Muito rico esse vídeo! Principalmente para a gente das danças a dois, danças sociais! As influências do maxixe na dança maxixe até a dança samba de gafieira de hoje é maravilhosa! Ainda mais visualizando as influências do tango dança no samba dança, tango brasileiro hehe seria muuuito maravilhoso um vídeo falando sobre o Zouk Brasileiro, como esse ritmo caribenho veio parar no Brasil atual! Beijos adoro os videos
Obrigado por seu comentário, Ricardo! Você já conhece nosso índice geral, com centenas de vídeos gratuitos sobre música? Visite www.ecai.com.br e clique em INDICE. Abraço!
Muitas informações importantes em um só vídeo. Adorei! Interessante também como a identidade musical brasileira ta cheia desses "codinomes". É essencial essas informações históricas
Chamar algo ou alguém de "maxixe", no final do século 19, era uma gíria pra dizer que era baixo, selvagem, comum, sem refinamento. Então, quando o maxixe surge citado em 1880 num jornal carioca era nesse tom de desprezo. Rui Barbosa chamou o maxixe de "a mais rebarbativa das danças". Já se sabe que o maxixe existia por volta de 1865 e era dançado nos cabarés da Cidade Nova e da Lapa. Maxixe era uma FORMA LASCIVA DE DANÇAR qualquer ritmo europeu de BPM rápido. Depois, é que veio o gênero musical maxixe que bebeu muito da fonte do Choro (principalmente nas baixarias feitas pelas bandas militares) da polka europeia, da habanera cubana e do lundu brasileiro. O samba de gafieira moderno herdou muitos passos coreográficos do maxixe. Como a habanera cubana fez muito sucesso no mundo no final dos anos 1840 e o tango-milonga argentino tem uma batida muito rápida e sincopada, não foi difícil os compositores camuflarem o maxixe chamando-o de "tango brasileiro". O maxixe era uma FE-BRE no Rio de Janeiro, principalmente no carnaval que tinha batalha de música dentro do Clube dos Democráticos e no Clube dos Fenianos. O Clube dos Democráticos aindaexiste aqui na Rua Riachuelo (anitiga Rua Mata-Cavalos), no Bairro de Fátima, aqui perto da Glória, onde moro. Basicamente, o maxixe era composto em compasso binário 2/4 e tinhas melodias de caráter folclórico, bem repetitivas. A forma geralmente era ternária ou rondó (novamente, uma herança europeia). As tonalidades eram maiores na grande maioria, as letras, obviamente, eram sacanas, de duplo sentido. O andamento é sempre rápido, uma herança da polka europeia, mas o "balanço" fica a cargo do lundu. As bandas militares eram as que mais executavam o maxixe e, como eu disse, quando o maxixe "engessou" como estilo musical, são as tubas e os trombones que vão fazer as baixarias dos violões dos chorões e isso fica como uma marca distintiva do maxixe, porque as melodias passam a ser executadas pelas tubas e pelos trobones na maior parte das músicas. Diferentemente do samba moderno, as síncopes melódicas e de baixaria do maxixe raramente ultrapassam os compassos. Existem documentários importantes sobre o maxixe: Maxixe, a dança excomungada (1980) e o episódio "Maxixe" do programa "As muitas histórias da música popular brasileira (1974). Tem o livro "Maxixe, a dança excomungada" do Jota Efegê. No dicionário de música brasileira do Mário de Andrade, há uma entrada para "maxixe" bem interessante. Também tem trabalhos acadêmicos sobre o maxixe, mas o mais importante, a meu ver, é o "As três fases do maxixe música", de 2019. E tem um disco gravado pelos Irmãos Duprat nos anos 1970 chamado "Maxixe" lançado pela Gravadora Copacabana com 12 maxixes gravados, muitos com arranjos originais do século 19. Altamiro Carrilho, o flautista e compositor, tem vários discos nos quais gravou maxixes autorais muito bons. Uma curiosidade: existem revistas de época descrevendo, em forma de sátira, os passos coreográficos do maxixe e posso dizer que o funk não é nada comparado à "indecência" que dizem ser invenção do funk carioca. Uma pena que o maxixe desapareceu no final dos anos 1930.
Boa! Obrigado
Bastante interessante a pesquisa e palestra sobre esse ritmo. Outras virão para nosso agrado
Obrigado, Celso! Você já conhece nosso índice geral com centenas de vídeos gratuitos sobre música? Visite www.ecai.com.br e clique em INDICE. Abraço!
