setenta. Efervescência cultural. Jovem Guarda, marchas contra a guitarra elétrica. No mundo, explodem Beatles, Stones, Dylan. E aqui duas das coisas mais importantes da música acontecem em menos de cinco anos: o Tropicalismo e a música mineira de Milton Nascimento e do Clube da Esquina. A meu ver, o que difere os dois movimentos é a tônica que se dá ora ao sentimento, ora ao pensamento. No tropicalismo, pesa mais o cérebro; no clube, o coração. O tropicalismo é fruto de um conceito estético articulado principalmente por Caetano Veloso. Poderíamos até chamá-lo de arte conceitual, uma vez que o conceito vem antes. Caetano, antena tão poderosa quanto Chico Science décadas depois, estava ligado em tudo o que acontecia no Brasil e no mundo. Assim, feito Sontag, perguntou: - Por que é que eu tenho que escolher entre o violão e a guitarra? Bora misturar tudo isso aí. Havia um conceito de Brasil, um conceito de música, um conceito estético, por trás do tropicalismo, que ao mesmo tempo embasava e dava rumos. O Brasil não é outra coisa senão um liquidificador e dá-lhe Oswald de Andrade, Carmem Miranda, os poetas concretos, Teatro Oficina, Bossa Nova, Roberto Carlos. Mas, como uma andorinha só não faz verão, eram precisos parceiros criativos. Chamemos então Gilberto Gil - o irmão, Tom Zé, o sertanejo-maluco-de-vanguarda, o rock do bom dOs Mutantes e uma pitada orquestral com os maestros Rogério Duprat e Júlio Medaglia. Não era algo totalmente novo, os modernistas de 22 já haviam apontado o caminho, mas era jovem. O resultado todos conhecemos. E os epígonos também, quer coisa mais erótica que a guitarra de Pepeu? Em Minas não houve plano. A Terra reuniu a todos, a voz de Milton clama do fundo da Terra desde há cinco mil anos, antecede seu nascimento em milênios. Caso Deus cantasse, teria a voz de Bituca. E, se a tônica no tropicalismo era o cérebro, em Minas era o coração. Não havia um conceito prévio. Lô vai comprar leite pra mãe e encontra um moço negro tocando violão sozinho nas escadas. Tem dez anos, esquece o leite e fica ali perdido ouvindo o Bituca improvisar. Lô vai brincar na rua e encontra o Beto Guedes recém-chegado de Montes Claros sobre uma patinete maravilhosa. Tempos depois, os dois descobrem os Beatles. Enquanto isso, Milton ganha um festival depois de encontrar os letristas Fernando Brant - autor de Travessia - Márcio Borges, pouco depois Ronaldo Bastos. Invadiram o Rio. Os músicos cariocas se embasbacaram. As harmonias não eram lineares, subiam e desciam, como as montanhas de Minas, jogavam a alma do ouvinte pra cima e pra baixo. E vem Toninho Horta com uma pitada de jazz, vem Wagner Tiso - maestro, vem Novelli, vem Naná com suas panelas, Nivaldo Ornelas, Solange Borges com seu jeitinho de menina marruda querendo brincar no quarto dos homens, ALAÍDE COSTA. Milton, o coração do grupo, teve uma ideia: é só reunir todo mundo. Não havia plano, quem acordava mais cedo escolhia o instrumento, os retardatários ficavam com o instrumento que sobrava. Há uma ordem no caos, nós é que não a entendemos. O Clube da Esquina é um movimento fenomenológico. E saiu o primeiro Clube, um dos discos que moldou minha vida e que contém canções como Cravo e Canela, Clube da Esquina, Nuvem Cigana, Cais, Um Girassol da Cor do Seu Cabelo, TREM DE DOIDO. É um disco completo. E tem uma qualidade incrível: não enjoa, o que é raro em música. Sei que vou ouvir estas canções a vida toda. Talvez não como se fosse a primeira vez, mas pelo menos a segunda. Se tivesse de escolher? Escolheria os dois. O coração não tem ranking. pianistaboxeador21.blogspot.com.br/search?q=o+cora%C3%A7%C3%A3o+n%C3%A3o+tem
O Ivan Lins disse que nos anos 60, estava hospedado em um quarto ao lado do quarto do Gil e Caetano em um hotel e que os dois escutavam o Sgt Peppers dos Beatles dia e noite, noite e dia por vários dias e quando aconteceu a Tropicália ele entendeu o porque. Acho que isso explica tudo. Adoro Caetano e Gil mas são artistas locais, brasileiros, importantes para nós, não inventaram nada de novo pra música mundial. A Tropicália, como toda MPB, menos o chorinho e o baião, é adaptação da música inglesa e americana (um pouco italiana e francesa também).
Faltou vcs sugerirem o filme "tropicalia", muito bom para quem ainda não conhece e quer entender a importância do movimento! Essencial para a música brasileira " desencaretar "!
Biofá e Louie-Louie, pergunta, vocês são cariocas e muitas das suas referências são sobre o Rio, óbvio vocês cresceram ai, artistas como Fernanda Abreu, a volta da Baby do Brasil, Ivo Meirelles ou até mesmo a Blitz, são fenômenos cariocas que se tornaram nacionais por conta da força da TV e dos grandes meios midiáticos estarem na cidade Maravilhosa? Tenho esse incomodo, no alto dos meus 33 anos, nascido e crescido em Brasília, acho importante citar, não vejo grande mérito artístico ou mesmo qualidade nas composições e julgo o sucesso impulsionado pela força midiática. A dúvida surgiu depois da entrevista do Luis com a Fernanda Abreu e fui ouvir a discografia e achei tudo muito "carioquês" na nada brasileiro cosmopolita que me causasse reconhecimento ou familiaridade. Pode discorrer sobre o tema? Ps.: Viciei no canal e estou vendo todos os videos, adoro o papo de botequim e escuto as sugestões e confesso que foi um alívio achar um "método" para pesquisar a discografia do Prince.
