Gloria, vc é muito FOFA. Queria te ABRAÇAR!!!! Eu amo ver seus videos; amo ver como vc fala pausadamente; com calma de grande sábia. Como desfia seu conhecimento profundo sobre Jung de forma tão bela. Muito obrigada por esse serviço à humanidade!
Grata Elisa pelas tuas palavras, fico muito contente em saber que está aproveitando, continue nos seguindo, teremos mais vídeos em breve. 🌷Desculpe pela demora.
Excelente, vídeo. Ando pesquisando bastante pra encontrar bobs materiais porque quero estudar as obras de Jung e entrnder melhor tanto Jung enquanto pensador quanto a Psicanálise em si.
(...). Embora na década de 1880 J. M. Charcot (1825-1893) tenha despertado curiosidade com sua defesa da hipnose como tratamento para a histeria, foi principalmente graças ao trabalho de Pierre Janet (1859-1947) que a dissociação se tornou foco de interesse. Jung estudou com Janet em Paris no inverno de 1902; de um ponto de vista histórico, Jung (apesar de seu período freudiano) deve provavelmente ser enquadrado nesta tradição clínica francesa, junto com Théodore Flournoy (1854-1920), seu “amigo paternal” e mentor, e Janet. [Eram significativas as diferenças teóricas entre Freud e Janet, e cada um deles via o inconsciente de forma muito diversa. Do ponto de vista pessoal, os dois homens se desprezavam mutuamente. Ver Campbell Perry & J. R. Lawrence, “Mental processing outside of awareness: the contributions of Freud and Janet”, em Kenneth Bowers & Donald Meichenbaum, eds., The unconscious reconsidered (New York, John Wiley, 1984). A melhor história dessa tradição dissociativa francesa é The discovery of the unconscious, de Ellenberger. Também útil é Onno van der Hart & B. Friedman, “A reader’s guide to Pierre Janet on dissociation: a neglected intellectual heritage”, em Dissociation, 2: 3-16 (1989)]. A famosa “teoria dos complexos” de Jung, que ele testou experimentalmente em seus estudos de associação verbal, deriva dessa tradição clínica francesa, pois se baseia num modelo da mente que enfatiza a dissociação e o polipsiquismo. [A base dissociativista desta teoria é discutida pormenorizadamente em Richard Noll, “Multiple personality, dissociation, and C. G. Jung’s ‘complex theory’”, em Journal of Analyticala Psychology, 34: 353-70 (1989); e idem, “Multiple personality and the complex theory: a correction and a rejection of C. G. Jung’s ‘collective unconscious’”, em Journal of Analytical Psychology, 38: 321-3 (1993) O primeiro nome que Jung deu a essa nova psicologia pós-freudiana foi psicologia dos complexos (termo por ele introduzido em 1913). O fim de século foi também o século da parapsicologia, cujo estudo atraía de forma natural os dissociativistas como Flournoy e Jung. Pesquisadores achavam que a observação do transe mediúnico, o estudo da cristalomancia e a análise da psicografia eram metodologias válidas para sondar o inconsciente. [Ver, por exemplo, Wilma Koutstaal, “Skirting the abyss: a history of experimental exploration of automatic writing in psychology”, em Journal of the History of the Behavioral Sciences, 28: 5-27 (1992). Um desses pioneiros no uso da escrita automática experimental foi Gertrude Stein, que publicou ensaios sobre seu trabalho como estudante na Radcliffe na década de 1890. Ver também Sonu Shamdasani, “Automatic writing and the discovery of the unconscious”, em Spring, 54: 100-31 (1993). Com a fundação da Sociedade de Pesquisa Psíquica na Inglaterra em 1882 e as copiosas publicações de seus membros, surgiram novos modelos do inconsciente. O mais respeitado era o “self sublimal” de Frederick Myers (1843-1901), cuja função “mitopoética” (isto é, geradora de mitos) se assemelhava à posterior concepção junguiana do inconsciente coletivo. [A teoria do self sublimal pode ser encontrada em numerosos textos de F. W. R. Myers publicados na década de 1880 e 1890 nos Proceedings of the Society for Psychical Research e em sua grande obra póstuma, Human personality and its survival of bodily death, 2 v. (London, Longmans, Green, 1903)] No curso de medicina, Jung leu muito da literatura sobre parapsicologia, e em 1902 sua tese de doutorado citava a obra de Myers e outros expoentes dessa mesma tendência. No fim do século XIX, em vista do tom de degenerescência e ruína e da obsessão com o individualismo, o erotismo, o misticismo e os mortos, eram propícias as condições para quem procurasse novas vias de renovação cultural, política, física e (sobretudo) espiritual. O grande historiador da cultura Jacob Burckhardt (1818-1897), que o estudante Jung admirava de longe nas ruas da Basileia, já observara em 1843: “Todo mundo quer ser novo, e nada mais”. [Esta queixa de Burckhardt está numa carta de 23 de agosto de 1843 a Johanna Kinke e é citada em Gay, Education of the senses, p. 52n.] A neofilia, como busca de novas ideias, novas experiências, novas disciplinas acadêmicas, novas terapias, obcecava a imaginação de muitos no fim do século, e Jung certamente era um deles. (Noll, 1996, p. 36-7 e p. 338-40)
É impressionante seu nível de respeito ao Livro Vermelho! Já o estuda há anos. Penso que este registro vem da maior intimidade de Jung. Nós contemplamos... Amo seu trabalho. Paz.
