Que interessante! Tenho 52 anos. E fui diagnosticada como Pessoa com Autismo no início desse ano. Sobre a recusa dos objetos: A única vez que minha mãe me amamentou, foi algumas horas depois do meu nascimento. A segunda vez que me levaram pra mamar, ainda no hospital, eu recusei o seio da minha mãe. Dizem que eu cerrava os lábios e chorava caso forçassem. O curioso é que no peito da minha tia eu mamava naturalmente. Recusava só o da minha mãe. Tiveram que me dar mamadeira. Eu preferia a mamadeira ao peito da minha mãe.
No meu caso mamei na minha mãe e na minha tia. Mas quando foi para fazer o desmame se iniciou toda a seletividade alimentar que durou por alguns anos... Até por volta dos 12 anos. Diziam que no desmame faziam mamadeiras com leites de vários sabores pra ver se aceitava algum. Fui uma criança que viveu abaixo do peso esperado porque a questão alimentar se manteve tanto tempo. E por maior esforço que fosse feito chegava a vomitar os alimentos. Lembro de não sentir fome. E hoje em dia a fome leva um tempo considerável para ser percebida por mim. Costumo me alimentar em horários específicos, bem como fazer as necessidades em horários determinados... Já que não reconheço bem quando a bexiga está cheia, quando preciso ir ao banheiro. O diagnóstico tardio veio, mas já com bastante prejuízo e comprometimento. Apesar disso tenho estratégias para lidar com os percalços (principalmente corporais).
Quando se deixa de fora da explicação os marcadores neuro biológicos isso da margem para aparecer perguntas como a da aluna Larissa faz colocando a teoria do apego como exemplo. O autismo é uma condição do neurodesenvolvimento e é preciso citar isso quando falamos, mesmo que em nome da psicanálise. Deixar claro que o bebê é autista e que por ser autista faz determinados movimentos, escolhas subjetivas. Não tem nada que ver com a mãe. Na verdade, talvez o que mais tenha que ver com a mãe seja a capacidade com que elas vão tendo de contornar, de ofertar para filhos autistas horizontes possíveis de se sustentar na vida.
Renata, obrigada por compartilhar seu saber! Suas aulas são sempre muito esclarecedoras!
Obrigada ❤
Professora maravilhosa, competente, explica tão bem e com tamanha humildade. Obrigada por me ajudar ❤
Bora seguir estudando ❤
Que aula Renata!!! Muito obrigada
Obrigada ❤
Que interessante!
Tenho 52 anos.
E fui diagnosticada como Pessoa com Autismo no início desse ano.
Sobre a recusa dos objetos:
A única vez que minha mãe me amamentou, foi algumas horas depois do meu nascimento.
A segunda vez que me levaram pra mamar, ainda no hospital, eu recusei o seio da minha mãe. Dizem que eu cerrava os lábios e chorava caso forçassem.
O curioso é que no peito da minha tia eu mamava naturalmente.
Recusava só o da minha mãe.
Tiveram que me dar mamadeira.
Eu preferia a mamadeira ao peito da minha mãe.
Incrível seu relato. Obrigada. Posso usar em aula. Muito esclarecedor❤
No meu caso mamei na minha mãe e na minha tia. Mas quando foi para fazer o desmame se iniciou toda a seletividade alimentar que durou por alguns anos... Até por volta dos 12 anos. Diziam que no desmame faziam mamadeiras com leites de vários sabores pra ver se aceitava algum. Fui uma criança que viveu abaixo do peso esperado porque a questão alimentar se manteve tanto tempo. E por maior esforço que fosse feito chegava a vomitar os alimentos. Lembro de não sentir fome. E hoje em dia a fome leva um tempo considerável para ser percebida por mim. Costumo me alimentar em horários específicos, bem como fazer as necessidades em horários determinados... Já que não reconheço bem quando a bexiga está cheia, quando preciso ir ao banheiro. O diagnóstico tardio veio, mas já com bastante prejuízo e comprometimento. Apesar disso tenho estratégias para lidar com os percalços (principalmente corporais).
Que explicação maravilhosa, não entendia este comportamento
A melhor ❤❤
Obrigada ❤❤❤
Amei professora! Gostaria de saber aonde adquiro o inventário de desenvolvimento infantil?
Quando se deixa de fora da explicação os marcadores neuro biológicos isso da margem para aparecer perguntas como a da aluna Larissa faz colocando a teoria do apego como exemplo. O autismo é uma condição do neurodesenvolvimento e é preciso citar isso quando falamos, mesmo que em nome da psicanálise. Deixar claro que o bebê é autista e que por ser autista faz determinados movimentos, escolhas subjetivas. Não tem nada que ver com a mãe. Na verdade, talvez o que mais tenha que ver com a mãe seja a capacidade com que elas vão tendo de contornar, de ofertar para filhos autistas horizontes possíveis de se sustentar na vida.