Gente, eu amei o Biofá!!! Depois de ler a autobiografia da Rita Lee, passei a não levar a Tropicália tão a sério - foi uma modinha que ficou na memória por conta da ligação com a ditadura...
A respeito do Tom Zé, acho que ele tá em uma ótima fase (assistam o show no cultura livre recente). A música brasileira realmente deixa a desejar pela qualidade de produção..
A Tropicália redefiniu a cultura musical brasileira, trazendo elementos do rock "estrangeiro" (que eram execrados pela "elite" cultural brasileira, que defenestrava a Jovem Guarda) para se juntar aos então mais genuínos vetores nacionalistas (baião, forró, etc ...), agregando situações da poesia concreta, modernista e antropofágica, tudo isso embalado pelos arranjos geniais de Rogério Duprat e as melodias de Caetano, Gil e outros. Trouxe ainda para o mundo Os Mutantes, que se firmaram como a banda brasileira mais famosa na Europa. Se não fosse a Tropicália o Brasil não teria se conectado ao que se fazia de rock lá fora. É preciso contextualizar tudo. Vamos estudar história. Ninguém é obrigado a gostar de nada. Mas desconhecer a imensa relevância da Tropicália é desconhecer a história da música brasileira.
A quem interessar tenho uma playlist com o melhor da Tropicália e artistas que indiretamente tiveram contribuição neste momento histórico open.spotify.com/user/12182051972/playlist/37ij5KVZ8cZjasiiIUgDlV A Tropicália foi importante enquanto contracultura; ótimos discos, filmes, livros, artes, televisão foram produzidos neste breve e rico e tumultuado período histórico, entretanto o tropicalismo deixa reflexos até hoje. Influenciou Os Novos Baianos, Secos e Molhados, Chico Science, Falcão, Marisa Monte, Otto, Liniker... Destaco o único disco do grupo Os Brazões, Os Brazões, de 1969. E sobre a Pilantrália, um movimento que surgiu paralelamente a Jovem Guarda e a Tropicália, liderado por Wilson Simonal e Carlos Imperial, quando irão falar? Abraço.
Tropicalia vai além dos parâmetros musicais. Traz ideologias, uma nova maneira de pensar, não moldou nada de muito novo musicalmente falando, como um novo estilo de tocar... Mas em questões históricas e sociologicamente falando, merece a devida atenção
A Tropicália é o melhor e, sem dúvidas, o mais revolucionário movimento da música brasileira. Luiz, queria muito que você falasse sobre o Clube da Esquina.
Em termos de Revolução Musical o Clube da Esquina (como movimento durante os anos 70) revolucionou muito mais que a Tropicália. A tropicália trouxe colagens, frenesi, desbunde, uma mistura de samba-canção com rock e pcodelismo, e muita letra de protesto. O Clube, enquanto movimento, trouxe mais criatividade e inovação pois trouxe musicais regionais (folia de reis, congada, barroco etc), além de psicodelismo, tempos musicais que não existiam na musica popular brasileira até aquele momento etc. Eu diria que o psicodelismo da tropicália é superficial (algo que a crítica ouviu na época e soube dizer algo sobre), enquanto o do Clube soa mais como um psicodelismo de profundidade - a crítica ouviu na época e não soube o que falar, pois não existia NADA igual pra ser comparado. Falta o vídeo sobre Clube da Esquina faz tempo!!! Luíz, manda aew pow, imperdoável!
Eu já não acho que o Clube da Esquina revolucionou tanto não, mas o que eles fizeram foi impressionante também, agregando valores culturais importantes para a música brasileira. Também adoro demais o Clube da Esquina. Não vou dizer que o psicodelismo da Tropicália é "superficial" (acho que você não foi feliz no adjetivo"), mas compreendo seus comentários sobre o Clube da Esquina. O intimismo do Clube é fantástico, e revela a maravilhosa música de Milton, Lô Borges, Beto, etc ... Já a indisfarçada extroversão da Tropicália mostra a explosão do talento e estilo de Gil e Caetano. Dois movimentos culturais e musicais extraordinários. Abraços
Eu não fui infeliz no uso do termo "superficial". Superficial coloco aqui como algo relativo à superfície e não no sentido pejorativo da palavra. Superfície (horizontal) em antagonismo a Profundidade (vertical). Psicodelismo de superfície é algo tragável, pois é decifrável e você consegue dizer o que é (a crítica na época soube dizer o que era aquilo). Beatles (que na minha humilde opinião foi a maior revolução musical do séc. XX) faziam psicodelismo de superfície. Clube usa um psicodelismo profundo (com peso na percussão, nos ritmo quebrado, na música regional). Escutando tropicália você sabe que aquilo é um samba psicodélico. Mas quando você escuta Cravo e Canela, por exemplo, o que é aquilo??? A crítica não soube o que falar, pois aquilo é um tipo de samba enrustido em congada mineira em 3/4! Tenho pra mim que a Tropicália é algo que revolucionou demais (principalmente como movimento artístico acima de tudo), porém é algo cujas inovações eram uma "mescla" do que JÁ existia. O Clube não, aquilo é algo TOTALMENTE novo na música popular brasileira até aquele momento; não tinha NADA parecido.