Olá Pablo, muito agradecida por acompanhar nosso conteúdo. Espero que você esteja bem. Estamos nos aproximando do início do Ciclo: a ancestralidade e o processo de individuação, que conduzirei em quatro encontros online e ao vivo. Se tiver interesse, ainda temos vaga. A programação e ficha de inscrição seguem neste link: forms.gle/pUDYeN3RU2KSAYR79
Ola Dra Glória, sou um inscrito assíduo do canal e estou lendo psicanálise Junguiana e em especial sobre imaginação ativa, o que me gerou bastante dúvida, especialmente por que menciona que nem todos deveriam pratica-la, sobre o risco de até mesmo enlouquecer e ainda é citado que foi isso que aconteceu com pessoas como o Nietcshe. Gostaria de saber da senhora um pouco mais sobre imaginação ativa, ao que tenho visto, não há nada no canal falando a respeito. A senhora pratica? É necessário a todos que buscam a terapia Junguiana como tratamento? Muito obrigado
Yure, muito grata por acompanhar meu Canal. Vamos produzir um vídeo para auxiliar você e outras pessoas a compreenderem melhor a importância do cuidado com a prática da imaginação ativa.
A fragilidade no adolescente não é física e nem mental, mas um estado sensitivo perante as inúmeras responsabilidades latentes no universo expansivo do Ego. O adolescente é alguém crescendo e que inconscientemente tem ansiedade do seu porvir. Por uma razão a natureza o impele a sentir e hipersentir, em uma espécie de força hipnogogica, cumprindo em si as lições de toda uma vida. Texto de Homero Psicanalista.
Ei queria entender . Os sonhos de sangue que ele via na Europa certamente era uma premunição quanto as guerras mundiais ou a primeira delas? . Ele falou isso a respeito? E após está fase de aprofundamento? Ele descobriu algo que o tirou dessa tristeza que sentia?
Olá Lúcia, no livro autobiográfico, Memórias, Sonhos e Reflexões, Jung descreve seus sentimentos em relação a visões e sonhos que teve nesse período que antecedeu a primeira guerra mundial e que o levou a experienciar seu inconsciente, num processo de auto conhecimento de si no coletivo, Jung se tornou um sábio de olhar profundo e alegre.
