O que eu mais gostei do documentário, é como ele mostra como a ideia de um "discurso universal" acabou, pois cada um tem uma "timeline" completamente diferente e única, que vai constituir suas próprias narrativas de confirmação e radicalização das suas convicções. Dessa maneira não existem mais referências e acaba todo tipo de debate, pois as pessoas não partem mais dos mesmos lugares. A politica hoje está toda organizada dessa maneira, e eles chegam a afirmar que a própria democracia corre um serio perigo se as coisas continuarem assim.
Perfeito! Cabe dizer, contudo, que mesmo sem nenhum algoritmo nos empurrando numa direção, a gente cria timelines (e grupos de eco) completamente únicos tbm.
Também achei essa parte interessantíssima, porém após o vídeo passei a interpretar de forma diferente em relação a minha interpretação logo ao fim do documentário. O algoritmo que faz todo esse processe de tornar as realidades de cada pessoa a sua própria verdade, não é a causa e sim a ênfase de um comportamento já existente no ser humano.
Aproveitando o gancho do seu comentário e o do Joel, acredito que o enfoque no qual o documentário quis compartilhar está relativamente desassociado da análise do Joel (não que isso seja um problema). Como você disse, um dos conflitos advindos das redes é a criação de "bolhas", em que eu só tenho contato com o que e quem me agrada. Esse fato, por sua vez, atenta contra a democracia porque gera polarizações, extingue o debate e o possível ponto comum entre visões diferentes. Entretanto, a análise do Joel aponta que os usuários - ou seja, nós - (termo que, inclusive, é problematizado no documentário) que são os responsáveis por essa conjuntura. Isto é, o problema não é necessariamente as redes, mas sim a espécie humana. E é aqui que a visão do Joel se desassocia do documentário. O ponto do documentário é: as redes não são, necessariamente, as responsáveis pelas mazelas sociais, mas sim uma FERRAMENTA que as alimenta nos dias atuais. E a justificativa para tal confirmação centra-se em como elas são projetadas: algoritmos; armazenamento de dados; engenharia de configuração, dentre outros. Simplificadamente, o problema está na manipulação automatizada por intermédio dos conteúdos veiculados (os quais apenas expõem o lado mau do ser humano e, consequentemente, suscita conflitos). Portanto, a problemática defendida ao longo do documentário apresenta-se no sentido de que as empresas necessitem de "consciência" nas programações*. Porém como “consciência” expõe-se como algo relativo e abstrato, eles apontam que as ações dessas empresas devem ser limitadas e regulamentadas, ao passo que impactam em diferentes setores na sociedade, com nas eleições, por exemplo. *não é à toa que quem levanta esse aspecto são justamente os indivíduos que foram responsáveis pelas programações das redes como conhecemos hoje.
@@joelpinheirodafonsec Verdade! O que tu mencionas quase no fim, a respeito do *'malvad@' que habita cada um de nós* , é incrível e serve para uma reflexão muito profunda. Inclusive, volte ao tema em outros vídeos. Tem muito "pano pra manga" neste assunto. Já te seguia no Twitter e não sabia do teu canal. Abraços e bom fim de semana! :D
Acredito que a maior crítica do documentário é a transformação do usuário em produto, ou seja, alteração do modelo de mercado. Google e Facebook oferecem produtos gratuitos aos usuários, que no fim são produtos dos verdadeiros clientes deles. Para isso utilizam ferramentas de manipulação psicológica, parecido com o uso de drogas. É muito pior que Netflix.
Deletei meu instagram em dezembro de 2019. Não tenho facebook nem Twitter. Únicas redes sociais minhas são o whatsapp(mais por questões de trabalho) e youtube. Desafio qualquer um que ler esse comentário a ficar um mes sem redes sociais, e depois disso, desejar usá-las novamente. Mas não basta somente abandonar elas, mas junto a isso construir uma rotina que ocupe voce, de forma produtiva e saudável. Caso contrário somente estaremos trocando um vício por outro. Hoje somente vejo sentido em criar um instagram para fins comerciais, caso contrário, perda de tempo.
Fiquei sem face e insta por um ano, realmente foi muito bom nesse ano, comecei a ler mais, ganhei bolsa integral pra faculdade e melhorei na guitarra, tive mais tempo para minhas coisas, recentemente voltei somente ao insta, 0 fotos, seguindo somente perfis acadêmicos, perfil de eventos de livros e shows q gosto, dicas de inglês, nada de blogueirinhos. N tenho vontade de voltar pro face, nesse ano sem as redes, creio que tudo é questão de equilíbrio, insta é uma ferramenta, dependendo do modo q se usa, pode ser util.. mas acho q o q mais se tem nessas redes, são pessoas vendo coisas q n vão agregar em nada, podendo até causar problemas mentais. Enfim, eu uso dessa forma! , Notificações desativadas, abraço!
Não tenho Facebook há anos e estou há três meses sem instagram. Tem sido libertador, me identifiquei com seu comentário, também só tenho o WhatsApp (pouquíssimos grupos) e RUclips (filtro o conteúdo que vou “consumir”). Percebi que eu estava desejando coisas que normalmente não desejaria, tendo opiniões manipuladas por grandes perfis ( mídia ninja e quebrando o Tabu, por exemplo) enfim, mas o que mais me incomodou ao ponto de sair deste falso mundo perfeito foi a exposição, me via postando muuuuita coisa do meu dia a dia, e na real, ninguém se importa!!!! As pessoas estão ali simplesmente para bisbilhotar a vida das outras, curiar apenas! É um verdadeiro mundo das comparações. E realmente, se não for perfil comercial, perda de tempo!!
@@brunoteixeira9370 muito legal o seu depoimento. Também busco usar todo esse tempo que ganhei investindo em coisas voltadas para o meu próprio crescimento. Realmente, tudo é uma questão de equilíbrio. No meu caso achei mais pertinente excluir, mas isso é algo para reflexão de cada um. Quanto a esse mesmo equilibrio, há uma linha muito tenue entre ele e o vício na rede. É literalmente uma droga virtual.
"O vilão é a própria natureza humana, que não procura a verdade e sim satisfazer os seus desejos, confirmar os seus preconceitos, estar do lado vencedor e se convencer que o outro lado é do mau. Nesse sentido, como é que a gente lida com a natureza humana nesse novo meio que as redes sociais criaram, em que a informação é abundante, circula livremente e pode ser criada por cada um de nós?" Joel Pinheiro.
Verdade, Black Mirror é muito sinistro. Deixa a gente refletindo sobre como somos manipulados e influenciados pelas tecnologias. Assisti todas as temporadas.
Sim! Nosedive o nome. Esse tema já foi muito martelado, tem até outro documentário da Netflix também muito bem produzido que aborda muito bem o tema e reforça o exemplo da treta lá da Cambridge Analytica com as eleições dos EUA e de outros países como o Brasil (Privacidade Hackeada, se eu não me engano).
Deixei de usar Facebook em 2017 e foi uma das melhores coisas que eu já fiz, por esse motivo nunca criei um twitter. Hoje em dia só uso o RUclips pra consumir conteúdo sobre games e vídeos ensaio (ou parecidos, como esse) e o Instagram pra ver uns memes. Acho que tô bem assim, não quero ser radical demais e nem ser um viciado em redes sociais. Eu tenho uma pequena regrinha com relação a internet, se eu não fui atrás de um conteúdo eu provavelmente não preciso dele.
Entendo que, não podemos ser tão ingênuos ao ponto de achar que as redes só estão colocando em evidência, o mal que está no ser humano. Justamente, por saber que somos inclinados para o mal, precisa ter um certo controle ou várias regulamentações, o quanto antes. Elas trouxeram resultados bons, mas, ultimamente, está me dando um certo medo em ver, elas sendo usadas por pessoas inescrupulosas. E quem está ganhando no meio de tanto prejuízo emocional e material, são essas grandes empresas.
Joel, acho que você esta correto ao afirmar que existe questões problemáticas inerentes ao seres humanos, mas eu não vejo que isso invalida ou mesmo diminui o argumento central do documentário que é a escala e os efeitos da manipulação automatizada de conteúdo que reforcem nosso lado ruim. Veja, nós sempre fomos manipulados em algum grau. De fato, essa capacidade em alguma medida pode explicar o sucesso da raça humana frente outros animais sociais. O que acontece com as redes sociais é que elas precisam se justificar financeiramente independente dos meios utilizados para isso, o que inclui o monitoramento, captura e modelagem de sua psiquê baseado nos dados que vocês gera nessas redes. Isso amplificado na escala de bilhões de usuários é algo que nunca existiu. Existe um consenso se formando que é necessário algum tipo de regulamentação e métodos de transparência , acesso e controle de nossos dados pessoais - o documentário acerta em cheio nesse ponto.