Entendo, e concordo pelo menos quanto aos Beatles (não pela parte da "superficialidade", porque A Daý in the Life e I Am the Walrus podem ser tudo, menos superficiais ...), mas continuo achando que a Tropicália, que inclusive precedeu ao Clube da Esquina, quando era ainda mais difícil descobrir concomitantemente o que acontecia lá fora, foi mais revolucionária, no sentido da inovação mesmo do que acontecia no cenário musical brasileiro. O Clube já chega após o fim dos Beatles, com o forte rock progressivo de então já trazendo elementos que se enxerga no Clube com muito clareza (o que eles mesmos confessam como influência), e num cenário muito mais "evoluído" no Brasil. Quando a Tropicália chega não existia nada nem parecido. O conceito de superficial, que você apregoa, perdoe-me a brincadeira, me parece aí sim superficial. São visões distintas do mundo. A introversão mineira maravilhosa de Milton e Lô Borges deu ensejo ao excelente Clube da Esquina. A sensacional extroversão baiana de Caetano e Gil (com os arranjos loucos de Rogerio Duprat) nos deu a fantástica Tropicália. Os dois movimentos foram excelentes. Abraços
Concordo com o Biofá 100%. Embora goste de muitas músicas do Caetano, e o considere um dos maiores compositores do Brasil, não costumo gostar das opiniões dele. Às vezes ele é meio chato.
Pode parecer absurdo e inusitado mas queria sugerir um conversa de botequim sobre a chamada música "Brega" dos anos 70 e 80.Depois do Livro "Eu não sou cachorro não "muita gente passou a olhar com olhos diferentes pra esses sons.. E vc tem desde opera rock do Odair José a Guitarra Espacial (Bem lembrado pelos Raimundo)em disco do Magal.Como vcs dois são fãs de novelas antigas já podiam pegar a deixa!
O que foi a cortada no vídeo no momento que citaram o Tom Zé... kkkk. Isso é que é não gostar do cara.Tô com o Biofá nessa, não curto tanto o movimento mas respeito pela grande influência no Brasil, inclusive Secos & Molhados, estes sim a melhor coisa surgida no cenário pop-rock brasileiro em todos os tempos!Abraço!
Acho a Tropicália muito superestimada. Seu maior feito foi pôr fim à tensão entre bossa nova e jovem guarda e propor um jeito brasileiro autônomo de produção musical. Gosto demais de Gil, Caetano e Gal, mas seus melhores trabalhos passam longe da Tropicália.
Vc fala que a artistas como elton john e lulu santos continuam fazendo bons álbuns mas ninguém escuta eu acho que a culpa não é o interesse do público e sim das rádios eu lembro que antigamente quando um artista lançava um álbum imediatamente ele começava tocar em radio, hoje isso raramente acontece, cade que alguma radio tocou o black starr por exemplo ? eles só querem saber de tocar esse pop forjado por empresários pra ganhar dinheiro
Fala sobre a música nordestina dos anos 70! Fagner, Belchior, Alceu e CIA!
up
Isso é de verdade
ÁLBUNS CITADOS NO VÍDEO
10:06 - Tropicália ou Panis et Circencis, 1968 (de novo em 17:38).
15:10 - Ronnie Von - Ronnie Von, 1968.
15:24 - Ronnie Von - A misteriosa luta do Reino de Parassempre contra o Império de Nuncamais, 1969.
15:32 - Ronnie Von - Máquina Voadora, 1970.
15:58 - Caetano Veloso - Caetano Veloso, 1968.
16:56 - Rogério Duprat - A Banda Tropicalista do Duprat, 1968.
18:26 - Os Mutantes - Mutantes, 1969.
18:57 - Gal Costa - Gal, 1969.
19:27 - Gilberto Gil - Gilberto Gil (Cérebro Eletrônico), 1969.
INDICAÇÕES
Biofá - 21:26 - Os Mutantes - Tecnicolor (gravado em 1970, lançado em 2000)
Luiz - 22:06 - Rogério Duprat - A Banda Tropicalista do Duprat, 1968.
Muito bom, obrigado!!!
João Paulo Scoralick perfeito adorei obrigado
Trabalho de responsa hein brother? Obrigado.
Valeu demais
Quer dizer, digo outra coisa: Viva Tom Zé! Eu nunca entendi muito do Tom Zé, assisti vários documentários durante anos, entrevistas e fui entendendo aos poucos. Em uma entrevista recente ao Dráuzio Varella, ele disse que "Estudando o Samba" é um disco sobre o que não foi feito no samba. Que ele foi ouvindo tudo e foi procurando lacunas. Depois de ouvir isso dele, além de admirá-lo mais, passei a ouvir melhor seus discos, com mais atenção. Mas, claro, gosto é gosto...
Podiam falar sobre Clube da Esquina, um dos melhores albuns da música de todos os tempos e dos mineiros Beto Guedes, Lo Borges, Toninho Horta, etc.
Gosto da Tropicália, sobretudo do material produzido pelo Os Mutantes e por toda a influência gerada na música brasileira. E não tenho dúvidas de que foi um movimento muito importante. Contudo, concordo com o Biofá que é overrated. Acabou que o movimento virou algo mais emblemático do que realmente foi devido ao cenário político brasileiro da época (ditadura se agravando no pós AI-5 etc.). E esse foi mais um grande vídeo! Valeu!
Concordo
Curti muito a honestidade do biofa!
Embora eu ache a Tropicália interessante, o Manguebeat e o Clube da Esquina me atraem muito mais.
Bossa e samba
Vocês precisam escutar ''Uma Tarde na Fruteira'' do Júpiter Maçã!
O manifesto da tropicália pra mim é em Misererere Nobis, quando ele cantam: "As espinhas do peixe de volta pro mar", dando na minha opinião a ideia de absorver as coisas boas de outros países (como a guitarra), e devolver que não é tão útil. Abraço!