Jung nasceu e cresceu num período da história europeia que se referia a si mesmo como o fim do século - o fin de siècle. Era uma época de agitação cultura e conflito de gerações em que forças opostas de racionalidade e irracionalidade, progresso social e degenerescência hereditária, positivismo e ocultismo se chocavam como grandes placas teutônicas e produziam abalos sísmicos que culminaram na Grande Guerra de 1914-1918 e nas revoluções e golpes subsequentes (Rússia, Baviera, Transilvânia e outros lugares). Na descrição do eminente historiador George Mosse, esses anos marcaram a “mudança na mentalidade pública da Europa”. Frequentemente se diz que os anos 1912-1913 assistiram ao término intelectual do século XIX. Os anos da Grande Guerra também foram um período a que Jung iria mais tarde se referir como seu “confronto com o inconsciente”, um tempo de grande comoção pessoal, mas também de exploração visionária e descoberta de si mesmo - de fato, o fim intelectual da tirania que o aburguesamento oitocentista exercia sobre a psique de Jung. Esses anos foram o divisor de águas entre duas épocas formativas de sua vida. Assim como a Grande Guerra pareceu confirmar a derrocada da moralidade e das formas artísticas e culturais burguesas convencionais e a ascendência dos estilos estéticos “modernos” e da “nova ética” sexual, assim também o Jung de então ia descartando um estilo de vida burguês oitocentista e reinventando a si mesmo como líder de um movimento moderno que promovia o desenvolvimento da individualidade. Nesse período, Jung procurou tornar-se inteiramente moderno e criou um método prático para levar a cabo a filosofia de vida da geração fim-de-século. Entretanto, como atestam muitos que o conheceram, ele nunca renunciou por completo a sua persona de respeitabilidade burguesa oitocentista, apesar de tudo o que procurava aparentar em sua vida privada. [Jolande Jacobi (na longa entrevista que consta dos Jung Oral Archives da Countway Library of Medicine) repetidas vezes indica a convencionalidade burguesa de Jung dava mostras no trato social.] De todas as biografias existentes de Jung, nenhuma o coloca no contexto histórico do fim de século. Só os curtos, porém magistrais, estudos históricos de Ellenberger tentaram tal abordagem [Ellenberger, The discovery of the unconscious; idem, “Carl Gustav Jung: his historical setting”]. Ver Jung como homem do fim de século é fundamental para entender sua obra e, especialmente, sua fascinação pelos mistérios antigos. (Noll, 1996, p. 31-2 e p. 337)
Olá glória !!!boa tarde 🌻🌹 eu gostaria que. Vc fizesse alguns comentários sobre os ""sete"" sermões aos mortos nessa obra ... atenciosamente jczadra@gmail.com Teólogo frc+terapeuta holístico ....
A época [fim de século XIX] se caracterizava pela ênfase no indivíduo a ponto de excluir a sociedade, uma ênfase levada ao máximo nas obras de Nietzsche [Friedrich Nietzsche (1844-1900), filósofo e filólogo alemão], que não foram muito lidas quando de sua publicação, mas se viram “redescobertas” na década de 1890, quando o filósofo já enlouquecera. Nietzsche teve profundo efeito na cultura europeia posterior a 1890, com o empolgante recurso de usar sua “marreta” de questões para estraçalhar todos os ídolos culturais, inclusive as imagens judaico-cristãs de Deus. Como outros jovens da década de 1890, Jung começou a ler Nietzsche aos 23 anos (por volta de 1898). [“Eu tinha 24 anos quando li o Zaratustra. Não consegui entendê-lo, mas ele me impressionou bastante” (Jung, Analytical psychology, p. 7). Mas, pelas datas das palestras à Zofingia, sabemos que Jung estava bastante familiarizado com Nietzsche já aos 23 anos, pelo menos.] Após ter lido uma das primeiras obras de Nietzsche, ele [Jung] escreveu: “Fiquei entusiasmado, e logo depois li ‘Assim falou Zaratustra’. Este, assim como o ‘Fausto’ de Goethe, foi uma experiência tremenda para mim.” [Jung, Memórias, sonhos, reflexões p. 102]. As Obras reunidas estão cheias de referências a Nietzsche, e entre 1934 e 1939, Jung dedicou um amplo seminário ao Zaratustra. [As notas do seminário foram organizadas por James Jarrett e estão disponíveis em C. G. Jung, Nietzsche’s “Zaratustra”: notes of the seminar given in 1934-1939, 2 v. (Princeton, Princeton University Press, 1988)] As ideias de Nietzsche foram abraçadas por reformistas de esquerda e de direita, e, segundo Aschheim, o nietzschianismo se tornou uma “força multiforme” e difusa que podia ser adotada por políticos, teólogos, anarquistas, filósofos, psicanalistas, libertários sexuais que promoviam a “nova ética” - em suma, qualquer um que procurasse mudança, renovação ou renascimento. “O nietschianismo nunca foi um movimento que pudesse ser reduzido a um único grupo ou ideologia política; era antes um amontoado frouxo de pessoas de diferentes ambientes sociais, movimentos políticos e programas ideológico-culturas.” [Steven Aschheim, The Nietzsche legacy in Germany, p. 14]. (Noll, 1996, p. 34 e pp. 338-9)
Fui fazer a conta 2013-1989= 23 anos. Foi essa idade que comprei meu primeiro livro(pocket/Editora escala) Assim falava Zaratrusta, daí foram lançados outros exemplares. Tive a mesma experiência de confusão tentando entender casa parágrafo do livro.
