Leandro Karnal: "Direitos Humanos é construção social"

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  • Опубликовано: 5 ноя 2024

Комментарии • 54

  • @AlyssonAugusto
    @AlyssonAugusto  5 лет назад +3

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  • @ProfessorDaviBarbosaDelmont
    @ProfessorDaviBarbosaDelmont 2 месяца назад +1

    Sim, os direitos humanos são amplamente reconhecidos como uma construção histórica. Eles emergem de processos históricos, sociais, políticos e culturais que refletem as necessidades, lutas e evoluções de diferentes sociedades ao longo do tempo. Vou citar alguns escritores renomados que discutem essa perspectiva:
    Norberto Bobbio - Em seu livro "A Era dos Direitos", Bobbio argumenta que "os direitos do homem nascem em momentos históricos determinados, ligados a certos tipos de sociedade". Ele sugere que os direitos humanos surgem e se desenvolvem em resposta às transformações históricas e às demandas sociais por justiça e dignidade.
    Michel Foucault - Foucault, em sua obra "Vigiar e Punir", aborda a ideia de que o conceito de direitos humanos é intrinsecamente ligado às estruturas de poder e ao desenvolvimento das sociedades modernas. Para Foucault, os direitos humanos são parte de uma construção histórica que reflete as mudanças nas formas de governança e controle social.
    Lynn Hunt - Em "Inventing Human Rights: A History", Hunt explora como os direitos humanos surgiram como uma resposta às mudanças nas sensibilidades e atitudes sociais, especialmente durante o Iluminismo. Ela afirma que "os direitos humanos não são evidentes por si mesmos; eles tiveram que ser inventados".
    "Os direitos humanos não existiam antes do século XVIII. Eles foram 'inventados' naquele período, como parte de uma nova sensibilidade cultural e política." (Hunt, 2007).
    Samuel Moyn - Em "The Last Utopia: Human Rights in History", Moyn argumenta que a ideia de direitos humanos como um conceito universal é uma construção relativamente recente, emergindo principalmente no período pós-Segunda Guerra Mundial. Ele destaca que "os direitos humanos têm uma história, e essa história revela suas origens contingentes".
    "Os direitos humanos não são uma continuação direta de uma tradição milenar, mas uma resposta histórica específica ao colapso de outras utopias no século XX." (Moyn, 2010).
    Hannah Arendt, em Origens do Totalitarismo, também destaca a historicidade dos direitos humanos, sugerindo que eles emergiram de experiências históricas específicas:
    "A ideia de direitos humanos, baseada na igualdade dos seres humanos, não se originou da ‘natureza’ humana, mas de uma história específica e de uma luta política contínua.” (Arendt, 1951).
    Karl Marx sugere que os direitos humanos refletem as condições materiais e históricas de uma sociedade capitalista. Em seu ensaio Sobre a Questão Judaica, ele argumenta:
    "Os chamados direitos do homem, os direitos do homem enquanto distinto do cidadão, são nada mais do que os direitos do membro da sociedade burguesa, isto é, do homem egoísta, separado do homem e da comunidade." (Marx, 1843).
    John Locke, apesar de ser um defensor dos direitos naturais, reconhece que a concepção de direitos é moldada historicamente:
    "As leis que estabelecem os direitos e deveres entre os homens têm a sua origem em convenções históricas e culturais." (Locke, 1689).
    Jacques Derrida, em Força de Lei: O "Fundamento Místico da Autoridade", examina a relação entre direitos humanos e a construção histórica das leis e normas sociais. Ele sugere que os direitos humanos estão enraizados em práticas jurídicas e sociais que evoluem com o tempo:
    "Os direitos humanos, assim como as leis, estão intrinsecamente ligados às práticas e discursos que os moldam, e são, portanto, históricos por natureza." (Derrida, 1990).
    Giorgio Agamben, em Homo Sacer: O Poder Soberano e a Vida Nua, argumenta que os direitos humanos estão conectados à construção histórica do poder soberano e da biopolítica:
    "Os direitos humanos emergem na modernidade como uma resposta à governamentalidade e ao controle sobre a vida humana, refletindo as mudanças históricas nas formas de soberania." (Agamben, 1995).
    Thomas Hobbes, em Leviatã, embora seja mais conhecido por seu pensamento sobre o contrato social, reconhece que os direitos e deveres dos indivíduos são produtos das convenções históricas e políticas:
    "Os direitos, tal como os entendemos, são construções que surgem a partir do pacto social, moldado pelas circunstâncias históricas." (Hobbes, 1651).
    Charles Taylor, em A Secular Age, explora como as noções de direitos e liberdade, centrais aos direitos humanos, são produtos de um longo processo de secularização e mudança histórica:
    "A ideia moderna de direitos humanos surge como parte de uma transformação histórica nas concepções de pessoa, liberdade e dignidade, que evoluíram ao longo dos séculos." (Taylor, 2007).
    Richard Rorty, em Contingência, Ironia e Solidariedade, argumenta que os direitos humanos são uma construção cultural e contingente, e que sua validade depende de práticas históricas e sociais:
    "Os direitos humanos não são fundamentos metafísicos, mas invenções contingentes de uma cultura específica, desenvolvidas através da história." (Rorty, 1989).
    A 2ª guerra mundial mudou tudo dentro da história.