A tropicália foi a baderna e a poesia brasileira misturada em uma incrível percepção desses artistas maravilhosos que apenas observaram e publicaram em forma de música o perfil do nosso Brasil querido!!
Não conheço muito o movimento. Por causa desse vídeo cheguei aos discos "Loki?" (Arnaldo Baptista), Os Mutantes (1968) e o próprio Tropicália ou Panis et circensis.
Gostei bastante do que ouvi e estou surpreendido com algumas músicas (apesar da péssima qualidade das gravações).
Puts. Resumir Tom Zé e sua participação na Tropicália a "chato de galocha" é foda. Por que fizeram isso com meu coração?
Tom Zé merece muito mais respeito! Ele é um verdadeiro gênio, desde o 1 album até os mais atuais dele!
E outra, Tom Zé foi o mais tropicalista em sua obra, mais que os proprios Mutantes!
é só a opinião do cara po kkk amo o tom Zé mas nem todo mundo precisa gostar dele.
Gostei de ver os álbuns, artistas, aparecendo no vídeo, perfeito.
Ah, e sobre "A Banda Tropicalista do Duprat", não é completamente instrumental, boa parte das faixas são cantadas, inclusive com várias participações dos Mutantes.
Qual a opinião de vocês sobre Sepultura? Poderiam fazer um vídeo sobre os anos 90: Sepultura, O Rappa, Racionais MCS, Mundo Livre S/A, Chico Science e Nação Zumbi, Raimundos, Marisa Monte, etc.
Muito legal o vídeo. O meu disco preferido da Tropicália é o dos Mutantes, de 1969. Músicas como "2001", "Dom Quixote" e "Dia 36" são incríveis. Grande álbum!
Cara, é o seguinte, eu não entendo nada de música e conheço muito pouco do movimento tropicalista, ma o pouco que eu conheço já é mais do que suficiente pra eu ser perdidamente apaixonado pelo movimento e seus ícones, dentre eles o meu preferido, o meu ídolo, Caetano Veloso. Agora imagine se eu entendesse de música e de Tropicália como vcs dois; bom, aí eu seria além de apaixonado um louco que respiraria Tropicália vinte e quatro horas por dia. Vcs dois são fodas, sou fã da dupla, sou fã do canal, é nóis.
Bom como o Luiz também tinha uma boa espectativa pra esse vídeo mas não rolou, vocês citaram os artistas que sempre foram as maiores referência pra Tropicália, mas teve várias bandas mesmo que pequenas que lançaram material nessa época que nem foram citadas, como Ave Sangria, Spectrum, Lobos, Os Brazões e muitas outras. Fica como dica pra algo futuro
Luiz, já escutou o álbum Paebiru de Lula cortês e Zé Ramalho?
Júpiter Maçã - " uma tarde na fruteira "... álbum ótimo de tropicália e psicodelismo
Calma, Uma Tarde na Fruteira é um album maravilhoso mesmo, mas não faz parte do moviemnto tropicalista nao kkkk foi lançado em 2007.
PS: Não consigo mais ouvir o Tarde na Fruteira,me lembra muito de uma ex...
faz pouco tempo que comecei assistir o programa.Parabéns.Gostaria de saber se tem algum programa sobre o clube da esquina.
Ainda tenho fé que vocês irão fazer uma discografia do Jorge Ben (1963 - 1979) .
Conversa de Botequim "Rockumentaries"!
Aos 7:10 Biofá diz o que eu sempre achei e não tive coragem de dizer. Mitou!
influência para tropicalia ainda maior que sgt peppers, para mim é o Forever Changes da extremamente underrated Love
O álbum tropicalista de Gil citado no vídeo pra mim é um baita disco, talvez um dos melhores da carreira dele, Wilson das Neves na batera e Lanny na guitarra.
tem um documentário sobre a Tropicalia. se chama Tropicalia. saiu um dvd e a trilha em cd. muito bom
Tenho todos os discos citados no vídeo! He,he! A Tropicália foi um movimento artístico que nada mais era do que uma retomada do movimento modernista de 1922.Tudo que era absorvido que vinha do estrangeiro,se tornava abrasileirado.Eles misturavam Oswald e Mário de Andrade,MPB,The Beatles,a Era do Rádio,obras de Hélio Oiticica,Psicodelismo e muito mais.Viva a Bossa,viva a palhoça,aquele abraço e eu vou,por que não?
Os 3 primeiros do Ronnie Von é bom pra cacete
O Biofá faz análises com a cabeça moderna. É preciso entender o contexto da época pra perceber o quanto as coisas que hj parecem triviais, eram ultrajantes na época.
Concordo, acho que ele incorreu no anacronismo.
se não fosse esse disco,eu nem escutaria música brasileira,ele realmente é muito importante.
Todo mundo pedindo Clube da Esquina aqui. Quando fizerem o vídeo do Clube da Esquina vão querer Manguebeat, quando falar de Manguebeat vão querer Raul Seixas. Hoje é dia de Tropicalia turma, outro dia será outra coisa.
a foto que aparece do gil na suposta passeata contra a guitarra elétrica na verdade é da historica passeata dos 100 mil.. procure saberr!!!!
MUITO BOM.
Discografia dos Mutantes, tenho esperança!
Rogério Duprat é o Frank Zappa do Brasil!!! HAHAHA
ótimo video
boa Tarde.
O penico do Duprat é uma referência ao artista francês Marcel Duchamp!
