RAMAL DE MORA BY BYKE

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  • Опубликовано: 20 янв 2025
  • De Bike pela antiga linha do Ramal de Mora.
    Iniciamos a pedalada pelas 11:00, hora já pouco recomendável para percorrer os pouco mais de 70 KMS até Évora, onde iremos pernoitar para amanhã fazer o mesmo caminho de regresso.
    Apesar dalgum calor, a pista tem muitas sombras... Felizmente mais do que contava que tivesse, o que permitiu suavizar o esforço.
    Atravessando 3 concelhos, Mora, Arraiolos e Évora, apenas nos dois últimos a Ecopista se pode chamar assim. No concelho de Mora, dizem-nos, o dinheiro para a sua requalificação foi desviado para outros fins.
    Deste modo, o traçado da linha ferroviária, encerrada pela CP em 1990, foi tomado pelos proprietários confinantes que dele se apoderaram, construíram vedações, charruas e grades os retalharam e o tornam imperceptível, escondido por trigais e pastos.
    Também os apeadeiros e estações estão abandonados e vandalizados, em gritante contraste com a maior parte das antigas linhas ferroviárias do norte onde oportunos e frutíferos protocolos entre as autarquias e a CP permitem a sua utilização por associações e outras entidades públicas.
    Assim, dos cerca de 60 KMS de extensão originais, apenas metade são de Ecopista. De Mora até Pavia, a pedalada teve que ser por estrada alcatroada com o óbvio desagrado pois "não é a mesma coisa".
    Logo a seguir a Pavia e após uma longa descida deparamo-nos com o que resta da estação com o nome da povoação, também ela tomada por proprietários que a vedaram com cerca tornando a sua visita impossível.
    Mais à frente, já em Vale de Paio, encontrámos o percurso da antiga linha, toda ela tomada por vegetação e interrompida por várias cercas e portões que fomos abrindo para nos dar passagem.
    Nalgumas, porque não se conseguiam ultrapassar, fomos mesmo obrigados a alguns desvios que nos conduziram a herdades onde gado bovino pastava mansamente e, curiosos, com a nossa presença, nos observavam com surpresa.
    Até Arraiolos foi um abrir e fechar de "portões" sem fim. Recomendo a quem faça que traga um alicate 😁
    No entanto a recompensa foi generosa pelas sombras que, surpreendentemente, a Ecopista proporciona.
    De Mora a Évora a linha apresenta um traçado ascendente, suave é certo, mas sempre a subir... Espero que amanhã, com o movimento de rotação do planeta não seja novamente a subir 😊.
    Não exige grande esforço físico e as paisagens verdes do trigo em crescimento, da lavanda aromatizante e os incríveis e indescritíveis "amarelos" dos malmequeres selvagens tornaram o percurso agradável.
    Pedalar por entre montados de sobreiros, colhendo nos sentidos todos os aromas, sons e sensações de tranquilidade é uma experiência inolvidável.
    No entanto, a ausência de povoações junto à "linha", não permitem paragens de reabastecimento que os ciclistas tanto apreciam.
    Todas as estações e apeadeiros são distantes das povoações que servem. Talvez esta a principal razão para que a procura do caminho de ferro como meio de transporte tenha ditado o seu encerramento. Não há qualquer lugar onde se possa refrescar as gargantas, encher os bidões de água ou, simplesmente descansar, o que fomos fazendo aproveitando as bastas sombras existentes.
    Assim, quem quiser fazer este percurso deve vir devidamente abastecido para não passar sede nem fome.
    Apesar do aparente desconforto que tudo isto possa causar, percorrer estas paisagens de sobreiros imponentes, trigais e pastos com inúmeros animais, é recompensador e gratificante.
    O canto das inúmeras aves, cruzar-nos com perdizes, um ou outro "saca rabos", aves de rapina que pairavam pacientemente em busca duns coelhos que, assustados com a nossa presença, rapidamente se esgueiravam pelos arbustos, tornaram sempre a nossa jornada excitante e nada monótona.
    Algumas charcas de água, repletas de vida com aves aquáticas e um insistente coaxar de anfíbios, completaram os sons daquela orquestra, aparentemente caótica mas afinada.
    Momentos inesquecíveis que, sem dúvida, repetiria.
    Para informação, aqui ficam os apeadeiros e estações do Ramal de Mora:
    Mora
    Cabeção
    Pavia
    Vale de Paio
    Arraiolos
    Graça
    Senhor dos Aflitos
    Louredo
    Leões
    Évora

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