  • @lawrencelino2816
    @lawrencelino2816 5 лет назад +18

    Pra complementar a fala do Karnal, aqui vai um trecho do Fabio Konder Comparato, no seu "A afirmação histórica dos direitos humanos":
    "Pois bem, a compreensão da dignidade suprema da pessoa humana e de seus direitos, no curso da História, tem sido, em grande parte, o fruto da dor física e do sofrimento moral. A cada grande surto de violência, os homens recuam, horrorizados, à vista da ignomínia que afinal se abre claramente diante de seus olhos; e o remorso pelas torturas pelas mutilações em massa, pelos massacres coletivos e pelas explorações aviltantes faz nascer nas consciências, agora purificadas, a exigência de novas regras de uma existência digna para todos.
    Além dessa chave de compreensão histórica dos direitos humanos, há outro fato que não deixa de chamar a atenção, quando se analisa a sucessão de diferentes etapas de sua afirmação: é o sincronismo entre as grandes declarações de direitos e as grandes descobertas científicas ou tecnológicas.
    (...)
    São os dois grandes fatores da solidariedade humana, um de ordem técnica, transformador dos meios ou instrumentos de convivência, mas indiferente aos fins; o outro de natureza ética, procurando submeter a vida social ao supremo valor da justiça".
    Um aspecto que se mostra relevante nessa visão dos direitos humanos é enxergar que sua existência advém exatamente de certos acontecimentos históricos, o que serve para extrair desses direitos as suas significações, seus sentidos para a humanidade. Assim, consegue-se facilmente captar qual a importância de defendê-los.

  • @israelpanasiukalves7495
    @israelpanasiukalves7495 11 месяцев назад

    Prezado Alysson muito obrigado por compartilhar conosco a questão exposta de forma tão singular que levou a uma resposta do Mestre Karnal nessa amplitude.

  • @wendelfreitastutti9459
    @wendelfreitastutti9459 Год назад

    Allyson Augusto,obrigado por postar.

  • @marcodiogo5670
    @marcodiogo5670 5 месяцев назад

    Concordo com Karnal, se e somente se o futuro da humanidade será essa confusão de relativismo moral, espero passar logo desse mundo, por amor a essa mesma humanidade.❤

  • @julioprava
    @julioprava 5 лет назад +14

    Boa pergunta e boa resposta. Eu particularmente sou materialista como o Harari e o Karnal, acredito que não há verdades morais intrínsecas à natureza. Ao mesmo tempo acredito que podemos construir - matematicamente - valores morais piores e melhores para os indivíduos, e apoio essa construção objetiva de valores (como a ética, direitos humanos e direitos animais). Poderia me dizer se isso é algum tipo de contradição lógica?

    • @AlyssonAugusto
      @AlyssonAugusto  5 лет назад

      Não consigo detectar contradição aí não... O que pode ser um "perigo" a nível da objetividade desses valores construídos (supondo que se defenda alguma "objetividade matemática" para a consecução desses valores) é que talvez seja necessário o reconhecimento de certas qualidades naturais intrínsecas à ontologia dos agentes e pacientes morais para que se possa, aí sim, "matematicamente" calcular o que seria melhor pros indivíduos - até porque não há como ser agradável a animais sem que os mesmos sintam-se agradados, e o agrado é algo patentemente próprio (ainda que talvez não exclusivo) da condição animal, que é uma condição natural. O que quero dizer é que, embora eu não veja contradição no teu raciocínio, é mais seguro reconhecer certas verdades naturais como moralmente relevantes do que simplesmente renegar a hipótese de que, possivelmente, há verdades morais intrínsecas à natureza. De toda forma isso é algo em disputa em metaética, então estamos diante de posições possíveis.