@@carcarasilvestre8526 penso q entendi seu raciocínio. Nietzsche foi um cara que inverteu muito o significado das palavras. Ele estudou muito Filologia. Tem um video no utub aonde o professor Clóvis de Barros Filho explica este pensador e expõe bem como ele invertia os conceitos, principalmente sobre nihilismo, termo aplicado por Nietzsche de forma totalmente diferente. Você leu zaratustra primeiro, por isso ficou difícil. Pra entender a desconstrução do pensamento de Nietzsche tem q começar com outros livros
Otima expositora. Que tranquilidade, que paz. Abraços Jeronymo
Agradecida. Grata pela companhia por aqui.
Gratidão gratidão gratidão.Deus guie seus caminhos e decisões.bjs
Assim seja!
Cheguei hoje no teu canal ❤
Seja bem vinda, Silvia. Em breve estarei trazendo novos vídeos.
Gloria, vc é muito FOFA. Queria te ABRAÇAR!!!! Eu amo ver seus videos; amo ver como vc fala pausadamente; com calma de grande sábia. Como desfia seu conhecimento profundo sobre Jung de forma tão bela. Muito obrigada por esse serviço à humanidade!
Grata Elisa pelas tuas palavras, fico muito contente em saber que está aproveitando, continue nos seguindo, teremos mais vídeos em breve. 🌷Desculpe pela demora.
@@GloriaLotfiJunguiana ... Onde eu posso adquirir esse livro?
Excelente, vídeo. Ando pesquisando bastante pra encontrar bobs materiais porque quero estudar as obras de Jung e entrnder melhor tanto Jung enquanto pensador quanto a Psicanálise em si.
Que maravilha, bons estudos.
Olá! Recentemente decidi estudar mais o Jung, e já estou lendo alguns materiais. Seu canal se tornou um apoio maravilhoso nesta jornada! Obrigado!
Edson, que maravilhosa notícia. Espero poder continuar contribuindo. Em breve teremos vídeos sobre os sonhos.
Glória Lotfi, uma bela descoberta.
Que maravilha. SEja bem vindo.
Amei o vídeo! Faça mais videos assim, na natureza :)
Olá Bruno, bom que você gostou do ambiente em que fiz o vídeo, eu também gosto, vou tentar, abraço
Freud era teimoso porque era taurino 🤣 oooh cabeça dura ! Sol vibrando em Terra fixa
Obrigada pelas maravilhosas explicações
Eu agradeço a sua companhia. Compartilha com os amigos. Abraços.
Obrigada Gloria por essa disponibilidade em nos trazer conhecimento. Bjos
Fico feliz em poder contribuir. Compartilhe com quem você considera se interessar pelo assunto.
Linda! Amei passar por aqui, e retornarei sempre…abraços.
Grata pela companhia querida.
❤
Muito interessante
(...). Embora na década de 1880 J. M. Charcot (1825-1893) tenha despertado curiosidade com sua defesa da hipnose como tratamento para a histeria, foi principalmente graças ao trabalho de Pierre Janet (1859-1947) que a dissociação se tornou foco de interesse. Jung estudou com Janet em Paris no inverno de 1902; de um ponto de vista histórico, Jung (apesar de seu período freudiano) deve provavelmente ser enquadrado nesta tradição clínica francesa, junto com Théodore Flournoy (1854-1920), seu “amigo paternal” e mentor, e Janet.
[Eram significativas as diferenças teóricas entre Freud e Janet, e cada um deles via o inconsciente de forma muito diversa. Do ponto de vista pessoal, os dois homens se desprezavam mutuamente. Ver Campbell Perry & J. R. Lawrence, “Mental processing outside of awareness: the contributions of Freud and Janet”, em Kenneth Bowers & Donald Meichenbaum, eds., The unconscious reconsidered (New York, John Wiley, 1984). A melhor história dessa tradição dissociativa francesa é The discovery of the unconscious, de Ellenberger. Também útil é Onno van der Hart & B. Friedman, “A reader’s guide to Pierre Janet on dissociation: a neglected intellectual heritage”, em Dissociation, 2: 3-16 (1989)].
A famosa “teoria dos complexos” de Jung, que ele testou experimentalmente em seus estudos de associação verbal, deriva dessa tradição clínica francesa, pois se baseia num modelo da mente que enfatiza a dissociação e o polipsiquismo.