Muito equilibrado e racional Joel. Sua opinião me ajudou a ver mais claramente esse lado das redes, que embora eu já tivesse notado, não tinha parado pra refletir. Em relação a natureza humana, creio que a forma mais eficaz de muda-la individualmente é através de Cristo. E de ter uma humanidade toda transformada é com a sua segunda vinda, até lá teremos sempre esse tipo de situação.
O que eu acho mais interessante do doc é quando uma moça, acho que é psiquiatra ou neuro cientista, fala sobre como o nosso sistema interno de recompensa é ativado pelas validações que outras pessoas nos dão. Isso é um mecanismo que fazia sentido evolutivamente, pra motivar a cooperação, mas nunca a gente teve que lidar com a validação ou reprovação de milhares de pessoas ao mesmo tempo. É como estar no palco de teatro o tempo todo, que pode estar vazio ou cheio, fazendo você se sentir a melhor pessoa do mundo ou a pior. Eu, pessoalmente, não tenho cabeça pra lidar com isso.
Muito bom, Joel. Você tocou em um ponto que vários outros comentaristas não perceberam ou não quiseram mencionar. Há a questão do vício, que existe no cigarro, na bebida, nas drogas, nos video-games, nas novelas e séries (o cliffhanger do final e as cenas dos próximos capítulos são formas de nos manter presos e querendo voltar). É uma espécie de "fidelização" voluntária. Há a questão dos algoritmos e dos processos de seleção do conteúdo que será apresentado para cada usuário, em qual ordem, em qual frequência, sobre quais temas. Com a quantidade imensa de informação que é coletada das mais diversas fontes sobre cada usuário fica mais fácil garimpar, ordenar, filtrar, selecionar, processar, organizar, agregar esses dados para formar um perfil psicológico e de consumo do sujeito. Creio que nunca antes tenha sido possível caracterizar uma pessoa com tanta precisão e poder fazer isso em escala global. É uma espécie de revolução industrial de pessoas, em que ao fim da linha de montagem cada um sai com um modelo de si, um simulacro, que pode ser utilizado para os mais diversos tipos de experiência. Só que isso também já era feito antes da internet com as pesquisas de mercado e a tentativa de definição de nichos e de público alvo, claro que sem essa granularidade. O fenômeno da circulação de informações em listas e grupos privados, que não é abordado pelo documentário, também não é algo novo. Antes, havia sociedades secretas, em que os membros discutiam as mais estapafúrdias ideias, geralmente de ódio e segregação; havia fã clubes de comic books e gibis que se reuniam periodicamente; clubes de leitura, clubes de senhoras para o chá das 5, clubes de baralho, grêmios de estudantes. A questão é que era tudo muito restrito e pequeno, até mesmo pela necessidade de espaço físico para reuniões presenciais. Aí vieram os BBSs e os ICQs, as salas de bate-papo e os fóruns. As informações estavam fuindo cada vez mais rapidamente e atingindo cada vez mais pessoas, que não precisavam mais se reunir no mesmo local para conversar. A praga dessas reuniões de família ou clubes, em petit comité, sempre foi a chamada "fofoca". Isso se multiplicou exponencialmente na medida em que a quantidade de canais, de fontes diferentes, de usuários, também crescia na mesma cadência. Para tornar o processo ainda mais intenso, entraram os robôs, sistemas automatizados que enviam milhares de mensagens o dia inteiro para milhões de recipientes que acabam virando fontes que as pessoas usam em seus apps de mensagens. Claro que temos de estudar esse fenômeno sobre o ponto de vista sociológico e psicológico. Isso vai dar origem a muitas teses de mestrado e doutorado agora e no futuro. Da mesma forma que o rádio foi considerado algo viciante na sua época, a televisão iria acabar com o hábito das famílias comerem juntas à mesa e os video-games iriam corromper a juventude, juntamente com o rock and roll (coisa do "demônio", kkkkk), a internet e as redes sociais hoje são a bola da vez. A sociedade vai acabar por causa disso? Não! É o fim do mundo? Não! Eu acredito que, em alguma altura, algo novo e diferente vai surgir e toda essa questão irá perder relevância. Mas devemos refletir sobre as consquências disso, como você está fazendo, para tentar compreender os impactos atuais, e conscientizar as pessoas sobre a importância de relativizar e questionar os supostos "fatos óbvios e indiscutíveis" que são publicados nessas redes e apps de mensagens.
Eles sabem tudo que falamos...e vem tudo pelo GPS, e talvez pela câmara e microfone..tenta falar sobre um produto de desejo, perto do celular.Outra coisa, a inteligência artificial tenta te fazer feliz e essa felicidade leva ao egoismo e a procura de se ajustar aos modelos de consumo e de imagens que nós acreditamos.
No meu ponto de vista a pior consequência é a narcisismo extremado que levam pessoas com aparencias comuns ao desespero ( na ânsia de alcançar determinado padrã), e consequentemente, à casos sérios de depressão...
Esse é um dilema Ético! Pra que as opiniões emitidas sejam responsáveis é necessário uma base sólida de princípios e valores além de uma sociedade crítica. Mas a quem interessa uma sociedade assim? O Dilema é tão grande que me parece mais uma missão impossível!
Sobre o ponto em 8:33. Depende do algorítmo sim. Pegue como exemplo o Ifood, se não tivesse filtro, seria até mais justo para pequenos negócios, mas é necessário uma classificação que organize as opções de restaurantes porque não é possível mostrar todas as opções ao mesmo tempo, ou no caso, todas as opiniões ao mesmo tempo na tela para o usuário sobre um tema, e isso é organizado por um algorítmo. Pode até ser que use um sistema mais aleatório, porém computadores são por essencia não aleatórios, determinísticos, no máximo semi-aleatórios. E sobre essa nossa tendência em buscar visões que são próximas à nossa, o documentário também aborda talvez um pouco indiretamente, de forma que a tecnologia explicita algumas características humanas/sociais. Essas bolhas geradas pelos algorítmos só existem porque um caráter social/humano favorece isso, então eles não negaram que o ser humano por si só já tem esse problema, apenas que a tecnologia o potencializa. O whatsapp foi um bom exemplo do que quis falar, porém não se sabe se essa cultura de fake news tão forte existiria se não tivesse existido antes as bolhas ideológicas formadas pelo algorítmo. Ao meu ver, o mar de fake news no whatsapp tem crescido bastante há relativamente pouco tempo, enquanto as bolhas ideológicas já são mais antigas. Pode ser que esses consumidores de fake news migraram de outros serviços com algorítmo para o zap, já que este é mais sigiloso e as pessoas se blindam de opiniões contrárias ainda melhor que com o algorítmo, criando grupos/redes de compartilhamento só pertencentes àquela ideologia e alimentados por fake news, ganhando cada vez mais adeptos que inicialmente não estavam numa bolha gerada pelo algorítmo, se espalhando como uma doença virtual e criando bolhas ausentes de algoritmo. É uma possibilidade. Então sim, podemos considerar como resultado da "natureza" humana a questão de fake news e bolhas ideológicas, mas PODE SER que só se tornou um problema tão grave graças aos algorítmos, e esse problema se fortaleceu a ponto de agora poder ser independente deles. Não sendo assim tão certo(que é o que deu a entender pelo que vc falou) que sem o algoritmo as redes ainda sim tenderiam uma hora ou outra a causar o problema em questão.
olá, joel. parabéns pelo teu trabalho. discordo quando você fala que "o whatsapp é uma fábrica de notícias falsas". a verdadeira fábrica é a pessoa que cria e repassa a notícia falsa, utilizando o whatsapp, por exemplo, como veículo condutor da notícia. você fala isso quando diz que "o vilão é cada um de nós, a natureza humana". vejo que é sempre importante colocar a tônica da discussão na ação humana, e não na ferramenta utilizada.
Conclusão é que essas ferramentas servem como um espelho da nossa natureza. Tudo o que é belo e feio nela. Se há um pingo de maturidade em cada um de nós, devemos agradecer a essas ferramentas por proporcionar acesso ao nosso ego e a todos os tentáculos que saem dele.
Ótima reflexão, Joel! Importante vc ter tocado nesse ponto que ficou ausente do filme e que é tb preponderante: a natureza humana, que não é lá uma nobreza, e sua parte nesse cenário algo caótico.
