Outra coisa interessante, é que às vezes, o vídeo da SOHO mostra uma 'lufada' de vento solar mais densa do que outras, mas que, nesses casos, a cauda do cometa parece não sentir nenhum efeito e que em outros momentos a cauda é varrida para longe com uma emissão menos energética. Imagino que seja porque estamos imaginando algo bidimensional e que toda emissão de partículares solares estejam no mesmo plano do cometa, coisa que naturalmente não é verdade. Então, se eu estiver correto, as emissões mais intensas que não afetam aparentemente a cauda é porque estão numa região aquém ou além da trajetória do cometa. Será isto?
Não espero que o Dr. João Steiner fique respondendo diretamente a mim, mas claro que não iria reclamar desta alegria, mas seria bom que participassem mais pessoas. Tenho uma pergunta: se os cometas perdem massa após o periélio, então a trajetória em sua órbita, a que vinha sendo descrita antes daquele ponto, já não será mais a mesma? Isto é, mudando a massa e conservando a energia cinética original, ele deveria acelerar além do previsto para um corpo ideal, que não teria perda de massa, e poderia fazer tender a descrição da órbima uma elipse menos excêntrica? Se for verdade, essa modificação de trajetória associada à mudança do foco poderia pôr o cometa em rota de colisão com astros diversos? É assim?
boa pergunta, não sei te responder, mas só um detalhe, a energia cinética, acredito eu, não será preservada por virtude das colisões (mesmo que pequenas) das partículas do vento solar e também da quantidade de movimento da radiação eletromagnética que é incidida, alterando portanto energia cinética original. Mas boa pergunta fiquei curioso também, se souber de uma resposta por favor compartilhe.
João Steiner Então devido a isso é possível determinar o tempo de vida de um cometa? Ou eles podem de alguma maneira se ''reabastecer'' na nuvem de Oort? Aliás quando eles assumem a órbita elíptica eles voltam para lá?
Professor, suas aulas são excelentes. Eu gostaria muito de saber de quais elementos e/ou substâncias químicas se compõe, em geral, a poeira cósmica. Muito obrigado.
É possível que algum cometa seja perturbado pelo gravidade da terra, e assim como ocorreu em Júpiter e na Terra a bilhões de anos atrás (quando possivelmente abasteceu a Terra com água) colida com o planeta e cause algum ''desastre''?
O cometa ISON me surpreendeu por um motivo diferente do do Professor Dr. João Steiner, se eu não estiver enganado. É que intuitivamente o vento solar 'sopraria' radialmente ao Sol, que é mesmo assim segundo as imagens do video. E também intuitivamente eu imaginava que a cauda do cometa se alinharia com a direção do vento solar. Ou seja, sabendo a direção cauda-núcleo, eu saberia por qualquer foto isolada onde estaria o Sol. Mas, pelo que vi, isto não se dá. A cauda vai na direção oposta ao movimento do cometa, como se vê nas imagens e, no periélio, quando o cometa se extingue há uma orientação cauda-núcleo-sol quase imperceptível, mas a parte mais densa continua na direção cauda-núcleo-trajetória. Por que será?
Luiz, primeiramente é importante notar que o cometa está num espaço 3D. O que nós vemos é uma projeção 2D. Outro ponto é que após a passagem de peri-hélio, esperamos que o núcleo saia de forma simétrico com relação ao movimento de entrada. O que vemos não é isso. O gás que vemos vai em trajetória ao longo do que seria a cauda. Daí a conclusão de que o núcleo "sumiu". João
Caro Filipi, O slide mostra uma "concepção artística" do que poderia ser a Nuvem de Oort. O centro é o Sol. Mas se você colocar todo o Sistema Solar, ele também estaria reduzido a um ponto. João
Gostaria de corrigir. A cauda está orientada, no periélio, numa direção totalmente fora da intuição, pois não se alinha com o vento solar e nem com a trajetória.
''Missão Rosetta: asteroides, não cometas, teriam trazido água para a Terra. Contrariando expectativas, a água do cometa 67P, ao redor do qual Rosetta está orbitando, não se parece com a do planeta azul.'' veja.abril.com.br/noticia/ciencia/missao-rosetta-asteroides-nao-cometas-teriam-trazido-agua-para-a-terra/
Dr. João, o sr. é D+.
Gratíssimo!
Assisto aulas do saudoso astrofísico até hoje.
òtimas aulas Prof,João,muito obrigada!
Outra coisa interessante, é que às vezes, o vídeo da SOHO mostra uma 'lufada' de vento solar mais densa do que outras, mas que, nesses casos, a cauda do cometa parece não sentir nenhum efeito e que em outros momentos a cauda é varrida para longe com uma emissão menos energética.