    • @mark_tramal
      @mark_tramal 4 года назад +2

      Deixo a sugestão de leitura sobre o uma proposta de ensino de comportamento ético/moral.
      GOMIDE, Paula Inez Cunha (Org.). Comportamento moral: uma proposta para o desenvolvimento das virtudes. Curitiba: Juruá, 2010

  • @diegoteixeiramarinho
    @diegoteixeiramarinho 6 месяцев назад

    Os Direitos Humanos surgiu num momento histórico do mundo, surgiu para reconstrução e ao longo do tempo a história direciona para efetivação e afirmação que a humanidade precisa de decreto para poder viver, não adianta simplesmente o respeito ao próximo, é preciso uma lei universal para ensinar aos bárbaros que é preciso seguir isso. A humanidade está em evolução, porém parece que gosta de retroagir e Tratado dos Direitos Humanos está ali para dizer que o caminho não é individual e sim uma ação coletiva, em qualquer lugar do mundo.

  • @DricaSeki
    @DricaSeki 7 месяцев назад

    Ahazzou❤

  • @UniversodaPsicologiaTV
    @UniversodaPsicologiaTV 5 лет назад +2

    Ótima pergunta, realmente.
    Obrigado por compartilhar com a gente.

    • @AlyssonAugusto
      @AlyssonAugusto  5 лет назад

      No próximo vídeo ele traz uns insights interessantes também, mas me acusa de platonismo kkk. Vou ter que me defender.

  • @VictorNaine
    @VictorNaine 5 лет назад +3

    Cara, antes de tudo, preciso confessar a minha satisfação em ver Karnal por aqui ao invés de Pondé e Scruton. E a minha preferência nada tem a ver com ideologia ou postura política, mas com o mínimo de cuidado no discernimento entre as categorias do pensamento e uma preocupação com uma argumentação não generalista. Bem, resposta foda (ainda que não definitiva, obviamente) para uma excelente pergunta. Pergunta que, por sinal, deveria ser feita com mais frequência e em diversos níveis/camadas e não apenas na academia. Se não me engano foi Bertrand Russell, na sua História da Filosofia, que diz que Platão é o homem mais influente da história (ou algo assim). Pensando bem, acho difícil discordar disso... e o problema é justamente o que aponta o Karnal e a sua questão. Ou, em outras palavras: como defender direitos universais se não por via platônica ou idealista, se não há universais? Como defender sem remeter à metafísica ou a uma ontologia qualquer, tendo em vista que somos formados em grande parte pelo platonismo? Construir uma ética a partir do materialismo histórico (marxista ou não) não é fácil, muito menos quando parece estar presente um certo grau de positivismo. Quando Karnal brincando dizendo "que morra logo aquele que ainda se preocupa com o orifício alheio" eu também rio e me identifico, mas ele parece dizer que no futuro próximo esses serão passado e que não haverá mais homofóbicos. Em 2019 o catolicismo ainda é uma das religiões mais fortes do mundo; no brasil cresce desenfreadamente o número de evangélicos. Eu estaria mais satisfeito em acreditar nessa história linear (ela me apazigua), mas acredito que essa ideia de progresso bebe no positivismo e no darwinismo social e tem como base algum nível de idealismo para se sustentar como conceito também universal.