Exatamente, estamos de frente com a natureza humana. A tecnologia só potencializa nossa essência. Nosso desenvolvimento humano não acompanha a velocidade da técnica.
Muito bom, Joel! O que tu mencionas quase no fim, a respeito do 'malvad@' que habita cada um de nós , é incrível e serve para uma reflexão muito profunda. Inclusive, volte ao tema em outros vídeos. Tem muito "pano pra manga" neste assunto. Já te seguia no Twitter e não sabia do teu canal. Abraços e bom fim de semana! :D
Não acho que as redes sociais levam a vieses de confirmação. Acho que as pessoas são assim mesmo, dificil mudar de opinião, a única mudança é que pessoas com pensamentos similares vão se achar e não se sentir sozinhos, para o bem o para o mal.
Eu concordo que a rede social por definição é problemática no quesito de radicalização ideológica, mas o algoritmo potencializa isso a enésima potência. O WhatsApp é um caso específico e não tão recorrente nos EUA, onde WhatsApp não é famoso, provavelmente por isso não estar no documentário.
É incrível a arrogancia de certas pessoas que acham que o ser humano é um imbecil que não consegue tomar conta da própria vida. Sempre estivemos sugeitos a sugestões, mesmo antes da internet.
"A natureza humana não procura a verdade, procura satisfazer seus desejos....confirmar seus preconceitos. Estar do lado vencedor, do lado do bem e se convencer que o outro lado é mal..."
Joel, eu acho que o vilão poderia ser o indivíduo, desde que ele fosse suficientemente educado para discernir, para compreender, minimamente, essa imensa e complexa coisa chamada vida e, principalmente, nos dias de hoje, com esse poder terrível e maligno do convencimento subliminar, da manipulação que robotiza ou hipnotiza cada pessoa, fazendo-a falar, fazer, agir e x a t a m e n t e como os "mestres" mandarem.
Excelente a sua reflexão. O vilão é cada um de nós que não buscamos a verdade, mas atender os nossos desejos pessoais. Adorei este vídeo, Joel. Vou até transcrever as palavras para o meu caderno de anotações.
Tenho estudado, por motivos profissionais, inteligência artificial e aprendizado de máquina. É impressionante o funcionamento, sem brincadeira, beira a magia! Recentemente descobri o filósofo Yuval Harari, e o livro "Homo Deus". Recomendo, pois mesmo conhecendo tecnicamente o funcionamento disso, eu não tinha visto ainda o todo. É uma tecnologia assustadora e que não está no futuro, já é realidade!
Joel, que bela reflexão. Quase nunca comento e não vou me alongar tanto, pode parecer obvio em uma ótica comportamentalista do ser humano. Mas o proposto, o dilema seguinte é bem interessante: "não é só o dilema das redes... como trabalhar isso, como lidar?"
Um ponto: Tristan Harris afirma (e eu corroboro) que "os algoritmos não irão involuir, eles irão ser cada vez mais eficientes por aprenderem muito rapidamente". Há 10 anos já havia um consenso no Vale do Silício de que a internet é um cérebro global. Imagine, então, programas que aprendem com sua família, com seus amigos, com seus inimigos, com seus seguidores? Produzimos e alimentamos um Ultron real. Tomara que, na realidade, nosso Ultron não compreenda que a humanidade é a grande ameaça ao planeta.
Um ponto importante que eu particularmente achei e evitar ao máximo redes sociais (celular em geral) para as crianças, é nítido o vício até mesmo de adultos ,hoje as pessoas fazem a refeição com o garfo em uma mão e o celular em outra.
Estamos melhorando cada dia mais. Hoje temos mais informação e sabemos mais sobre o que acontece de errado. Nosso instinto de sobrevivência nos faz dar mais atenção a tudo o que é negativo. Mas o ódio diminuiu muito se a gente compara com outros períodos históricos. Somos mais críticos, nos comunicamos melhor, quem antes não tinha espaço hoje tem voz e faz barulho.
Muita informação e de forma rápida mas tudo de forma superficial, acredito que isso gera várias conclusões erradas e talvez seja um motivo de tanto ódio
Não sei se dá pra chamar de ponto cego. Talvez de ponto não destacado. Existe um momento no documentário onde é falado que o problema não é a tecnologia em si, que a ameaça existencial não é o algoritmo, a ameaça é o pior da natureza humana que pode ser potencializada pelo algoritmo e também pode ser colocado a venda pra que qualquer pessoa explore esse lado das pessoas sem que exista qualquer tipo regulamentação. Basicamente é uma inteligência que sabe tudo sobre você e como te viciar no uso da rede. E essa rede tem a capacidade de despertar o pior em nós, isso sem a manipulação do algoritmo mas com o algoritmo isso chega a outros níveis.
Que análise incrível cara, achei muito interessante oque você falou sobre o whatsapp que mesmo sem o algoritmo, nós replicamos comportamentos nocivos de outras redes sociais apenas pela maldade da natureza humana.
Devia ter um órgão formado por psicólogos, neurocientistas, etc, para avaliar cada mínima funcionalidade das Redes Sociais. Pois o trem realmente vicia, transtorna o emocional e o cognitivo das pessoas.
Cada vez mais as pessoas se afastam da verdade e vão em busca de ilusões que só trazem desilusões para si mesmo e geram conflitos uns com os outros sem necessidade ...
Adoro seus comentários principalmente no Morning! Moro aqui no Canadá faz 2 anos e percebo que aqui as pessoas não usam tantas redes sociais como no Brasil; para ter uma ideia quase ninguém aqui usa o WhatsApp, e no Brasil essa rede é praticamente instrumento de trabalho. Acho que tem relação com o avanço social da sociedade local. Será que tem pesquisas que mede o avanço social com o uso das redes? Fica a questão. Grande abraço!!
A questão é que é um grande negócio que gera bilhões incentivar, manipular, disseminar por meio dessas ferramentas nossas escolhas e opiniões, em escala absurda e em tempo real!
Estou saturada com tantas informações sobre tudo, se eu vou estudar finanças me aparece umas 500 indicações de vídeos sobre esse assunto, depois eu entro no instagram e me aparece um monte de anúncios de cursos sobre finanças e o que eu faço, vou lá e clico já que eu sou curiosa e ansiosa logo penso, ah esse assunto me interessa e muitas vezes as pessoas que criam conteúdo jogam uma frase que chama atenção e a gente acaba caindo nisso e corre para ver o vídeo sem ter ao menos procurado e as horas vão passando e nós não saímos da tela e o pior é quando você assiste e acha o conteúdo ruim kk depois eu penso poxa perdi meu tempo de novo por causa dessa bendita frase chamativa. Bom é isso a internet é boa para quem sabe usa la, hoje em dia eu filtro melhor minhas pesquisas e só assisto aquilo que eu procurei, pois se você não filtrar sua mente vai vai explodir com tanta informação ao mesmo tempo.
Antonio Abujamra daria aquele gemido grego e quem teve a chance de assistir o programa Provocações da TV CULTURA sabe. Eu acredito em micro mudanças apenas. Na minha casa, no meu bairro, mas não adianta ter ambições em grande escala. Sem volta. Sabe quando uma espécie quase entra em extinção? Nosso esforço agora é de preservar o que há de sadio.
Preocupações com o vício e a distração surgiram repetidamente durante os pânicos morais do passado e devemos aceitar essas afirmações com cautela. Com cada nova forma de mídia ou meio de comunicação, a geração mais velha usa as mesmas "crianças de hoje!" medos sobre como a geração mais jovem aparentemente perdeu a capacidade de se concentrar ou raciocinar com eficácia. Por exemplo, no século passado, os críticos disseram a mesma coisa sobre a transmissão de rádio e televisão, comparando-os ao tabaco em termos de dependência e sugerindo que as empresas de mídia estavam nos “manipulando” para ouvir ou assistir. Rock and roll e música rap receberam o mesmo tratamento, e pânicos semelhantes sobre videogames ainda persistem hoje. Estranhamente, muitas elites, políticos e pais esquecem que eles também já foram crianças e que sua geração provavelmente também foi considerada irremediavelmente perdida no “vasto deserto” de qualquer que seja a tecnologia popular ou o conteúdo da época. O Pessimists Archive documentou dezenas de exemplos desse fenômeno recorrente. Cada geração passa pelo pânico do dia, apenas para se virar e começar a criticar novas mídias ou tecnologias que eles temem que possam estar apodrecendo seus filhos até o âmago. Embora esses pânicos venham e vão, o perigo real é que às vezes resultam em ações políticas concretas que censuram o conteúdo ou eliminam as opções de que o público tem acesso.