[A base dissociativista desta teoria é discutida pormenorizadamente em Richard Noll, “Multiple personality, dissociation, and C. G. Jung’s ‘complex theory’”, em Journal of Analyticala Psychology, 34: 353-70 (1989); e idem, “Multiple personality and the complex theory: a correction and a rejection of C. G. Jung’s ‘collective unconscious’”, em Journal of Analytical Psychology, 38: 321-3 (1993)
O primeiro nome que Jung deu a essa nova psicologia pós-freudiana foi psicologia dos complexos (termo por ele introduzido em 1913).
O fim de século foi também o século da parapsicologia, cujo estudo atraía de forma natural os dissociativistas como Flournoy e Jung. Pesquisadores achavam que a observação do transe mediúnico, o estudo da cristalomancia e a análise da psicografia eram metodologias válidas para sondar o inconsciente. [Ver, por exemplo, Wilma Koutstaal, “Skirting the abyss: a history of experimental exploration of automatic writing in psychology”, em Journal of the History of the Behavioral Sciences, 28: 5-27 (1992). Um desses pioneiros no uso da escrita automática experimental foi Gertrude Stein, que publicou ensaios sobre seu trabalho como estudante na Radcliffe na década de 1890. Ver também Sonu Shamdasani, “Automatic writing and the discovery of the unconscious”, em Spring, 54: 100-31 (1993).
Com a fundação da Sociedade de Pesquisa Psíquica na Inglaterra em 1882 e as copiosas publicações de seus membros, surgiram novos modelos do inconsciente. O mais respeitado era o “self sublimal” de Frederick Myers (1843-1901), cuja função “mitopoética” (isto é, geradora de mitos) se assemelhava à posterior concepção junguiana do inconsciente coletivo. [A teoria do self sublimal pode ser encontrada em numerosos textos de F. W. R. Myers publicados na década de 1880 e 1890 nos Proceedings of the Society for Psychical Research e em sua grande obra póstuma, Human personality and its survival of bodily death, 2 v. (London, Longmans, Green, 1903)]
No curso de medicina, Jung leu muito da literatura sobre parapsicologia, e em 1902 sua tese de doutorado citava a obra de Myers e outros expoentes dessa mesma tendência.
No fim do século XIX, em vista do tom de degenerescência e ruína e da obsessão com o individualismo, o erotismo, o misticismo e os mortos, eram propícias as condições para quem procurasse novas vias de renovação cultural, política, física e (sobretudo) espiritual. O grande historiador da cultura Jacob Burckhardt (1818-1897), que o estudante Jung admirava de longe nas ruas da Basileia, já observara em 1843: “Todo mundo quer ser novo, e nada mais”. [Esta queixa de Burckhardt está numa carta de 23 de agosto de 1843 a Johanna Kinke e é citada em Gay, Education of the senses, p. 52n.]
A neofilia, como busca de novas ideias, novas experiências, novas disciplinas acadêmicas, novas terapias, obcecava a imaginação de muitos no fim do século, e Jung certamente era um deles. (Noll, 1996, p. 36-7 e p. 338-40)
É impressionante seu nível de respeito ao Livro Vermelho!
Já o estuda há anos.
Penso que este registro vem da maior intimidade de Jung.
Nós contemplamos...
Amo seu trabalho.
Paz.
Olá Pablo, muito agradecida por acompanhar nosso conteúdo. Espero que você esteja bem. Estamos nos aproximando do início do Ciclo: a ancestralidade e o processo de individuação, que conduzirei em quatro encontros online e ao vivo. Se tiver interesse, ainda temos vaga. A programação e ficha de inscrição seguem neste link: forms.gle/pUDYeN3RU2KSAYR79
Ola Dra Glória, sou um inscrito assíduo do canal e estou lendo psicanálise Junguiana e em especial sobre imaginação ativa, o que me gerou bastante dúvida, especialmente por que menciona que nem todos deveriam pratica-la, sobre o risco de até mesmo enlouquecer e ainda é citado que foi isso que aconteceu com pessoas como o Nietcshe. Gostaria de saber da senhora um pouco mais sobre imaginação ativa, ao que tenho visto, não há nada no canal falando a respeito. A senhora pratica? É necessário a todos que buscam a terapia Junguiana como tratamento? Muito obrigado
Yure, muito grata por acompanhar meu Canal.
Vamos produzir um vídeo para auxiliar você e outras pessoas a compreenderem melhor a importância do cuidado com a prática da imaginação ativa.