    • @AlyssonAugusto
      @AlyssonAugusto  5 лет назад +1

      Pois o desafio da pergunta que eu fiz vai justamente ao encontro da possibilidade da defesa de valores universais, uma vez que, desde sua concepção, os direitos humanos pretendem-se universais, ainda que sejam historicamente consolidados.
      A resposta do Karnal, se interpretei bem, vai de encontro com a noção de que não existem ou não podemos acessar o conhecimento relativo a valores universais, atemporais e a-históricos, mas o debate não se encerra aí, o pessoal da meta-ética sabe disso. Afinal, Karnal parece defender, embora provavelmente sem saber (ele não é da ética), uma posição ou de tipo relativista ou de tipo construtivista. De toda forma, vamos assumir que sua defesa é construtivista, uma corrente metaética segundo a qual a moralidade não existe de modo independente dos nossos desejos, embora seja produto da razão. Kant era construtivista nesse sentido, também, pois mesmo seu imperativo categórico remetia a uma máxima para a ação ancorada não numa lei universal e independente do agente, mas numa lei que o agente pudesse atribuir a si mesmo, antes de tudo, e cuja universalidade era válida apenas na medida de sua própria autonomia. Em outras palavras, a lei moral é construída de acordo com as possibilidades racionais do sujeito, não sendo algo que o sujeito "descobre", "intui" ou "desvela", como se tal lei já estivesse lá, independente de nós, apenas esperando ser reconhecida. E se for isso mesmo que Karnal defende, ele também pode enfrentar problemas, pois posições metaéticas de tipo naturalista ou intuicionista defendem que, sim, há fatos morais objetivos, que podem ou ser identificados na própria natureza (fiz um vídeo intitulado A MORAL É SUBJETIVA?, no qual relato uma pesquisa de antropólogos de Oxford que estudou quase 70 culturas diversas pelo mundo e chegou à conclusão de que existem ao menos 7 noções morais compartilhadas por todos os humanos de todas essas culturas, o que quebra a noção de que a moralidade é um produto meramente histórico), bem como defendem que tais fatos morais podem ser intuídos por qualquer agente humano em qualquer cultura, tais como "matar é em regra errado", "violência gratuita e violência necessária são moralmente distintas" ou ainda "as intenções importam em alguma medida". A questão é que, se existe certa base axiológica que permeia toda a diversidade da realidade humana, provavelmente essa base fundamenta princípios que são historicamente consolidados, embora sejam naturalmente adquiridos ou intuitivamente acessados. De fato eu não poderia ir numa discussão mais longa sobre isso com o Karnal, até porque o Karnal é extremamente pontual e não gostava de ficar socializando com a galera depois da aula, mas se eu tivesse oportunidade, testaria até onde as opiniões dele sobre qualquer assunto que lhe seja apresentado são consistentes, tal como tentei fazer com o Pondé.

  • @Raphaelcarddoso
    @Raphaelcarddoso 5 лет назад +2

    Os direitos humanos, numa perspectiva legal, variaram no decurso da História. Mas a dignidade humana sempre houve. As sociedades ao longo das gerações produziram códigos jurídicos que erigiram direitos que se conectavam com a ideia concebida dessa dignidade humana e sua preservação.
    Eu, particularmente, creio que a partir de concepções, raciocínios e inferências lógicas, podemos chegar aos valores morais objetivos e fundamentais para espécie humana e ainda num contexto de convívio social.
    Esses seriam os direitos naturais que estão umbilicalmente integrados à concepção da dignidade humana, de modo que a violação deles, representa um atentado à esta última.

    • @AlyssonAugusto
      @AlyssonAugusto  5 лет назад +2

      Pois é, esse ponto de vista desenvolvido pelo Karnal mexe justamente com essa concepção atemporal de dignidade da pessoa humana, a qual Karnal rejeita pois não acredita ser concebível algo como um valor atemporal.

    • @lawrencelino2816
      @lawrencelino2816 5 лет назад +2

      É questionável essa visão de que sempre houve dignidade humana. A ideia de que os indivíduos e grupos humanos podem ser colocados dentro de uma categoria geral, englobando todos, é "recente" na história humana. Só no período axial que surge a ideia de igualdade essencial entre todos os homens. Surge com o advento da lei escrita, como regra geral igualmente aplicada a todos, esse olhar de que seres humanos têm direitos a serem respeitados pelo simples fato da humanidade.
      Segundo o antropólogo Claude Lévi-Strauss, nos povos que vivem à margem da "civilização", não existe o conceito de ser humano. Enquanto os integrantes do grupo são chamados de "homens", os de fora são denominados de outra forma, como seres de uma espécie diferente.
      Quem traz isso é Fabio Konder Comparato em seu "A afirmação histórica dos direitos humanos".

