Hepatites B e C podem causar CIRROSE e CÂNCER de FÍGADO!
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- Опубликовано: 19 ноя 2024
- Dr Edson José Boccardo Médico Infectologista Hospital Emílio Ribas
Dr Edson Bor-Seng-Shu Professor livre docente HCFMUSP
Dr Marcelo de Lima Oliveira Doutor pelo departamento neurología HCFMUSP
A história do HIV iniciou-se em 1978 com alguns casos no Haiti e na África. O vírus foi isolado em 1983 por um cientista francês. Porém, o primeiro relato surgiu com um caso de pneumonia diferente, pneumocistose em 1990. Outos casos de doenças atípicas surgiram como sarcoma de Kaposi. Estudando estes casos demonstraram que a imunidade desses pacientes era muito baixa. Percebeu-se que a população com este vírus era predominante entre homossexuais, pessoas que recebiam transfusão de sangue e usuários de drogas. Pessoas com AIDS (doença associada ao HIV) era fatal em praticamente todos os casos, pois as células do corpo para combate à infecção eram todas atingidas deixando o corpo suscetível a infecções raras que eram fatais para os pacientes.
A primeira medição usada para esta doença foi o AZT que até então era usado para tratamento de câncer. Esta droga tentava impedir a entrada do vírus na célula. A partir da década de 90 começaram a surgir outras medicações que atuavam em outros setores do sistema imunológicos como o inibido da protease que não deixava o vírus multiplicar. Essa medição foi um grande passo para evitar a progressão da doença e com ele surgiu o termo coquetel. Em combinação com outras drogas o coquetel inibia de forma mais eficaz a progressão da doença, porém, era necessário tomar ao redor de 20 a 40 comprimidos por dia o que dificultava muito o tratamento. O coquetel freou a morte dos pacientes com AIDS.
O principal mecanismo de transmissão é a relação sexual, ainda transfusão de sangue apesar de mais raros, e compartilhamento de seringas no uso de drogas injetáveis. Importante ressaltar que atualmente a relação heterossexual é a predominante na transmissão do HIV. Infelizmente a maioria da população jovem não utiliza mais o preservativo para ter relações e a incidência não só da AIDS, como sifilis, hepatites, entre outras infeções, aumentou muito.
As novas medicações são muito eficientes e com menos numero de compridos e algumas medicações são injetáveis e podem tomar a medicação uma vez ao mês. A chance de desenvolvimento da doença com essas medicações é muito baixa. O tratamento pós exposição é para pacientes que se descuidaram durante a relação, sem preservativo, com pessoas desconhecidas, etc. Primeiro faz-se o teste rápido em até 72 horas, se for negativo, faz-se a medicação (o coquetel) por 28 dias para impedir a entrada do vírus na célula. Esse tratamento reduz a chance de infecção em mais de 90%. O prep é mais recente, utilizado na pessoa que tem comportamento de risco ou o parceiro: essa pessoa toma medicação para evitar contrair a doença, porém o tratamento é mais longo. Importante ressaltar que esses tratamentos não previnem as outras infecções sexualmente transmissíveis. Alguns pacientes são chamados de “controlador de elite” que é positivo, porém com carga viral baixa ou praticamente zero e não desenvolve a doença. Esses pacientes, que são raros, não necessitam de tratamento. A vacina é muito difícil desenvolver em decorrência das mutações do vírus. Provavelmente as vacinas mRNA vão permitir o desenvolvimento de vacina no futuro. As pesquisas em curso ainda estão na fase de experimentos animais.
O rastreio das infecções sexualmente transmissíveis deve fazer parte do check up inclusive para HIV pelo menos uma vez ao ano. As técnicas de rastreio para HIV estão muito refinadas e são capazes de detectar baixas quantidades de vírus.
As hepatites B e C também são doenças sexualmente transmissíveis. A hepatite B foi primeira hepatite identificada e pode ser transmitida pelas relações sexuais, transfusão e compartilhamento de seringas. Além disso, a hepatite B pode ser transmitida em acidentes com agulhas, uso de alicates, tatuagens, barbeadores, etc.. em 20%, pois o vírus vive muito tempo em superfícies (20% de chance de transmissão). 90% de quem contrai desenvolve anticorpos e eliminam o vírus. Os outros 10 % podem ter cronificação da doença e desenvolver câncer de fígado ou cirrose: as hepatites são as principais causas de cirrose no Brasil. O paciente pode ficar assintomático até 6 meses e o paciente não sabe, podendo transmitir a doença. Após 20 anos pode apresentar alterações hepáticas.
Porém, o tratamento tinha muitos efeitos colaterais. Atualmente as novas medicações tem menos efeitos colaterais com maior poder de cura; um comprimido por dia por 12 semanas com redução significativa da carga viral em 98% dos casos. A hepatite B pode ser previnida com vacina.
O mecanismo de contágio de hepatite C é a mesmo da B. A chance de cronificação dessa doença é de 70% e também pode causar cirrose e câncer de fígado. Essa doença não tem vacina, porém o tratamento eficaz reduz a carga viral em 2 meses.
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