Joel gosto da forma tranquila e inteligente que vc aborda os temas, sou fã do seu trabalho e acho bacana a gente ter o sobrenome FONSECA🤣🤣 abraço de MG
Cara, penso exatamente da mesma forma. Ótimo vídeo! O Fernando Shüler escreveu uma coluna na Folha de SP sobre esse documentário e lá pelas tantas ele diz que se um eventual empresário deixar de veicular suas propagandas, outro entra no lugar e assim sucessivamente. Em suma, não existe vácuo de poder ou de influência. Muito mais do que um vilão em específico (capitalistas gananciosos), isso está diretamente relacionado com a natureza humana mesmo, com a nossa tendência de buscarmos aquilo que reforça nossas crenças e vai de encontro com nosso viés de confirmação. As redes sociais se assemelham a uma ágora virtual de sofistas, um lugar em que as pessoas não buscam por uma verdade objetiva. Acredito que o mais importante é termos lucidez e bom senso para nos policiarmos e não nos tornarmos escravos das redes.
Acredito que o documentário é sobre saber lidar de forma saudável com a tecnologia.Assim como ocorreu na década de 60 com o Livro primavera silenciosa.serve para despertar as pessoas a buscar um equilíbrio.
Concordo com isso tudo. O documentário abordou os problemas das redes de forma muito geral, mas cada uma delas tem seus potenciais negativos diferentes que precisam ser analisados. O whatsapp, como você disse, permite um compartilhamento totalmente livre de informações falsas, e o twitter permeia uma cultura de lacração sobre a argumentação, favorecendo qualquer tipo de acusação, ainda que injusta, e dificultando a defesa. E outro aspecto muito importante também que faltou ser tratado são os discursos de ódio permeados por comunidades menores e que a princípio não se definem como redes sociais, mas são muitos semelhantes. O aplicativo de memes iFunny, por exemplo, possui os mesmos mecanismos de curtidas e compartilhamentos, mas não se define simplesmente como rede social. E ele, por ter objetivo humorístico, facilita a propagação de informações e discursos completamente falsos e muitas vezes de ódio, visto que este é a base do humor.
ótimo vídeo Joel, na maioria das vezes eu discordo do seu ponto de vista, mas acho importante e saudável escutar alguém que não tem as mesmas opiniões que eu, forte abraço.
Apesar do crescente pânico público os pesquisadores ainda chegaram a não um consenso sobre se a percepção de tempo excessivo gasto na internet e engajado nas redes sociais é um transtorno comportamental viciante. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-5) não designa "dependência de internet" ou "dependência de mídia social" como um transtorno mental, mas sim uma "condição para estudos adicionais", que é notável à luz de incentivos econômicos para a profissão de psiquiatria medicalizar comportamentos problemáticos. Dada a disseminação do medo e o crescente coro de críticas tanto da esquerda quanto da direita contra as mídias sociais, é muito fácil imaginar essa questão ganhando força com políticos e legisladores médicos. Tal como acontece com outras questões impulsionadas por notícias sensacionalistas da mídia, há um risco real de que legisladores e profissionais médicos se apressem para implementar políticas que não são apoiadas por evidências. Esses tipos de políticas podem resultar em danos sociais não intencionais, não menos dos quais são violações potenciais à liberdade de imprensa, liberdade de expressão, especialmente se os fornecedores de plataformas de mídia social são demonizados como fornecedores de viciantes e, portanto, perigosos. Classificar o uso pesado da Internet como vício médico não é apenas um risco para os pacientes e os orçamentos de saúde pública, mas para as bases da liberdade de expressão e de uma sociedade livre.
O seu ponto cego é mostrado sim no documentário. Visto que até o alto executivo do Pinterst reconhece que até ele mesmo caí no que ele produziu pela manhã. E o "vilão", que no caso nem é vilão, não é o empresário que vc citou, mas sim a redes sociais que acabam ganhando vida própria e virando um dilema que precisa ser discutido por conta de suas mais diferentes problemas que afetam a humanidade.
mas amigo, qual solução mais logica nesse caso: conscientizar/educar 8 bilhões de pessoas de como usar rede social e como compartilhar somente conteúdo verídico, ou cobrar de quem criou essas ferramentas, novos ajustes nos apps para evitar um colapso social?
O documentário não descarta o fato da natureza humana ter grande influência nesse processo. Mas esse não é o ponto central do filme, que por sua vez, é a urgência da regulação dessas redes. Já que são uma coisa relativamente nova, precisamos debater formas éticas dessas empresas atuarem. Nós não controlamos a "natureza humana" mas podemos controlar as empresas, dentro de certos limites é claro.
O que está sendo ignorado nesse vídeo é que não existiriam redes sociais se não existissem grandes empresas por trás disso. Sim, a natureza humana possui várias falhas, mas elas não seriam exploradas se essas grandes empresas não tivessem criado mecanismos para esse fim visando o lucro. Tudo bem que no início, como por exemplo o Orkut, essas empresas não sabiam onde isso podia dar. Mas hoje, se uma nova rede social é criada, como por exemplo o TikTok, já é sabido quais mecanismos utilizar pra prender mais o usuário e direcioná-lo ao que a empresa quer que ele reproduza. Portanto não há esse ponto cego no documentário, uma vez que as redes sociais só existem, principalmente do tamanho e formato que elas são, porque por trás existem grandes empresários loucos para lucrarem com a atenção de qualquer um. Se elas não existissem, as falhas humanas não seria exploradas no nível que são.
Acho que eles não falam do whatsapp porque essa força grande de aplicativos de mensagem tá mais aqui no Brasil. O doc também foca no impacto das redes sociais principalmente em pessoas mais novas, por isso fala do twitter, instagram e facebook. O whats como fonte de informação é usado por um público mais velho. Acho que nem dá pra considerar o whats uma rede social, por não ter perfil principalmente. Ele é mais visto como um app de mensagens simplesmente, que nem o messenger, que é só uma parte do facebook
''Um martelo que bate o prego e constrói uma linda mansão também mata um homem." ; "Colheres não engordam, lápis não produzem erros de ortografia, armas não matam um homem" O problema não está na ferramenta, mas na maneira em que é utilizada. O Homem busca sempre uma resposta para seus erros como forma de redimi-los. No caso deste documentário vejo muito daquela máxima : Criamos problemas para lhe vender soluções !
O que vi neste documentário foi culpar muito os algoritmos onde o papel seria dos pais. Os pais precisam dialogar mais sobre a tecnologia e os filhos entenderem como funciona a lógica. Acredito que os algoritmos mais ajudam que atrapalham. A sociedade está mudando e temos que aprender a conviver com essas mudanças.
Sempre soam alarmes para mim quando as preocupações de lazer de uma criança são consideradas suspeitas. A ansiedade em relação às telas é provavelmente desencadeada porque nós, adultos, somos forçados a passar mais tempo do que gostaríamos olhando para elas; portanto, naturalmente tememos pelo que isso está causando ao cérebro de uma criança. Estamos todos tentando sair de nossas telas, fazendo hiatos nas redes sociais e excluindo contas. Os cafés nos aconselham (de forma desagradável): “Não há wi-fi! Falar um com o outro!" Há até uma crescente indústria artesanal de literatura sobre o assunto. Livros como os extremamente populares "Dez argumentos para excluir suas contas de mídia social agora mesmo", nos alertam sobre todas as maneiras pelas quais a conectividade está nos prejudicando. Relatórios começaram a surgir de como os tecnólogos do Vale do Silício estão banindo as telas de suas próprias casas . O New York Times diz que um “consenso sombrio” está começando a emergir. Um ex-funcionário do Facebook disse ao jornal que está “convencido de que o diabo mora em nossos telefones e está causando estragos em nossos filhos”. Mas, na verdade, não há consenso, escuro ou não. Até mesmo os especialistas da University College London que conduziram o estudo sobre o tempo de tela relutam em emitir diretrizes sobre onde estabelecer o limite. Definir limites diários, dizem eles, “ não é o foco certo ”. Toda a agitação também parece perder outra dimensão importante para o debate: limitar o tempo de tela pressupõe um certo grau de estabilidade econômica e capital social nas famílias que cumprem as regras. Para pais solteiros que não podem pagar por creche, para famílias isoladas de amigos ou redes de apoio, para crianças e adolescentes pegos no meio de dramas domésticos e para mulheres sufocadas por relacionamentos ou pais opressores, as telas são uma dádiva. Eles são uma janela para o mundo exterior. A tela não é apenas uma distração: é uma conversa rolante e amortecedora com o melhor amigo de uma adolescente que se mudou para um novo país. As telas podem liberar. Eles podem, como os livros fizeram para muitos em outros tempos, dar um alívio abençoado em um mundo onde existe uma pobreza de opções de lazer. Há um sopro de ascetismo elitista no pânico em relação ao tempo de tela. Tendo adquirido o que antes era tecnologia exclusiva, agora disponível para as massas, algumas pessoas parecem impelidas a se gabar por rejeitá-la. Mas apenas aqueles que têm a sorte de poder tirar ou abandonar a utilidade dos aparelhos modernos podem se dar ao luxo de moralizar. Sim, a fixação extrema na tela e o vício em mídias sociais são fenômenos preocupantes. Mas tempere isso com um pensamento para aqueles para quem o diabo não está vivendo em nossos telefones, mas banidos por eles.
Pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias. Mateus 15:19
As empresas de tecnologia dos Estados Unidos produzem empregos de alta qualidade e plataformas de comunicações colaborativas e acessíveis que são populares em todo o mundo. A Internet Association, que representa as principais empresas de tecnologia digital da América, observou que , apenas no estado de Missouri do senador Hawley, a Internet sustenta 63.000 empregos em 3.400 empresas e contribuiu com US$ 17 bilhões em PIB para o estado economia. Presumivelmente, não gostariam que esses benefícios “desaparecessem” junto com os sites de mídia social que ajudaram a gerá-los. Mas a Internet e as mídias sociais têm um impacto igualmente profundo em toda a economia dos Estados Unidos, adicionando mais de 9.000 empregos e quase 570 negócios a cada área estatística metropolitana. The Digital Economy é uma grande história de sucesso americana que causa inveja em todo o mundo, não algo a ser lamentado e menosprezado. Para quem acredita que o Facebook é uma “droga” e um “parasita”, se realmente acredita que “estaríamos melhor se o Facebook desaparecesse”, então todos vcs deveriam dar o exemplo e sair dos sites de internet.
Você é cristão ou simpatizante cara? Argumento da "natureza humana" chamou atenção. De fato, a raiz dos problemas é a nossa natureza. Parabéns pela análise.
Eu assistir *O dilema das redes*, descobri coisas que jamais imaginava no quesito manipulação. Na prática, penso exatamente igual, não tenho Instagram, meu filho não usa celular, uso 3 vezes ao dia, desativo Internet a noite, etc, tudo de maneira bem natural!
Então o filósofo não acha positivo as pessoas se politizarem!? Eu vejo esse fenômeno como uma busca pela verdade onde algumas pessoas tem convicção do que dizem e outras pessoas falando sobre algo que ainda não foi compreendido.
Joel, concordo com vc, mas não acho que o documentário deixou de abordar isso. Nos últimos 15 minutos existem 2 comentários muito fortes a respeito. O chefe da monetização de Facebook, o criador do gmail e do like dizem que as empresas funcionam como empresas, visando o lucro, mas o tipo de manipulação de quem deveria em tese regular que é o real problema. A pressão vem no sentido das empresas criarem uma "consciência" que nem os governantes tem.
O problema é q as pessoas só usam a internet em meio passivo,com redes sociais por exemplo, tem praticamente tudo na net, como grandes áreas de estudos porém ninguém usa, e eu sou um cara q tô tentando mudar um pouco.
Muito bom o complemento ao documentário, somos nós que precisamos pensar nosso modo de estar no debate público...para contribuir pensei que o uso generalizado do WhatsApp é algo do Brasil (da Índia...). Então é um app que não é tão utilizado em outros países...
na minha opinião, o wpp só fecha a bolha e potencializa o fanatismo, mas o processo de radicalização se deve, principalmente, pelos algoritmos das outras redes que recomendam conteúdos cada vez radicais, a fim de manter o usuário online.
Achei muito interessante a reflexão, mas uma coisa que eu fiquei pensado. Até que ponto não existe um algoritmo pra te viciar no wpp? Porque há muito tempo temos em todos os celulares a possibilidade de mandar mensagem para pessoas. O que mudou das mensagens para o wpp será que não foi programado para viciar mais também?
tenho que reconhecer que a humanidade está muito longe para merecer o uso da tecnologia e esses problemas que estamos lidando atualmente é sinal disso, por vezes até seria ético dizer que o aperfeiçoamento das redes sociais por conta da tecnologia da internet e todos os seu males era previsível tendo visto nosso estímulo humano de viver, pq duvidaria muito esses problemas todos existirem antes desse avanço quando a comunicação era por telefone ou carta
Boa interpretação e ponto de vista. Temos que conviver com fatos da natureza humana que não temos como evitar. Parece que o documentário sugeriu como solução a adoção de uma internet da chinesa (PCC). Sobre o WhatsApp, nele é coletado seus contatos e dados de conversa para te entregar conteúdo direcionado no Facebook e Instagram.
O que eu mais gostei do documentário, é como ele mostra como a ideia de um "discurso universal" acabou, pois cada um tem uma "timeline" completamente diferente e única, que vai constituir suas próprias narrativas de confirmação e radicalização das suas convicções. Dessa maneira não existem mais referências e acaba todo tipo de debate, pois as pessoas não partem mais dos mesmos lugares. A politica hoje está toda organizada dessa maneira, e eles chegam a afirmar que a própria democracia corre um serio perigo se as coisas continuarem assim.
Perfeito! Cabe dizer, contudo, que mesmo sem nenhum algoritmo nos empurrando numa direção, a gente cria timelines (e grupos de eco) completamente únicos tbm.
Também achei essa parte interessantíssima, porém após o vídeo passei a interpretar de forma diferente em relação a minha interpretação logo ao fim do documentário. O algoritmo que faz todo esse processe de tornar as realidades de cada pessoa a sua própria verdade, não é a causa e sim a ênfase de um comportamento já existente no ser humano.
Aproveitando o gancho do seu comentário e o do Joel, acredito que o enfoque no qual o documentário quis compartilhar está relativamente desassociado da análise do Joel (não que isso seja um problema).
Como você disse, um dos conflitos advindos das redes é a criação de "bolhas", em que eu só tenho contato com o que e quem me agrada. Esse fato, por sua vez, atenta contra a democracia porque gera polarizações, extingue o debate e o possível ponto comum entre visões diferentes.
Entretanto, a análise do Joel aponta que os usuários - ou seja, nós - (termo que, inclusive, é problematizado no documentário) que são os responsáveis por essa conjuntura. Isto é, o problema não é necessariamente as redes, mas sim a espécie humana. E é aqui que a visão do Joel se desassocia do documentário. O ponto do documentário é: as redes não são, necessariamente, as responsáveis pelas mazelas sociais, mas sim uma FERRAMENTA que as alimenta nos dias atuais. E a justificativa para tal confirmação centra-se em como elas são projetadas: algoritmos; armazenamento de dados; engenharia de configuração, dentre outros. Simplificadamente, o problema está na manipulação automatizada por intermédio dos conteúdos veiculados (os quais apenas expõem o lado mau do ser humano e, consequentemente, suscita conflitos).
Portanto, a problemática defendida ao longo do documentário apresenta-se no sentido de que as empresas necessitem de "consciência" nas programações*. Porém como “consciência” expõe-se como algo relativo e abstrato, eles apontam que as ações dessas empresas devem ser limitadas e regulamentadas, ao passo que impactam em diferentes setores na sociedade, com nas eleições, por exemplo.
*não é à toa que quem levanta esse aspecto são justamente os indivíduos que foram responsáveis pelas programações das redes como conhecemos hoje.
Resumindo: é como dizer que não existe um conceito de certo e errado
@@joelpinheirodafonsec
Verdade!
O que tu mencionas quase no fim, a respeito do *'malvad@' que habita cada um de nós* , é incrível e serve para uma reflexão muito profunda.
Inclusive, volte ao tema em outros vídeos.
Tem muito "pano pra manga" neste assunto.
Já te seguia no Twitter e não sabia do teu canal.
Abraços e bom fim de semana! :D
O irônico é no fim, nos créditos, um dos entrevistados sugere ignorar as sugestões dos algoritmos e logo vem a Netflix com "sugestões de conteúdo".
Enfim, a hipocrisia...
Sim, pensei o mesmo.
Me lembrou o movimento Hippie sendo engolido pelo consumimos deixando ser um movimento anti sistema
Sim. Ele tb pede ironicamente para o espectador seguir o perfil nas redes sociais hahaha
Acredito que a maior crítica do documentário é a transformação do usuário em produto, ou seja, alteração do modelo de mercado. Google e Facebook oferecem produtos gratuitos aos usuários, que no fim são produtos dos verdadeiros clientes deles. Para isso utilizam ferramentas de manipulação psicológica, parecido com o uso de drogas. É muito pior que Netflix.