Uma das idéias da Tropicália era questionar o "bom gosto" da MPB, nascido com a bossa nova. Daí a inclusão da inenarrável "Coração Materno" no disco-manifesto. Além disso, houve a incorporação do iê-iê-iê (o rock ingênuo da época), a valorização de Roberto Carlos, além do resgate do romantismo exacerbado do repertório de Dalva de Oliveira, Irmãs Batista (via Bethânia). Havia também o questionamento político, explícito na apresentação de "É Proibido Proibir", Era preciso sacudir a juventude "revolucionária" da época que, no Brasil ainda se movia sob as ordens da URSS.
Se voce olhar do ponto de vista cultural a tropicália realmente marcante, mas envolvia varios recortes de varios segmentos da arte com elementos da pop art....poesia, arte visual e a música era mais um elemento dentre tantos outros que compunham o "movimento". Se voce olhar do ponto de vista meramente musical........prestem atenção no disco de 1972 clube da esquina...este disco sim trouxe elementos inovadores para a musica brasileira veiculada até aquele momento......ouçam a parte instrumental......não há nada mais psicodélico na nossa musica como o q está presente neste disco.......elementos do jazz, progressivo misturado com o congado de minas. Ouvir o disco o clube da esquina com a atenção voltada pra parte musical realmente é de encher o coração....aliás o milton nascimento é citado por peter gabriel, miles davis, jim capaldi, integrantes do earth wind and fire como um artista q influenciou os sues trabalhos......enfim......muita coisa que é atribuída à tropicália do ponto de vista musical foi realmente realizado pelo clube da esquina......não entendo como este disco pode ser tão underrated...enfim....abraços manos
Tecnicolor foi um dos melhores discos lançados na época, se tivesse sido lançado em 1970, ano que foi gravado, teria alçado a banda no cenário mundial e provavelmente mudado a história dos Mutantes...
Grande Albert Pavão!!! Além de ser um dos pioneiros do rock por aqui.. escreveu um livro bem bacana retratando esse período. "Do Blues à Jovem Guarda". Recomendo.
Ronnie Von foi uma figura de transição na música brasileira. "Ronnie Von" de 1969 tem uma música de afastamento do pop e entrando em uma música psicodélica calcado em raízes brasileiras. Com certeza vale um lugar no panteão musical brasileiro. Gosto muito também de Caetano do Veloso no seu disco de estreia, "Alegria, Alegria", tornou-se uma das músicas mais identificáveis da Tropicália, misturando referências à cultura pop e comentando questões sociais com uma melodia agridoce. A estreia do Gilberto Gil também em 1968 é uma das obras mais influenciadas pelo movimento rock da Tropicalia (algo percebido principalmente pela guitarra em Procissão). As faixas tem um ritmo e fundo musical em típicas sonoridades baianas. Enfim, falar de certos álbuns é chover no molhado...Mutantes é uma banda que se fosse de fora do Brasil e tivesse mantido uma carreira constante não seria grande, seria GIGANTE e seu nome figuraria ao lado de outros tantos nomes de peso. Gal junto da Rita Lee acho que são as duas mulheres mais proeminentes do movimento e por aí vai. Bom, gosto desses discos que mencionei e alguns outros, mas não de tudo do movimento, claro.
Sobre algo overrated, pra não deixar passar, Biofá está com a camisa de algo que pra mim nada consegue ser mais rs.
Adoro a Tropicália mas os verdadeiros transformadores da MPB foram os mineiros.
Vídeo curtinho mas bem legal, não acho a tropicalia superestimada, movimento importantíssimo e que sou fã e tem o valor merecido, a baianada é foda. Porém já vi uma entrevista em que Caetano diz q a bossa nova é mais foda q a tropicalia, não sei se era só pra promover o single de Abraçaço hehe. Gal x Bethânia pra ontem.
Esse disco é simplesmente sensacional. É difícil dizer qual a melhor das canções. A música tema de abertura da novela Velho Chico é Tropicalia regravada por Caetano Veloso especialmente pra novela.
Muito bom Luiz! Gostaria que vocês fizessem um vídeo sobre os West Coast Sound (AOR) americano. Parabéns pelo canal !
Gosto muito da Tropicália, não acho overrated. Mas realmente prefiro Clube da Esquina. Mas não posso corroborar a diminuição da importância do movimento para a música e a cultura brasileira.
Porra!! Até que enfim hahahahaha.
Vocês poderiam fazer um vídeo sobre Elis e Gal nos anos 70, um paralelo entre as duas cantoras nessa fase
Não querendo contrariar mas, Tom Zé é GÊNIO!
Mas entendo, não é pra todo mundo.
O coração não tem ranking
Susan Sontag certa vez escreveu que, se tivesse de escolher entre Dostoiévski e The Doors, certamente escolheria Dostoiévski, mas, pergunta irônica ainda no mesmo texto:
- Por que é que eu tenho de escolher?
É numa posição semelhante à da ensaísta norte-americana que me coloco hoje.
Venho falar de música, música popular brasileira. Não pretendo escrever um grande tratado; deixo, pois, o samba, o frevo, o reisado e o maracatu de lado. Deixo a música caipira e o congado. Pulo a Bossa Nova, momento em que, segundo Tom Zé, o Brasil deixou de ser a fazenda que exportava comida para a metrópole para exportar a mais nobre produção humana, a arte - mesmo no rock dos Doors, de quem Sontag era fã, a bateria é, em diversos momentos, bossanovística.
Chegamos então ao final dos anos sessenta e início dos setenta. Efervescência cultural. Jovem Guarda, marchas contra a guitarra elétrica. No mundo, explodem Beatles, Stones, Dylan. E aqui duas das coisas mais importantes da música acontecem em menos de cinco anos: o Tropicalismo e a música mineira de Milton Nascimento e do Clube da Esquina.
