Grávida aos 14 anos, parou de estudar, fez supletivo e passou num concurso federal | Karina Santos

Filha adotiva de uma artesã e de um assistente técnico em telefonia, Karina Santos nasceu em Ceilândia, região administrativa de Brasília, e chegou a interromper os estudos ao engravidar de seu primeiro bebê, quando tinha apenas 14 anos. De origem humilde, ela não alimentava muitos sonhos, porque sempre se achou incapaz de conquistá-los.
Ela trabalhou em shopping, foi operadora de telemarketing e merendeira numa escola. Pedagoga de formação e atualmente professora da Secretaria de Educação do Distrito Federal, minha convidada desta semana foi mãe pela primeira vez ainda na adolescência, trabalhou como motorista de aplicativo para conciliar sua fonte de renda com os estudos e, após os 30 anos e já com dois filhos, foi aprovada no MEC.
O trabalho intenso na cozinha da escola lhe rendia apenas R$ 1.700,00 mensais e foi a busca por uma vida melhor para si e sua família, com estabilidade, que a motivou a estudar para concursos. Nessa época, ela trabalhava o dia todo e fazia a faculdade presencial à noite. Como não havia ônibus até sua casa a partir de um certo horário, ela precisava ir a pé do terminal para casa muito tarde. Karina saía de casa às 5h da manhã e voltava à meia-noite.
Segundo a minha convidada, que foi aluna do Gran, os sacrifícios temporários, como abrir mão da vida social, e o apoio do marido, que cuidava das crianças, foram fundamentais para que ela conseguisse se dedicar aos estudos no tempo de que dispunha. Quando seu pai adoeceu, ela conciliava as idas com ele ao médico e os estudos, levando material para estudar durante as consultas e internações.
Ela nos contou que sonhava com o dia em que contaria sua história aqui no Canal, e esse dia chegou. Hoje, ela afirma que a vida está “mais leve”, que ganhou mais “autoconfiança” e elevou sua autoestima. Vamos conhecer a história da Karina e entender como o emprego público transformou sua vida para melhor?