    • @ProfessorDaviBarbosaDelmont
      @ProfessorDaviBarbosaDelmont 2 месяца назад

      Em que mundo perfeito você vive para dizer que a dignidade humana sempre existiu? Quando povos eram escravisados. Quando mulheres e crianças eram assassanidas como parte de uma doutrinha religiosa. Ou queimados na fogueira. Civilizações ineiras sofriam genocidios. Etc. Pense sobre dignidade. Nunca foi a mesma coisa. Exemplo, não considerado digno para homem branco ir ao mesmo banheiro do homem negro. Agora ocupa o mesmo lugar na história o homem homossexual. Não era digno para homem que a mulher votasse, ou que ele não tivesse escravos. Ou que a mulher tivesse posses. Enfim, dizer que dignidade humana sempre houve é o cumulo.

  • @leilaangelaalvesfraga9502
    @leilaangelaalvesfraga9502 3 года назад

    A felicidade vem quando favorecer mais gente

  • @mariazago741
    @mariazago741 2 года назад

    Eu gosto da fala dele.

  • @thallyssalgado6091
    @thallyssalgado6091 3 года назад +1

    Qual o livro de Yuval Harari que o questionador usa como argumento?

  • @joaodecarvalho7012
    @joaodecarvalho7012 3 года назад +1

    "Yuval diz que a mente é produto do cérebro. E eu concordo com ele!"

  • @NandPort
    @NandPort 5 лет назад

    Sim, tudo quenonsrr humano produz é cultural e histórico.

    • @AlyssonAugusto
      @AlyssonAugusto  5 лет назад +1

      A discussão polêmica é se direitos são naturais ou construções sociais. Para os jusnaturalistas, não é porque só recentemente fomos adotar amplamente os direitos humanos que eles nunca existiram, e então segundo essa doutrina, na verdade os direitos humanos sempre existiram na medida em que existiram humanos, pois são "direitos naturais" e não "meramente históricos/culturais".

  • @doctorestudoo3792
    @doctorestudoo3792 5 лет назад

    cade o outro vídeo? Você disse que iria postar outro vídeo com resposta dele.

    • @AlyssonAugusto
      @AlyssonAugusto  5 лет назад

      E vou postar. Inscreva-se no canal, aperte o sininho pra receber todas as notificações e aguarde o lançamento do vídeo novo.

  • @doctorestudoo3792
    @doctorestudoo3792 5 лет назад

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    • @AlyssonAugusto
      @AlyssonAugusto  4 года назад

      Que bom que curtiu, Doctor! Te convido a se inscrever no canal pra receber novos vídeos, forte abraço!

  • @joaodecarvalho7012
    @joaodecarvalho7012 5 лет назад +1

    Aquela história de que Harari é um historiador materialista pelo fato de que, para ele, o que provoca os instintos e emoções são “hormônios, enzimas e ações cerebrais”, ficou meio estranha.
    O Karnal afirma que a ideia de criança não existia no passado, assim como o amor às mães. Para isso ele evoca sua autoridade de historiador, mas provavelmente o que os historiadores fizeram foi interpretar textos escritos na época. A diferença entre a vida real e as coisas que eram escritas é muito grande, e eu me pergunto que tipo de evidência encontrada nos textos comprova essas afirmações.
    Entre chimpanzés, pelo menos, os machos são mais tolerantes com as crianças que com os adolescentes.
    Sobre os direitos humanos, eles estão fundamentados em intuições e instintos biológicos, mas existe um problema neles: São estritamente voltados para o indivíduo. Neles não existe nenhum direito da família, clã ou tribo. Assim como o indivíduo, essas organizações sociais têm fundações biológicas, e seus interesses muitas vezes entram em conflito com os interesses dos indivíduos.
    Adotando um olhar histórico, eu diria que pelo menos nos últimos 700 anos da Europa ocidental, o indivíduo se tornou cada vez mais importante, enquanto as organizações sociais se tornaram cada vez mais fracas. No momento atual, esta tendência avança significativamente a cada década, e é neste contexto histórico que Karnal emite suas opiniões e juízos de valor.