Yure, publicamos hoje um vídeo que espero auxiliá-lo a compreender melhor o assunto. Se gostar compartilhe. Abraços.
A fragilidade no adolescente não é física e nem mental, mas um estado sensitivo perante as inúmeras responsabilidades latentes no universo expansivo do Ego.
O adolescente é alguém crescendo e que inconscientemente tem ansiedade do seu porvir. Por uma razão a natureza o impele a sentir e hipersentir, em uma espécie de força hipnogogica, cumprindo em si as lições de toda uma vida. Texto de Homero Psicanalista.
Grata pela contribuição.
Obrigado, adorei ^-^ Descobri Jung nessa pandemia 💚🌿
Que maravilha. Continue nos acompanhando. Em breve teremos mais vídeos.
Gosto muitos dos seus vídeos e da obra do Jung, obrigado pelos seus vídeos.
Que bom estar contribuindo, Emanuel. Compartilhe com quem você considera se interessar pelo assunto.
Ei queria entender . Os sonhos de sangue que ele via na Europa certamente era uma premunição quanto as guerras mundiais ou a primeira delas? . Ele falou isso a respeito? E após está fase de aprofundamento? Ele descobriu algo que o tirou dessa tristeza que sentia?
Olá Lúcia, no livro autobiográfico, Memórias, Sonhos e Reflexões, Jung descreve seus sentimentos em relação a visões e sonhos que teve nesse período que antecedeu a primeira guerra mundial e que o levou a experienciar seu inconsciente, num processo de auto conhecimento de si no coletivo, Jung se tornou um sábio de olhar profundo e alegre.
Amei assistir o seu vídeo.👏
Que bom que gostou. Grata.
Gostei! Te conheçi há um dia apenas. Agora estou te seguindo
Abraço
Que honra! Seja bem vinda. Em breve estrei publicando novos vídeos.
Excelente! 🙏👏👏👏
Gratidão, Victor. Continue nos acompanhando assim puder compartilho novos vídeos.
amei o livro. quero tê-lo também.
Que maravilha. É um estudo que vale muito a pena.
Encontrei essa jóia que é esse canal por acaso e estou amando, meus parabéns pela clareza nas explicações.
Gratidão, Jonas. Continue nos acompanhando e compartilhe com os amigos. Abraço
Maravilhosa!
✨🙏
Parabéns por seu trabalho e sua dedicação ao estudo dos maravilhosos símbolos do Livro Vermelho.
Que vídeo incrível, a senhora é muito fofa! Gratidão pelas informações!!!
Grata pelo carinho.
@@GloriaLotfiJunguiana psicanalista paranormal. É o melhor que tem.
Jung nasceu e cresceu num período da história europeia que se referia a si mesmo como o fim do século - o fin de siècle. Era uma época de agitação cultura e conflito de gerações em que forças opostas de racionalidade e irracionalidade, progresso social e degenerescência hereditária, positivismo e ocultismo se chocavam como grandes placas teutônicas e produziam abalos sísmicos que culminaram na Grande Guerra de 1914-1918 e nas revoluções e golpes subsequentes (Rússia, Baviera, Transilvânia e outros lugares). Na descrição do eminente historiador George Mosse, esses anos marcaram a “mudança na mentalidade pública da Europa”.
Frequentemente se diz que os anos 1912-1913 assistiram ao término intelectual do século XIX. Os anos da Grande Guerra também foram um período a que Jung iria mais tarde se referir como seu “confronto com o inconsciente”, um tempo de grande comoção pessoal, mas também de exploração visionária e descoberta de si mesmo - de fato, o fim intelectual da tirania que o aburguesamento oitocentista exercia sobre a psique de Jung.
Esses anos foram o divisor de águas entre duas épocas formativas de sua vida. Assim como a Grande Guerra pareceu confirmar a derrocada da moralidade e das formas artísticas e culturais burguesas convencionais e a ascendência dos estilos estéticos “modernos” e da “nova ética” sexual, assim também o Jung de então ia descartando um estilo de vida burguês oitocentista e reinventando a si mesmo como líder de um movimento moderno que promovia o desenvolvimento da individualidade. Nesse período, Jung procurou tornar-se inteiramente moderno e criou um método prático para levar a cabo a filosofia de vida da geração fim-de-século. Entretanto, como atestam muitos que o conheceram, ele nunca renunciou por completo a sua persona de respeitabilidade burguesa oitocentista, apesar de tudo o que procurava aparentar em sua vida privada. [Jolande Jacobi (na longa entrevista que consta dos Jung Oral Archives da Countway Library of Medicine) repetidas vezes indica a convencionalidade burguesa de Jung dava mostras no trato social.]