Dou psicóloga,e atendo adolescentes e adultos.
Às crianças estão deixando de viver para entrar nesse mundo. Obrigada por essa ajuda.
Deletei meu instagram em dezembro de 2019. Não tenho facebook nem Twitter. Únicas redes sociais minhas são o whatsapp(mais por questões de trabalho) e youtube. Desafio qualquer um que ler esse comentário a ficar um mes sem redes sociais, e depois disso, desejar usá-las novamente. Mas não basta somente abandonar elas, mas junto a isso construir uma rotina que ocupe voce, de forma produtiva e saudável. Caso contrário somente estaremos trocando um vício por outro. Hoje somente vejo sentido em criar um instagram para fins comerciais, caso contrário, perda de tempo.
Fiquei sem face e insta por um ano, realmente foi muito bom nesse ano, comecei a ler mais, ganhei bolsa integral pra faculdade e melhorei na guitarra, tive mais tempo para minhas coisas, recentemente voltei somente ao insta, 0 fotos, seguindo somente perfis acadêmicos, perfil de eventos de livros e shows q gosto, dicas de inglês, nada de blogueirinhos. N tenho vontade de voltar pro face, nesse ano sem as redes, creio que tudo é questão de equilíbrio, insta é uma ferramenta, dependendo do modo q se usa, pode ser util.. mas acho q o q mais se tem nessas redes, são pessoas vendo coisas q n vão agregar em nada, podendo até causar problemas mentais. Enfim, eu uso dessa forma! , Notificações desativadas, abraço!
Não tenho Facebook há anos e estou há três meses sem instagram. Tem sido libertador, me identifiquei com seu comentário, também só tenho o WhatsApp (pouquíssimos grupos) e RUclips (filtro o conteúdo que vou “consumir”). Percebi que eu estava desejando coisas que normalmente não desejaria, tendo opiniões manipuladas por grandes perfis ( mídia ninja e quebrando o Tabu, por exemplo) enfim, mas o que mais me incomodou ao ponto de sair deste falso mundo perfeito foi a exposição, me via postando muuuuita coisa do meu dia a dia, e na real, ninguém se importa!!!! As pessoas estão ali simplesmente para bisbilhotar a vida das outras, curiar apenas! É um verdadeiro mundo das comparações.
E realmente, se não for perfil comercial, perda de tempo!!
Tbm tou só no RUclips e whatsapp...
Só tenho Linkedin. Tive Orkut (lembra?) por dois meses e por um tempo Facebook. Nunca tive Insta ou Twitter. Acho insuportável rede social.
@@brunoteixeira9370 muito legal o seu depoimento. Também busco usar todo esse tempo que ganhei investindo em coisas voltadas para o meu próprio crescimento. Realmente, tudo é uma questão de equilíbrio. No meu caso achei mais pertinente excluir, mas isso é algo para reflexão de cada um. Quanto a esse mesmo equilibrio, há uma linha muito tenue entre ele e o vício na rede. É literalmente uma droga virtual.
Joel: não usar o celular antes de dormir.
Eu: assistindo o vídeo que acabou de sair 1h da manhã
kkkkkkk eu pensei o msm
Sou parte do sistema. Não há saída. Tá tudo dominado.
@@joelpinheirodafonsec Eita cabrão!!!
Eu
Tb
"O vilão é a própria natureza humana, que não procura a verdade e sim satisfazer os seus desejos, confirmar os seus preconceitos, estar do lado vencedor e se convencer que o outro lado é do mau. Nesse sentido, como é que a gente lida com a natureza humana nesse novo meio que as redes sociais criaram, em que a informação é abundante, circula livremente e pode ser criada por cada um de nós?"
Joel Pinheiro.
Um dos episódios do Black Mirror já falava disso há mais tempo, acredito que a primeira temporada. Já me deixou preocupada com isso
Verdade, Black Mirror é muito sinistro. Deixa a gente refletindo sobre como somos manipulados e influenciados pelas tecnologias. Assisti todas as temporadas.
Sim! Nosedive o nome. Esse tema já foi muito martelado, tem até outro documentário da Netflix também muito bem produzido que aborda muito bem o tema e reforça o exemplo da treta lá da Cambridge Analytica com as eleições dos EUA e de outros países como o Brasil (Privacidade Hackeada, se eu não me engano).
O nome do episódio é hated in the nation
👏🏾👏🏾👏🏾
Queda livre
Deixei de usar Facebook em 2017 e foi uma das melhores coisas que eu já fiz, por esse motivo nunca criei um twitter. Hoje em dia só uso o RUclips pra consumir conteúdo sobre games e vídeos ensaio (ou parecidos, como esse) e o Instagram pra ver uns memes. Acho que tô bem assim, não quero ser radical demais e nem ser um viciado em redes sociais.
Eu tenho uma pequena regrinha com relação a internet, se eu não fui atrás de um conteúdo eu provavelmente não preciso dele.
Entendo que, não podemos ser tão ingênuos ao ponto de achar que as redes só estão colocando em evidência, o mal que está no ser humano. Justamente, por saber que somos inclinados para o mal, precisa ter um certo controle ou várias regulamentações, o quanto antes. Elas trouxeram resultados bons, mas, ultimamente, está me dando um certo medo em ver, elas sendo usadas por pessoas inescrupulosas. E quem está ganhando no meio de tanto prejuízo emocional e material, são essas grandes empresas.
Joel, acho que você esta correto ao afirmar que existe questões problemáticas inerentes ao seres humanos, mas eu não vejo que isso invalida ou mesmo diminui o argumento central do documentário que é a escala e os efeitos da manipulação automatizada de conteúdo que reforcem nosso lado ruim. Veja, nós sempre fomos manipulados em algum grau. De fato, essa capacidade em alguma medida pode explicar o sucesso da raça humana frente outros animais sociais. O que acontece com as redes sociais é que elas precisam se justificar financeiramente independente dos meios utilizados para isso, o que inclui o monitoramento, captura e modelagem de sua psiquê baseado nos dados que vocês gera nessas redes. Isso amplificado na escala de bilhões de usuários é algo que nunca existiu. Existe um consenso se formando que é necessário algum tipo de regulamentação e métodos de transparência , acesso e controle de nossos dados pessoais - o documentário acerta em cheio nesse ponto.
😊
Muito equilibrado e racional Joel. Sua opinião me ajudou a ver mais claramente esse lado das redes, que embora eu já tivesse notado, não tinha parado pra refletir. Em relação a natureza humana, creio que a forma mais eficaz de muda-la individualmente é através de Cristo. E de ter uma humanidade toda transformada é com a sua segunda vinda, até lá teremos sempre esse tipo de situação.
O que eu acho mais interessante do doc é quando uma moça, acho que é psiquiatra ou neuro cientista, fala sobre como o nosso sistema interno de recompensa é ativado pelas validações que outras pessoas nos dão. Isso é um mecanismo que fazia sentido evolutivamente, pra motivar a cooperação, mas nunca a gente teve que lidar com a validação ou reprovação de milhares de pessoas ao mesmo tempo. É como estar no palco de teatro o tempo todo, que pode estar vazio ou cheio, fazendo você se sentir a melhor pessoa do mundo ou a pior. Eu, pessoalmente, não tenho cabeça pra lidar com isso.