    • @AlyssonAugusto
      @AlyssonAugusto  5 лет назад +2

      Pois é, mesmo um idealista poderia facilmente assumir que instintos e emoções são fruto de uma materialidade do próprio organismo, sem no entanto abdicar de seu idealismo.
      E sim, parece que o conceito de "criança" não era comum, é algo mais recente. Antigamente as crianças eram vistas como "homens pequenos" ou "homens em formação". Eu vi isso em algum lugar, Karnal deve saber mais do que eu. A graça de reconhecer isso nem é por ser uma mera curiosidade, mas por ser uma coisa que tinha impactos reais na vida das crianças de antigamente: se você é visto como algo relativamente análogo a homens adultos, você não tem tratamento tão especial ou tão diferenciado. Mudar a visão sobre jovens da nossa própria espécie, deixando de vê-los como "homens pequenos" e os vendo como "crianças", faz com que tratemos esses jovens com um status moral distinto: eles passam a ser reconhecidos como tendo direitos e deveres distintos dos homens adultos. E isso evoca uma mudança civilizacional enorme.
      Quanto à ideia de que "amor às mães" não existia no passado, aí é mais complicado. Se o que ele quer dizer é que "antigamente as pessoas não conheciam o conceito de amor relativo às suas mães", então é um ponto mais pacífico, afinal é bem possível que a ideia de "amor", antigamente, fosse algo mais ao estilo "eros" (amor romântico/sexual), ou "ágape" (amor fraterno, ao conjunto familiar ou aos amigos - ainda que esse conceito grego englobe também alguma noção de amor à própria mãe). Porém, se o que Karnal queria era dizer que "antigamente, seres humanos não sentiam afeto amoroso por suas mães", então muito provavelmente ele tá errado, pois atração afetiva não é construção histórica, é muito mais um produto evolutivo, biológico e, portanto, determinado a-historicamente. Mas acredito que Karnal se referia apenas à primeira asserção (ao menos o princípio de generosidade interpretativa me força a supor isso).
      E sim, os Direitos Humanos focam na individualidade humana, como um núcleo atomizado de um organismo mais amplo. É o que nos permite dizer que Direitos Humanos é, filosófica e historicamente, uma construção de cunho liberal. Entretanto, os DH têm um aspecto coletivo até evidente: todos esses indivíduos são vistos como pertencentes à mesma classe de indivíduos, ou seja à mesma espécie, daí o "humanos" em "direitos humanos". Esse é o delimitador (que não necessariamente precisa ser tomado como especista, mas essa é outra discussão). O erro de assimilação entre os DH e a forma evolutiva como funcionamos é que é simplesmente exigir demais dos seres humanos que se importem e tenham empatia por outro humano sem que esse humano pertença à sua tribo, por ex. Afinal, todos sabemos que se você é um brasileiro, é mais fácil se compadecer com sua própria mãe do que com um indigente que mora em alguma cidade camponesa no continente asiático. De toda forma, parece não haver modelo normativo melhor para adoção de princípios morais em escala global.
      E concordo com teu último parágrafo.

    • @joaodecarvalho7012
      @joaodecarvalho7012 5 лет назад

      @@AlyssonAugusto Eu acho improvável que na antiguidade não houvesse a ideia de criança. Talvez nos últimos tempos essa ideia tenha sido exagerada, e as crianças tenham passado a ser vistas como seres puros e imaculados, mas pensar que uma criança de 6 anos recebia o mesmo tratamento legal ou sexual dado a adultos me parece absurdo. Já ouvi dizer que as crianças participavam de orgias, mas acho improvável que os adultos tivessem atração sexual por elas da mesma forma que tinham por adultos. Em outros animais até onde eu sei isso não ocorre, e em mamíferos, pelo menos, o conceito de filhote parece ser bem desenvolvido. Como eu disse, seria bom olhar quais são as evidências que corroboram esta afirmação. Seja como for, para resolver esta questão, uma investigação de culturas primitivas ou tradicionais que existem até os nossos tempos pode ser mais confiável que uma investigação das civilizações do passado por meio de textos e outras evidências arqueológicas.
      Sim, o indivíduo parece ser um bom referencial para princípios morais em escala global. Mesmo quando separados de suas famílias e grupos, os indivíduos sentem dor e fome, e em geral não querem morrer. Além disso, como já observei, nas culturas modernas os indivíduos se tornam cada vez mais salientes e independentes de seus grupos.

    • @AlyssonAugusto
      @AlyssonAugusto  5 лет назад

      @@joaodecarvalho7012 sobre o tratamento dispensado a crianças antigamente, vale conferir a história contada na série The Alienist, disponível na Netflix.