A meu ver, o que difere os dois movimentos é a tônica que se dá ora ao sentimento, ora ao pensamento. No tropicalismo, pesa mais o cérebro; no clube, o coração. O tropicalismo é fruto de um conceito estético articulado principalmente por Caetano Veloso. Poderíamos até chamá-lo de arte conceitual, uma vez que o conceito vem antes. Caetano, antena tão poderosa quanto Chico Science décadas depois, estava ligado em tudo o que acontecia no Brasil e no mundo. Assim, feito Sontag, perguntou: - Por que é que eu tenho que escolher entre o violão e a guitarra? Bora misturar tudo isso aí. Havia um conceito de Brasil, um conceito de música, um conceito estético, por trás do tropicalismo, que ao mesmo tempo embasava e dava rumos. O Brasil não é outra coisa senão um liquidificador e dá-lhe Oswald de Andrade, Carmem Miranda, os poetas concretos, Teatro Oficina, Bossa Nova, Roberto Carlos. Mas, como uma andorinha só não faz verão, eram precisos parceiros criativos. Chamemos então Gilberto Gil - o irmão, Tom Zé, o sertanejo-maluco-de-vanguarda, o rock do bom dOs Mutantes e uma pitada orquestral com os maestros Rogério Duprat e Júlio Medaglia. Não era algo totalmente novo, os modernistas de 22 já haviam apontado o caminho, mas era jovem. O resultado todos conhecemos. E os epígonos também, quer coisa mais erótica que a guitarra de Pepeu?
Em Minas não houve plano. A Terra reuniu a todos, a voz de Milton clama do fundo da Terra desde há cinco mil anos, antecede seu nascimento em milênios. Caso Deus cantasse, teria a voz de Bituca. E, se a tônica no tropicalismo era o cérebro, em Minas era o coração. Não havia um conceito prévio. Lô vai comprar leite pra mãe e encontra um moço negro tocando violão sozinho nas escadas. Tem dez anos, esquece o leite e fica ali perdido ouvindo o Bituca improvisar. Lô vai brincar na rua e encontra o Beto Guedes recém-chegado de Montes Claros sobre uma patinete maravilhosa. Tempos depois, os dois descobrem os Beatles. Enquanto isso, Milton ganha um festival depois de encontrar os letristas Fernando Brant - autor de Travessia - Márcio Borges, pouco depois Ronaldo Bastos. Invadiram o Rio. Os músicos cariocas se embasbacaram. As harmonias não eram lineares, subiam e desciam, como as montanhas de Minas, jogavam a alma do ouvinte pra cima e pra baixo. E vem Toninho Horta com uma pitada de jazz, vem Wagner Tiso - maestro, vem Novelli, vem Naná com suas panelas, Nivaldo Ornelas, Solange Borges com seu jeitinho de menina marruda querendo brincar no quarto dos homens, ALAÍDE COSTA. Milton, o coração do grupo, teve uma ideia: é só reunir todo mundo. Não havia plano, quem acordava mais cedo escolhia o instrumento, os retardatários ficavam com o instrumento que sobrava. Há uma ordem no caos, nós é que não a entendemos. O Clube da Esquina é um movimento fenomenológico. E saiu o primeiro Clube, um dos discos que moldou minha vida e que contém canções como Cravo e Canela, Clube da Esquina, Nuvem Cigana, Cais, Um Girassol da Cor do Seu Cabelo, TREM DE DOIDO. É um disco completo. E tem uma qualidade incrível: não enjoa, o que é raro em música. Sei que vou ouvir estas canções a vida toda. Talvez não como se fosse a primeira vez, mas pelo menos a segunda.
Se tivesse de escolher? Escolheria os dois. O coração não tem ranking.
pianistaboxeador21.blogspot.com.br/search?q=o+cora%C3%A7%C3%A3o+n%C3%A3o+tem
clube da esquina merece um vídeo
O Ivan Lins disse que nos anos 60, estava hospedado em um quarto ao lado do quarto do Gil e Caetano em um hotel e que os dois escutavam o Sgt Peppers dos Beatles dia e noite, noite e dia por vários dias e quando aconteceu a Tropicália ele entendeu o porque. Acho que isso explica tudo. Adoro Caetano e Gil mas são artistas locais, brasileiros, importantes para nós, não inventaram nada de novo pra música mundial. A Tropicália, como toda MPB, menos o chorinho e o baião, é adaptação da música inglesa e americana (um pouco italiana e francesa também).
Ter como influência um Sgt Peppers e soltar um Tropicália é assustador.
Faltou vcs sugerirem o filme "tropicalia", muito bom para quem ainda não conhece e quer entender a importância do movimento! Essencial para a música brasileira " desencaretar "!
Sempre pedi por Clube da Esquina X Tropicália. Como já foi a Tropicália neste vídeo, falta agora o grande Clube da Esquina.
Agora um video sobre Clube da Esquina pfvr
Biofá e Louie-Louie, pergunta, vocês são cariocas e muitas das suas referências são sobre o Rio, óbvio vocês cresceram ai, artistas como Fernanda Abreu, a volta da Baby do Brasil, Ivo Meirelles ou até mesmo a Blitz, são fenômenos cariocas que se tornaram nacionais por conta da força da TV e dos grandes meios midiáticos estarem na cidade Maravilhosa? Tenho esse incomodo, no alto dos meus 33 anos, nascido e crescido em Brasília, acho importante citar, não vejo grande mérito artístico ou mesmo qualidade nas composições e julgo o sucesso impulsionado pela força midiática. A dúvida surgiu depois da entrevista do Luis com a Fernanda Abreu e fui ouvir a discografia e achei tudo muito "carioquês" na nada brasileiro cosmopolita que me causasse reconhecimento ou familiaridade. Pode discorrer sobre o tema?