Muito bom, Joel. Você tocou em um ponto que vários outros comentaristas não perceberam ou não quiseram mencionar. Há a questão do vício, que existe no cigarro, na bebida, nas drogas, nos video-games, nas novelas e séries (o cliffhanger do final e as cenas dos próximos capítulos são formas de nos manter presos e querendo voltar). É uma espécie de "fidelização" voluntária. Há a questão dos algoritmos e dos processos de seleção do conteúdo que será apresentado para cada usuário, em qual ordem, em qual frequência, sobre quais temas. Com a quantidade imensa de informação que é coletada das mais diversas fontes sobre cada usuário fica mais fácil garimpar, ordenar, filtrar, selecionar, processar, organizar, agregar esses dados para formar um perfil psicológico e de consumo do sujeito. Creio que nunca antes tenha sido possível caracterizar uma pessoa com tanta precisão e poder fazer isso em escala global. É uma espécie de revolução industrial de pessoas, em que ao fim da linha de montagem cada um sai com um modelo de si, um simulacro, que pode ser utilizado para os mais diversos tipos de experiência. Só que isso também já era feito antes da internet com as pesquisas de mercado e a tentativa de definição de nichos e de público alvo, claro que sem essa granularidade. O fenômeno da circulação de informações em listas e grupos privados, que não é abordado pelo documentário, também não é algo novo. Antes, havia sociedades secretas, em que os membros discutiam as mais estapafúrdias ideias, geralmente de ódio e segregação; havia fã clubes de comic books e gibis que se reuniam periodicamente; clubes de leitura, clubes de senhoras para o chá das 5, clubes de baralho, grêmios de estudantes. A questão é que era tudo muito restrito e pequeno, até mesmo pela necessidade de espaço físico para reuniões presenciais. Aí vieram os BBSs e os ICQs, as salas de bate-papo e os fóruns. As informações estavam fuindo cada vez mais rapidamente e atingindo cada vez mais pessoas, que não precisavam mais se reunir no mesmo local para conversar. A praga dessas reuniões de família ou clubes, em petit comité, sempre foi a chamada "fofoca". Isso se multiplicou exponencialmente na medida em que a quantidade de canais, de fontes diferentes, de usuários, também crescia na mesma cadência. Para tornar o processo ainda mais intenso, entraram os robôs, sistemas automatizados que enviam milhares de mensagens o dia inteiro para milhões de recipientes que acabam virando fontes que as pessoas usam em seus apps de mensagens. Claro que temos de estudar esse fenômeno sobre o ponto de vista sociológico e psicológico. Isso vai dar origem a muitas teses de mestrado e doutorado agora e no futuro. Da mesma forma que o rádio foi considerado algo viciante na sua época, a televisão iria acabar com o hábito das famílias comerem juntas à mesa e os video-games iriam corromper a juventude, juntamente com o rock and roll (coisa do "demônio", kkkkk), a internet e as redes sociais hoje são a bola da vez. A sociedade vai acabar por causa disso? Não! É o fim do mundo? Não! Eu acredito que, em alguma altura, algo novo e diferente vai surgir e toda essa questão irá perder relevância. Mas devemos refletir sobre as consquências disso, como você está fazendo, para tentar compreender os impactos atuais, e conscientizar as pessoas sobre a importância de relativizar e questionar os supostos "fatos óbvios e indiscutíveis" que são publicados nessas redes e apps de mensagens.
Pessoas educadas não são influenciadas, pessoas que pensam que o são, sim.
Eles sabem tudo que falamos...e vem tudo pelo GPS, e talvez pela câmara e microfone..tenta falar sobre um produto de desejo, perto do celular.Outra coisa, a inteligência artificial tenta te fazer feliz e essa felicidade leva ao egoismo e a procura de se ajustar aos modelos de consumo e de imagens que nós acreditamos.
No meu ponto de vista a pior consequência é a narcisismo extremado que levam pessoas com aparencias comuns ao desespero ( na ânsia de alcançar determinado padrã), e consequentemente, à casos sérios de depressão...
Esse é um dilema Ético! Pra que as opiniões emitidas sejam responsáveis é necessário uma base sólida de princípios e valores além de uma sociedade crítica. Mas a quem interessa uma sociedade assim? O Dilema é tão grande que me parece mais uma missão impossível!
Sobre o ponto em 8:33. Depende do algorítmo sim. Pegue como exemplo o Ifood, se não tivesse filtro, seria até mais justo para pequenos negócios, mas é necessário uma classificação que organize as opções de restaurantes porque não é possível mostrar todas as opções ao mesmo tempo, ou no caso, todas as opiniões ao mesmo tempo na tela para o usuário sobre um tema, e isso é organizado por um algorítmo. Pode até ser que use um sistema mais aleatório, porém computadores são por essencia não aleatórios, determinísticos, no máximo semi-aleatórios.
E sobre essa nossa tendência em buscar visões que são próximas à nossa, o documentário também aborda talvez um pouco indiretamente, de forma que a tecnologia explicita algumas características humanas/sociais. Essas bolhas geradas pelos algorítmos só existem porque um caráter social/humano favorece isso, então eles não negaram que o ser humano por si só já tem esse problema, apenas que a tecnologia o potencializa.
O whatsapp foi um bom exemplo do que quis falar, porém não se sabe se essa cultura de fake news tão forte existiria se não tivesse existido antes as bolhas ideológicas formadas pelo algorítmo. Ao meu ver, o mar de fake news no whatsapp tem crescido bastante há relativamente pouco tempo, enquanto as bolhas ideológicas já são mais antigas. Pode ser que esses consumidores de fake news migraram de outros serviços com algorítmo para o zap, já que este é mais sigiloso e as pessoas se blindam de opiniões contrárias ainda melhor que com o algorítmo, criando grupos/redes de compartilhamento só pertencentes àquela ideologia e alimentados por fake news, ganhando cada vez mais adeptos que inicialmente não estavam numa bolha gerada pelo algorítmo, se espalhando como uma doença virtual e criando bolhas ausentes de algoritmo. É uma possibilidade. Então sim, podemos considerar como resultado da "natureza" humana a questão de fake news e bolhas ideológicas, mas PODE SER que só se tornou um problema tão grave graças aos algorítmos, e esse problema se fortaleceu a ponto de agora poder ser independente deles. Não sendo assim tão certo(que é o que deu a entender pelo que vc falou) que sem o algoritmo as redes ainda sim tenderiam uma hora ou outra a causar o problema em questão.
olá, joel. parabéns pelo teu trabalho.
discordo quando você fala que "o whatsapp é uma fábrica de notícias falsas". a verdadeira fábrica é a pessoa que cria e repassa a notícia falsa, utilizando o whatsapp, por exemplo, como veículo condutor da notícia. você fala isso quando diz que "o vilão é cada um de nós, a natureza humana".
vejo que é sempre importante colocar a tônica da discussão na ação humana, e não na ferramenta utilizada.
Conclusão é que essas ferramentas servem como um espelho da nossa natureza. Tudo o que é belo e feio nela. Se há um pingo de maturidade em cada um de nós, devemos agradecer a essas ferramentas por proporcionar acesso ao nosso ego e a todos os tentáculos que saem dele.
Ótima reflexão, Joel! Importante vc ter tocado nesse ponto que ficou ausente do filme e que é tb preponderante: a natureza humana, que não é lá uma nobreza, e sua parte nesse cenário algo caótico.
Exatamente, estamos de frente com a natureza humana. A tecnologia só potencializa nossa essência. Nosso desenvolvimento humano não acompanha a velocidade da técnica.
Muito bom, Joel!
O que tu mencionas quase no fim, a respeito do 'malvad@' que habita cada um de nós , é incrível e serve para uma reflexão muito profunda.
Inclusive, volte ao tema em outros vídeos.
Tem muito "pano pra manga" neste assunto.
Já te seguia no Twitter e não sabia do teu canal.
Abraços e bom fim de semana! :D
Muito obrigado por mais um vídeo, Joel! 👊🏻
Não acho que as redes sociais levam a vieses de confirmação. Acho que as pessoas são assim mesmo, dificil mudar de opinião, a única mudança é que pessoas com pensamentos similares vão se achar e não se sentir sozinhos, para o bem o para o mal.
Eu concordo que a rede social por definição é problemática no quesito de radicalização ideológica, mas o algoritmo potencializa isso a enésima potência. O WhatsApp é um caso específico e não tão recorrente nos EUA, onde WhatsApp não é famoso, provavelmente por isso não estar no documentário.
É incrível a arrogancia de certas pessoas que acham que o ser humano é um imbecil que não consegue tomar conta da própria vida. Sempre estivemos sugeitos a sugestões, mesmo antes da internet.
"A natureza humana não procura a verdade, procura satisfazer seus desejos....confirmar seus preconceitos. Estar do lado vencedor, do lado do bem e se convencer que o outro lado é mal..."
Joel, eu acho que o vilão poderia ser o indivíduo, desde que ele fosse suficientemente educado para discernir, para compreender, minimamente, essa imensa e complexa coisa chamada vida e, principalmente, nos dias de hoje, com esse poder terrível e maligno do convencimento subliminar, da manipulação que robotiza ou hipnotiza cada pessoa, fazendo-a falar, fazer, agir e x a t a m e n t e como os "mestres" mandarem.
Excelente a sua reflexão. O vilão é cada um de nós que não buscamos a verdade, mas atender os nossos desejos pessoais. Adorei este vídeo, Joel. Vou até transcrever as palavras para o meu caderno de anotações.
Tomar está consciência é um começo.....SE PERGUNTAR SEMPRE SE QUERO A VERDADE OU SE QUERO ESTAR CERTO
Parabéns pelo vídeo! Ponto de vista muito inteligente e reflexivo, tanto quanto o próprio documentário.