    • @joaodecarvalho7012
      @joaodecarvalho7012 5 лет назад

      @@AlyssonAugusto Vi essa série. Aquelas são crianças pobres. Se o filme "Sense and Sensibility" for fiel ao romance de Jane Austen, publicado em 1811, ele mostra como era o tratamento dado às crianças das elites. Vale observar que a idade de Margaret Dashwood é 13 anos, e portanto já é quase uma mulher. Os mais novos provavelmente recebiam tratamento ainda mais diferenciado.
      ruclips.net/video/IIGAL77OuM0/видео.html

  • @eliezerpess
    @eliezerpess 2 года назад +1

    "Pare de se preocupar com o orifício alheio". Leandro Karnal 🤣🤣🤣🤣🤣

  • @MCsCreations
    @MCsCreations 5 лет назад +3

    Alysson, me desculpe, mas achei toda essa discussão sem o menor fundamento. E explico: o fato de algo ser "histórico" ( e o que não é?) ou mesmo uma "construção social" (no que se inclui até mesmo a linguagem, filosofia e ciência) não é o problema, nem torna tais coisas menos válidas ou valiosas. O problema está no relativismo apenas.

    • @AlyssonAugusto
      @AlyssonAugusto  5 лет назад +3

      A questão de ser ou não ser histórico, quando a discussão é sobre valores, traz uma discussão mais profunda do que a mera análise simplista do tipo "a declaração dos direitos humanos ocorreu em 1948". Trata-se de uma questão de outro tipo: afinal, existem direitos naturais, e portanto atemporais, independentes de contexto histórico? O Karnal não acredita nessa hipótese, para ele direitos são invenções. Um jusnaturalista estilo John Locke iria frontalmente contra a alegação do Karnal, por exemplo. Não é uma discussão sem fundamento não.

    • @MCsCreations
      @MCsCreations 5 лет назад +1

      @@AlyssonAugusto Hmmm... Colocando assim a coisa muda de figura.
      Nunca me debrucei a respeito de direitos, se algum seria natural ou não. Mas acho que você sabe o que penso sobre liberdades, né?

  • @AdvLuannaTDAH
    @AdvLuannaTDAH 3 года назад

    Muito boa sua pergunta! Esse senhor careca é minha referência do quanto quero estudar. Inicio a pós na PUCRS, mas online, o lado ruim é não poder tirar foto com ele e outros profissionais que admiro muito, como a Dra. Flávia Piovesan.

  • @ProfessorDaviBarbosaDelmont
    @ProfessorDaviBarbosaDelmont 2 месяца назад

    Desculpe Carnal. Mas Marx não reduziu as relações sociais as relações de trabalho. Quem fez isso foi o capital e a classe dominante, da qual você faz parte, ao alienar as pessoas do produto do trabalho. Marx decifrou e organizou o entendimento desse sistema. Erro crasso.

  • @inaciopaiva1536
    @inaciopaiva1536 5 лет назад

    Poderia ter falado a noção que ele defende para o vídeo ficar mais completo.

    • @AlyssonAugusto
      @AlyssonAugusto  5 лет назад

      Como assim a noção que ele defende?

    • @inaciopaiva1536
      @inaciopaiva1536 5 лет назад

      @@AlyssonAugusto Bem no início da sua pergunta vc diz que ele define de uma maneira; acima acho que eu deveria ter escrito 'define' e não 'defende'.

    • @AlyssonAugusto
      @AlyssonAugusto  5 лет назад +2

      @@inaciopaiva1536 bom, a pergunta tá no contexto de uma aula de mais de duas horas. Durante a aula, ele vai mostrando diversas situações históricas e dando a entender que todos os valores humanos são historicamente construídos, o que dá margem pra questionar sobre se os próprios direitos humanos são socialmente construídos, também, e por isso mesmo não são "naturalmente objetivos".

  • @yeezus4480
    @yeezus4480 5 лет назад

    gostei do kkkkkk no final

    • @AlyssonAugusto
      @AlyssonAugusto  5 лет назад

      Karnal sempre consegue quebrar o clima quando vê que tá sendo muito sério, ainda bem. Queria eu ter essa capacidade.

  • @Rafael-wt6yx
    @Rafael-wt6yx 3 года назад

    Chocante ver o Karnal se soltando para falar coisas tão sem base. Estudou muito mal a filosofia para falar tudo isso. Uma pena.

  • @josepedroseverino6937
    @josepedroseverino6937 4 года назад

    Eu chamo isto de dinastimo maldito toda esta falacia..

  • @josepedroseverino6937
    @josepedroseverino6937 4 года назад

    Puts!!! E eu que achava que só as igreja alienava mentes com cinhecimentoa do passado. Triste comedia.