De todas as biografias existentes de Jung, nenhuma o coloca no contexto histórico do fim de século. Só os curtos, porém magistrais, estudos históricos de Ellenberger tentaram tal abordagem [Ellenberger, The discovery of the unconscious; idem, “Carl Gustav Jung: his historical setting”].
Ver Jung como homem do fim de século é fundamental para entender sua obra e, especialmente, sua fascinação pelos mistérios antigos. (Noll, 1996, p. 31-2 e p. 337)
linda
:)
Olá glória !!!boa tarde 🌻🌹 eu gostaria que. Vc fizesse alguns comentários sobre os ""sete"" sermões aos mortos nessa obra ... atenciosamente jczadra@gmail.com Teólogo frc+terapeuta holístico ....
A época [fim de século XIX] se caracterizava pela ênfase no indivíduo a ponto de excluir a sociedade, uma ênfase levada ao máximo nas obras de Nietzsche [Friedrich Nietzsche (1844-1900), filósofo e filólogo alemão], que não foram muito lidas quando de sua publicação, mas se viram “redescobertas” na década de 1890, quando o filósofo já enlouquecera. Nietzsche teve profundo efeito na cultura europeia posterior a 1890, com o empolgante recurso de usar sua “marreta” de questões para estraçalhar todos os ídolos culturais, inclusive as imagens judaico-cristãs de Deus. Como outros jovens da década de 1890, Jung começou a ler Nietzsche aos 23 anos (por volta de 1898).
[“Eu tinha 24 anos quando li o Zaratustra. Não consegui entendê-lo, mas ele me impressionou bastante” (Jung, Analytical psychology, p. 7). Mas, pelas datas das palestras à Zofingia, sabemos que Jung estava bastante familiarizado com Nietzsche já aos 23 anos, pelo menos.]
Após ter lido uma das primeiras obras de Nietzsche, ele [Jung] escreveu: “Fiquei entusiasmado, e logo depois li ‘Assim falou Zaratustra’. Este, assim como o ‘Fausto’ de Goethe, foi uma experiência tremenda para mim.” [Jung, Memórias, sonhos, reflexões p. 102].
As Obras reunidas estão cheias de referências a Nietzsche, e entre 1934 e 1939, Jung dedicou um amplo seminário ao Zaratustra. [As notas do seminário foram organizadas por James Jarrett e estão disponíveis em C. G. Jung, Nietzsche’s “Zaratustra”: notes of the seminar given in 1934-1939, 2 v. (Princeton, Princeton University Press, 1988)]
As ideias de Nietzsche foram abraçadas por reformistas de esquerda e de direita, e, segundo Aschheim, o nietzschianismo se tornou uma “força multiforme” e difusa que podia ser adotada por políticos, teólogos, anarquistas, filósofos, psicanalistas, libertários sexuais que promoviam a “nova ética” - em suma, qualquer um que procurasse mudança, renovação ou renascimento.
“O nietschianismo nunca foi um movimento que pudesse ser reduzido a um único grupo ou ideologia política; era antes um amontoado frouxo de pessoas de diferentes ambientes sociais, movimentos políticos e programas ideológico-culturas.” [Steven Aschheim, The Nietzsche legacy in Germany, p. 14]. (Noll, 1996, p. 34 e pp. 338-9)
Fui fazer a conta 2013-1989= 23 anos. Foi essa idade que comprei meu primeiro livro(pocket/Editora escala) Assim falava Zaratrusta, daí foram lançados outros exemplares.
Tive a mesma experiência de confusão tentando entender casa parágrafo do livro.
@@carcarasilvestre8526 penso q entendi seu raciocínio. Nietzsche foi um cara que inverteu muito o significado das palavras. Ele estudou muito Filologia. Tem um video no utub aonde o professor Clóvis de Barros Filho explica este pensador e expõe bem como ele invertia os conceitos, principalmente sobre nihilismo, termo aplicado por Nietzsche de forma totalmente diferente. Você leu zaratustra primeiro, por isso ficou difícil. Pra entender a desconstrução do pensamento de Nietzsche tem q começar com outros livros