Ps.: Viciei no canal e estou vendo todos os videos, adoro o papo de botequim e escuto as sugestões e confesso que foi um alívio achar um "método" para pesquisar a discografia do Prince.
ei gatinhow comenta sobre o Coachella desse ano.
Melhor canal cara!❤
Gente, eu amei o Biofá!!! Depois de ler a autobiografia da Rita Lee, passei a não levar a Tropicália tão a sério - foi uma modinha que ficou na memória por conta da ligação com a ditadura...
luis o que vc achou do novo disco do Jamiroquai ???
Luis quando sai o video de Você e o Biofa falam da discografia dos beatles ?
Você percebe quando o assunto não empolga quando nem se preocuparam em abrir uma cerveja. :)
Da pra ver q Tropicália é taaaao legal pela animação deles no video. Nossa Caetano Veloso uhuu q massa em
@@foxymophandlemama6350 bando de músicos chatos mesmo, parece que tem que ser obrigado a gostar senão você nao é brasileiro e nao tem cultura
falem sobre o clube da esquina!
4:32 falou tudo Biofá!
''Caras'', vocês precisam falar sobre Raul Seixas. Analisem a discografia dele. Abraços...
Segundo o Lobão a Tropicália será sempre o nosso Sargent Peppers pós baiano!!!
Será sempre o Sargent Peppers abaianado.
Façam um programa sobre o Clube da Esquina
Vídeo "Pau Mole", um movimento tão massa merece comentários mais contundentes e menos vagos.
Os.: Tom Zé merece mais respeito.
Também achei o video muito fraco. Sério mesmo. Muito abaixo do que voces costumam apresentar.
Muito vídeos do canal são bem superciais.
Conversa de Botequim - Motown!
Façam um sobre stoner rock (Kyuss, Fu Manchu, Monster Magnet, Nebula, Brant Bjork, Queens of Stone Age)
Um video só sobre novos baianos, seria otimo hein.
Graças ao Biofá adicionei a palavra 'discaralhaço' ao meu vocabulário kkk
Bah Biofá disse que não gosta do disco 1969 do Gil, o "Cérebro Eletrônico"? Poh eu acho muito bom!
Tava esperando a opinião do Biofá sobre Tom Zé e o vídeo foi cortado...
A respeito do Tom Zé, acho que ele tá em uma ótima fase (assistam o show no cultura livre recente). A música brasileira realmente deixa a desejar pela qualidade de produção..
Podiam fazer um dos instrumentos mais famosos do Rock!
Discografia do principal artista da contra-cultura nacional: Raul Seixas.Please!
kkk cortaram a parte que o biofá ta falando do tom zé
aixim
A Tropicália redefiniu a cultura musical brasileira, trazendo elementos
do rock "estrangeiro" (que eram execrados pela "elite" cultural
brasileira, que defenestrava a Jovem Guarda) para se juntar aos então mais genuínos vetores nacionalistas (baião, forró, etc ...), agregando situações da poesia concreta,
modernista e antropofágica, tudo isso embalado pelos arranjos geniais de
Rogério Duprat e as melodias de Caetano, Gil e outros. Trouxe ainda
para o mundo Os Mutantes, que se firmaram como a banda brasileira mais
famosa na Europa. Se não fosse a Tropicália o Brasil não teria se
conectado ao que se fazia de rock lá fora. É preciso contextualizar
tudo. Vamos estudar história. Ninguém é obrigado a gostar de nada. Mas
desconhecer a imensa relevância da Tropicália é desconhecer a história
da música brasileira.
Luiz Fernando, você disse tudo!
Faz Discografia do Mutantes por favor \o/
Wanderlea é rock!
A quem interessar tenho uma playlist com o melhor da Tropicália e artistas que indiretamente tiveram contribuição neste momento histórico
open.spotify.com/user/12182051972/playlist/37ij5KVZ8cZjasiiIUgDlV
A Tropicália foi importante enquanto contracultura; ótimos discos, filmes, livros, artes, televisão foram produzidos neste breve e rico e tumultuado período histórico, entretanto o tropicalismo deixa reflexos até hoje. Influenciou Os Novos Baianos, Secos e Molhados, Chico Science, Falcão, Marisa Monte, Otto, Liniker... Destaco o único disco do grupo Os Brazões, Os Brazões, de 1969. E sobre a Pilantrália, um movimento que surgiu paralelamente a Jovem Guarda e a Tropicália, liderado por Wilson Simonal e Carlos Imperial, quando irão falar? Abraço.
Reynaldo Bicudo mando bem demais na Playlist !!
tropicalia é foda
Tropicalia vai além dos parâmetros musicais. Traz ideologias, uma nova maneira de pensar, não moldou nada de muito novo musicalmente falando, como um novo estilo de tocar... Mas em questões históricas e sociologicamente falando, merece a devida atenção
A Tropicália é o melhor e, sem dúvidas, o mais revolucionário movimento da música brasileira. Luiz, queria muito que você falasse sobre o Clube da Esquina.
Um video sobre o Clube da Esquina seria fantástico.