Muito rico esse vídeo! Principalmente para a gente das danças a dois, danças sociais! As influências do maxixe na dança maxixe até a dança samba de gafieira de hoje é maravilhosa! Ainda mais visualizando as influências do tango dança no samba dança, tango brasileiro hehe seria muuuito maravilhoso um vídeo falando sobre o Zouk Brasileiro, como esse ritmo caribenho veio parar no Brasil atual! Beijos adoro os videos
Obrigado por seu comentário, Ricardo! Você já conhece nosso índice geral, com centenas de vídeos gratuitos sobre música? Visite www.ecai.com.br e clique em INDICE. Abraço!
Nunca aprendo "alguma coisa", caro Maestro - aprendo MUITO! E gosto muito de maxixe😉 Obrigado por mais essa aula incrível.
Muito obrigado, como sempre, Rapha! Abraço!
Muitas informações importantes em um só vídeo. Adorei! Interessante também como a identidade musical brasileira ta cheia desses "codinomes". É essencial essas informações históricas
Obrigado pelo comentário encorajador e pela audiência sempre, David! Grande abraço.
Chamar algo ou alguém de "maxixe", no final do século 19, era uma gíria pra dizer que era baixo, selvagem, comum, sem refinamento. Então, quando o maxixe surge citado em 1880 num jornal carioca era nesse tom de desprezo. Rui Barbosa chamou o maxixe de "a mais rebarbativa das danças". Já se sabe que o maxixe existia por volta de 1865 e era dançado nos cabarés da Cidade Nova e da Lapa. Maxixe era uma FORMA LASCIVA DE DANÇAR qualquer ritmo europeu de BPM rápido. Depois, é que veio o gênero musical maxixe que bebeu muito da fonte do Choro (principalmente nas baixarias feitas pelas bandas militares) da polka europeia, da habanera cubana e do lundu brasileiro. O samba de gafieira moderno herdou muitos passos coreográficos do maxixe. Como a habanera cubana fez muito sucesso no mundo no final dos anos 1840 e o tango-milonga argentino tem uma batida muito rápida e sincopada, não foi difícil os compositores camuflarem o maxixe chamando-o de "tango brasileiro". O maxixe era uma FE-BRE no Rio de Janeiro, principalmente no carnaval que tinha batalha de música dentro do Clube dos Democráticos e no Clube dos Fenianos. O Clube dos Democráticos aindaexiste aqui na Rua Riachuelo (anitiga Rua Mata-Cavalos), no Bairro de Fátima, aqui perto da Glória, onde moro.
Basicamente, o maxixe era composto em compasso binário 2/4 e tinhas melodias de caráter folclórico, bem repetitivas. A forma geralmente era ternária ou rondó (novamente, uma herança europeia). As tonalidades eram maiores na grande maioria, as letras, obviamente, eram sacanas, de duplo sentido. O andamento é sempre rápido, uma herança da polka europeia, mas o "balanço" fica a cargo do lundu. As bandas militares eram as que mais executavam o maxixe e, como eu disse, quando o maxixe "engessou" como estilo musical, são as tubas e os trombones que vão fazer as baixarias dos violões dos chorões e isso fica como uma marca distintiva do maxixe, porque as melodias passam a ser executadas pelas tubas e pelos trobones na maior parte das músicas. Diferentemente do samba moderno, as síncopes melódicas e de baixaria do maxixe raramente ultrapassam os compassos.
Existem documentários importantes sobre o maxixe: Maxixe, a dança excomungada (1980) e o episódio "Maxixe" do programa "As muitas histórias da música popular brasileira (1974). Tem o livro "Maxixe, a dança excomungada" do Jota Efegê. No dicionário de música brasileira do Mário de Andrade, há uma entrada para "maxixe" bem interessante. Também tem trabalhos acadêmicos sobre o maxixe, mas o mais importante, a meu ver, é o "As três fases do maxixe música", de 2019. E tem um disco gravado pelos Irmãos Duprat nos anos 1970 chamado "Maxixe" lançado pela Gravadora Copacabana com 12 maxixes gravados, muitos com arranjos originais do século 19. Altamiro Carrilho, o flautista e compositor, tem vários discos nos quais gravou maxixes autorais muito bons.
Uma curiosidade: existem revistas de época descrevendo, em forma de sátira, os passos coreográficos do maxixe e posso dizer que o funk não é nada comparado à "indecência" que dizem ser invenção do funk carioca. Uma pena que o maxixe desapareceu no final dos anos 1930.
As novelas de época tem alguns.
𝓅𝓇o𝓂o𝓈𝓂 🙋