Imagino que seja porque estamos imaginando algo bidimensional e que toda emissão de partículares solares estejam no mesmo plano do cometa, coisa que naturalmente não é verdade.
Então, se eu estiver correto, as emissões mais intensas que não afetam aparentemente a cauda é porque estão numa região aquém ou além da trajetória do cometa.
Será isto?
Sem dúvida, voce matou a charada.
João
Não espero que o Dr. João Steiner fique respondendo diretamente a mim, mas claro que não iria reclamar desta alegria, mas seria bom que participassem mais pessoas.
Tenho uma pergunta: se os cometas perdem massa após o periélio, então a trajetória em sua órbita, a que vinha sendo descrita antes daquele ponto, já não será mais a mesma?
Isto é, mudando a massa e conservando a energia cinética original, ele deveria acelerar além do previsto para um corpo ideal, que não teria perda de massa, e poderia fazer tender a descrição da órbima uma elipse menos excêntrica?
Se for verdade, essa modificação de trajetória associada à mudança do foco poderia pôr o cometa em rota de colisão com astros diversos?
É assim?
boa pergunta, não sei te responder, mas só um detalhe, a energia cinética, acredito eu, não será preservada por virtude das colisões (mesmo que pequenas) das partículas do vento solar e também da quantidade de movimento da radiação eletromagnética que é incidida, alterando portanto energia cinética original. Mas boa pergunta fiquei curioso também, se souber de uma resposta por favor compartilhe.
Imagino também que os cometas periódicos diminuem de massa a cada passagem, por causa da perda de poeira e gás.
Correto; mais um pouco você já pode dar aulas sobre cometas!
João
João Steiner Então devido a isso é possível determinar o tempo de vida de um cometa? Ou eles podem de alguma maneira se ''reabastecer'' na nuvem de Oort? Aliás quando eles assumem a órbita elíptica eles voltam para lá?
parabéns excelente aula conceitual
Professor, suas aulas são excelentes. Eu gostaria muito de saber de quais elementos e/ou substâncias químicas se compõe, em geral, a poeira cósmica. Muito obrigado.
É possível que algum cometa seja perturbado pelo gravidade da terra, e assim como ocorreu em Júpiter e na Terra a bilhões de anos atrás (quando possivelmente abasteceu a Terra com água) colida com o planeta e cause algum ''desastre''?
O cometa ISON me surpreendeu por um motivo diferente do do Professor Dr. João Steiner, se eu não estiver enganado.
É que intuitivamente o vento solar 'sopraria' radialmente ao Sol, que é mesmo assim segundo as imagens do video.
E também intuitivamente eu imaginava que a cauda do cometa se alinharia com a direção do vento solar.
Ou seja, sabendo a direção cauda-núcleo, eu saberia por qualquer foto isolada onde estaria o Sol.
Mas, pelo que vi, isto não se dá. A cauda vai na direção oposta ao movimento do cometa, como se vê nas imagens e, no periélio, quando o cometa se extingue há uma orientação cauda-núcleo-sol quase imperceptível, mas a parte mais densa continua na direção cauda-núcleo-trajetória.
Por que será?
Luiz,
primeiramente é importante notar que o cometa está num espaço 3D. O que nós vemos é uma projeção 2D. Outro ponto é que após a passagem de peri-hélio, esperamos que o núcleo saia de forma simétrico com relação ao movimento de entrada. O que vemos não é isso. O gás que vemos vai em trajetória ao longo do que seria a cauda. Daí a conclusão de que o núcleo "sumiu".
João
Obrigado USP..
aquele ponto amarelo na nuvem de Oort e o sol??
Caro Filipi,
O slide mostra uma "concepção artística" do que poderia ser a Nuvem de Oort. O centro é o Sol. Mas se você colocar todo o Sistema Solar, ele também estaria reduzido a um ponto.
João
Gostaria de corrigir. A cauda está orientada, no periélio, numa direção totalmente fora da intuição, pois não se alinha com o vento solar e nem com a trajetória.
Exatamente porque é um conjunto de gás que não é a cauda. Esse gás apenas acompanha o que seria a trajetória da cauda, mas a sua forma é espúria.
Joao
''Missão Rosetta: asteroides, não cometas, teriam trazido água para a Terra.
Contrariando expectativas, a água do cometa 67P, ao redor do qual Rosetta está orbitando, não se parece com a do planeta azul.'' veja.abril.com.br/noticia/ciencia/missao-rosetta-asteroides-nao-cometas-teriam-trazido-agua-para-a-terra/