Em termos de Revolução Musical o Clube da Esquina (como movimento durante os anos 70) revolucionou muito mais que a Tropicália. A tropicália trouxe colagens, frenesi, desbunde, uma mistura de samba-canção com rock e pcodelismo, e muita letra de protesto. O Clube, enquanto movimento, trouxe mais criatividade e inovação pois trouxe musicais regionais (folia de reis, congada, barroco etc), além de psicodelismo, tempos musicais que não existiam na musica popular brasileira até aquele momento etc. Eu diria que o psicodelismo da tropicália é superficial (algo que a crítica ouviu na época e soube dizer algo sobre), enquanto o do Clube soa mais como um psicodelismo de profundidade - a crítica ouviu na época e não soube o que falar, pois não existia NADA igual pra ser comparado.
Falta o vídeo sobre Clube da Esquina faz tempo!!! Luíz, manda aew pow, imperdoável!
Eu já não acho que o Clube da Esquina revolucionou tanto não, mas o que eles fizeram foi impressionante também, agregando valores culturais importantes para a música brasileira. Também adoro demais o Clube da Esquina. Não vou dizer que o psicodelismo da Tropicália é "superficial" (acho que você não foi feliz no adjetivo"), mas compreendo seus comentários sobre o Clube da Esquina. O intimismo do Clube é fantástico, e revela a maravilhosa música de Milton, Lô Borges, Beto, etc ... Já a indisfarçada extroversão da Tropicália mostra a explosão do talento e estilo de Gil e Caetano. Dois movimentos culturais e musicais extraordinários. Abraços
Eu não fui infeliz no uso do termo "superficial". Superficial coloco aqui como algo relativo à superfície e não no sentido pejorativo da palavra. Superfície (horizontal) em antagonismo a Profundidade (vertical). Psicodelismo de superfície é algo tragável, pois é decifrável e você consegue dizer o que é (a crítica na época soube dizer o que era aquilo). Beatles (que na minha humilde opinião foi a maior revolução musical do séc. XX) faziam psicodelismo de superfície. Clube usa um psicodelismo profundo (com peso na percussão, nos ritmo quebrado, na música regional). Escutando tropicália você sabe que aquilo é um samba psicodélico. Mas quando você escuta Cravo e Canela, por exemplo, o que é aquilo??? A crítica não soube o que falar, pois aquilo é um tipo de samba enrustido em congada mineira em 3/4! Tenho pra mim que a Tropicália é algo que revolucionou demais (principalmente como movimento artístico acima de tudo), porém é algo cujas inovações eram uma "mescla" do que JÁ existia. O Clube não, aquilo é algo TOTALMENTE novo na música popular brasileira até aquele momento; não tinha NADA parecido.
Entendo, e concordo pelo menos quanto aos Beatles (não pela parte da "superficialidade", porque A Daý in the Life e I Am the Walrus podem ser tudo, menos superficiais ...), mas continuo achando que a Tropicália, que inclusive precedeu ao Clube da Esquina, quando era ainda mais difícil descobrir concomitantemente o que acontecia lá fora, foi mais revolucionária, no sentido da inovação mesmo do que acontecia no cenário musical brasileiro. O Clube já chega após o fim dos Beatles, com o forte rock progressivo de então já trazendo elementos que se enxerga no Clube com muito clareza (o que eles mesmos confessam como influência), e num cenário muito mais "evoluído" no Brasil. Quando a Tropicália chega não existia nada nem parecido. O conceito de superficial, que você apregoa, perdoe-me a brincadeira, me parece aí sim superficial. São visões distintas do mundo. A introversão mineira maravilhosa de Milton e Lô Borges deu ensejo ao excelente Clube da Esquina. A sensacional extroversão baiana de Caetano e Gil (com os arranjos loucos de Rogerio Duprat) nos deu a fantástica Tropicália. Os dois movimentos foram excelentes. Abraços
o corte seco no tom ze pra não tomar hate kkkkkkkkkkk
(Professora Terezinha do Santo Agostinho?)
A própria, cara!
Concordo com o Biofá 100%. Embora goste de muitas músicas do Caetano, e o considere um dos maiores compositores do Brasil, não costumo gostar das opiniões dele. Às vezes ele é meio chato.
Pode parecer absurdo e inusitado mas queria sugerir um conversa de botequim sobre a chamada música "Brega" dos anos 70 e 80.Depois do Livro "Eu não sou cachorro não "muita gente passou a olhar com olhos diferentes pra esses sons..
E vc tem desde opera rock do Odair José a Guitarra Espacial (Bem lembrado pelos Raimundo)em disco do Magal.Como vcs dois são fãs de novelas antigas já podiam pegar a deixa!
Biofá me representa. Acho um movimento muito superestimado.
Também acho uma coisa muito meia boka...De tantos vídeos com assuntos legais, esse foi talvez o menos interessante...
Nossa...mais duas pessoas que ignoraram o Tom Zé....Lamentável!
O que foi a cortada no vídeo no momento que citaram o Tom Zé... kkkk. Isso é que é não gostar do cara.Tô com o Biofá nessa, não curto tanto o movimento mas respeito pela grande influência no Brasil, inclusive Secos & Molhados, estes sim a melhor coisa surgida no cenário pop-rock brasileiro em todos os tempos!Abraço!
virou os olhinhos uiii
Acho a Tropicália muito superestimada. Seu maior feito foi pôr fim à tensão entre bossa nova e jovem guarda e propor um jeito brasileiro autônomo de produção musical. Gosto demais de Gil, Caetano e Gal, mas seus melhores trabalhos passam longe da Tropicália.
Vc fala que a artistas como elton john e lulu santos continuam fazendo bons álbuns mas ninguém escuta eu acho que a culpa não é o interesse do público e sim das rádios eu lembro que antigamente quando um artista lançava um álbum imediatamente ele começava tocar em radio, hoje isso raramente acontece, cade que alguma radio tocou o black starr por exemplo ? eles só querem saber de tocar esse pop forjado por empresários pra ganhar dinheiro