Massa Joel, gostei de seu comentário, vim ver um ponto de vista diferente, gostei muito do seu ponto de vista, muito esclarecedor! parabéns
Ótimo vídeo Joel...!!! Parabéns. 👏👏👏👏
A sua constatação sobre parte da essência humana foi perfeita.
Tenho estudado, por motivos profissionais, inteligência artificial e aprendizado de máquina. É impressionante o funcionamento, sem brincadeira, beira a magia! Recentemente descobri o filósofo Yuval Harari, e o livro "Homo Deus". Recomendo, pois mesmo conhecendo tecnicamente o funcionamento disso, eu não tinha visto ainda o todo. É uma tecnologia assustadora e que não está no futuro, já é realidade!
Joel, que bela reflexão. Quase nunca comento e não vou me alongar tanto, pode parecer obvio em uma ótica comportamentalista do ser humano. Mas o proposto, o dilema seguinte é bem interessante: "não é só o dilema das redes... como trabalhar isso, como lidar?"
Um ponto: Tristan Harris afirma (e eu corroboro) que "os algoritmos não irão involuir, eles irão ser cada vez mais eficientes por aprenderem muito rapidamente". Há 10 anos já havia um consenso no Vale do Silício de que a internet é um cérebro global. Imagine, então, programas que aprendem com sua família, com seus amigos, com seus inimigos, com seus seguidores? Produzimos e alimentamos um Ultron real. Tomara que, na realidade, nosso Ultron não compreenda que a humanidade é a grande ameaça ao planeta.
Um ponto importante que eu particularmente achei e evitar ao máximo redes sociais (celular em geral) para as crianças, é nítido o vício até mesmo de adultos ,hoje as pessoas fazem a refeição com o garfo em uma mão e o celular em outra.
Tudo muito pensado para nos manter dentro delas. O lance do "digitando....." nunca tinha prestado atenção como gera uma expectativa. Ótimo vídeo.
Estamos melhorando cada dia mais. Hoje temos mais informação e sabemos mais sobre o que acontece de errado. Nosso instinto de sobrevivência nos faz dar mais atenção a tudo o que é negativo. Mas o ódio diminuiu muito se a gente compara com outros períodos históricos. Somos mais críticos, nos comunicamos melhor, quem antes não tinha espaço hoje tem voz e faz barulho.
Joel, seu canal é interessantíssimo, ganhou mais um escrito. Me permita dar uma dica, que é colocar mais 1 luz do seu lado esquerdo. Abraço!
Ola Joel. Mandou muito bem. Concordo c vc. Um dos desafios é cono vamos lidar com nossaa natureza humana com as redes sociais que criamos. Excelente.
Muita informação e de forma rápida mas tudo de forma superficial, acredito que isso gera várias conclusões erradas e talvez seja um motivo de tanto ódio
Realmente o maior dilema das redes é esse emaranhado de opiniões individualistas e egoístas que são nomeadas como verdades.
Joel, vc é fantástico.
Pelo amor de Deus, se algum dia vc vim em BH, vamos sentar num boteco e conversar sobre a vida. Eu pago a conta do boteco.
Não sei se dá pra chamar de ponto cego. Talvez de ponto não destacado. Existe um momento no documentário onde é falado que o problema não é a tecnologia em si, que a ameaça existencial não é o algoritmo, a ameaça é o pior da natureza humana que pode ser potencializada pelo algoritmo e também pode ser colocado a venda pra que qualquer pessoa explore esse lado das pessoas sem que exista qualquer tipo regulamentação. Basicamente é uma inteligência que sabe tudo sobre você e como te viciar no uso da rede. E essa rede tem a capacidade de despertar o pior em nós, isso sem a manipulação do algoritmo mas com o algoritmo isso chega a outros níveis.
O documentário chama muito para reflexão. Cabe a vc decidir se vai consumir aquilo e de que forma.
No final eles brincam sobre nos siga etc
Que análise incrível cara, achei muito interessante oque você falou sobre o whatsapp que mesmo sem o algoritmo, nós replicamos comportamentos nocivos de outras redes sociais apenas pela maldade da natureza humana.
Há uma série maravilhosa a respeito do tema: person of interest.
Devia ter um órgão formado por psicólogos, neurocientistas, etc, para avaliar cada mínima funcionalidade das Redes Sociais. Pois o trem realmente vicia, transtorna o emocional e o cognitivo das pessoas.
nossa,eu precisava ver esse video,gostei muito da sua sinceridade,gratidão viu? vou me inscrever pra ver os videos novos
Santos Dumont se matou, triste por ver o avião usado para a Guerra... Tecnologia pode trazer à tona o que temos de PIOR...
Cada vez mais as pessoas se afastam da verdade e vão em busca de ilusões que só trazem desilusões para si mesmo e geram conflitos uns com os outros sem necessidade ...
O botão do like é apenas a expressão do que sempre fomos adaptado para as redes sociais. Um sorriso ao vivo é um like
Adoro seus comentários principalmente no Morning! Moro aqui no Canadá faz 2 anos e percebo que aqui as pessoas não usam tantas redes sociais como no Brasil; para ter uma ideia quase ninguém aqui usa o WhatsApp, e no Brasil essa rede é praticamente instrumento de trabalho. Acho que tem relação com o avanço social da sociedade local. Será que tem pesquisas que mede o avanço social com o uso das redes? Fica a questão. Grande abraço!!
Acho que a educação faz diferença
Excelente avaliação! Obrigado!!!
A questão é que é um grande negócio que gera bilhões incentivar, manipular, disseminar por meio dessas ferramentas nossas escolhas e opiniões, em escala absurda e em tempo real!
Estou saturada com tantas informações sobre tudo, se eu vou estudar finanças me aparece umas 500 indicações de vídeos sobre esse assunto, depois eu entro no instagram e me aparece um monte de anúncios de cursos sobre finanças e o que eu faço, vou lá e clico já que eu sou curiosa e ansiosa logo penso, ah esse assunto me interessa e muitas vezes as pessoas que criam conteúdo jogam uma frase que chama atenção e a gente acaba caindo nisso e corre para ver o vídeo sem ter ao menos procurado e as horas vão passando e nós não saímos da tela e o pior é quando você assiste e acha o conteúdo ruim kk depois eu penso poxa perdi meu tempo de novo por causa dessa bendita frase chamativa. Bom é isso a internet é boa para quem sabe usa la, hoje em dia eu filtro melhor minhas pesquisas e só assisto aquilo que eu procurei, pois se você não filtrar sua mente vai vai explodir com tanta informação ao mesmo tempo.
Vai praticar atividades físicas, lêr um livro...viajar...ter experiências reais junto a sociedade e a natureza.
Antonio Abujamra daria aquele gemido grego e quem teve a chance de assistir o programa Provocações da TV CULTURA sabe.
Eu acredito em micro mudanças apenas. Na minha casa, no meu bairro, mas não adianta ter ambições em grande escala. Sem volta. Sabe quando uma espécie quase entra em extinção? Nosso esforço agora é de preservar o que há de sadio.
Preocupações com o vício e a distração surgiram repetidamente durante os pânicos morais do passado e devemos aceitar essas afirmações com cautela. Com cada nova forma de mídia ou meio de comunicação, a geração mais velha usa as mesmas "crianças de hoje!" medos sobre como a geração mais jovem aparentemente perdeu a capacidade de se concentrar ou raciocinar com eficácia.
Por exemplo, no século passado, os críticos disseram a mesma coisa sobre a transmissão de rádio e televisão, comparando-os ao tabaco em termos de dependência e sugerindo que as empresas de mídia estavam nos “manipulando” para ouvir ou assistir. Rock and roll e música rap receberam o mesmo tratamento, e pânicos semelhantes sobre videogames ainda persistem hoje.
Estranhamente, muitas elites, políticos e pais esquecem que eles também já foram crianças e que sua geração provavelmente também foi considerada irremediavelmente perdida no “vasto deserto” de qualquer que seja a tecnologia popular ou o conteúdo da época. O Pessimists Archive documentou dezenas de exemplos desse fenômeno recorrente. Cada geração passa pelo pânico do dia, apenas para se virar e começar a criticar novas mídias ou tecnologias que eles temem que possam estar apodrecendo seus filhos até o âmago. Embora esses pânicos venham e vão, o perigo real é que às vezes resultam em ações políticas concretas que censuram o conteúdo ou eliminam as opções de que o público tem acesso.
Joel gosto da forma tranquila e inteligente que vc aborda os temas, sou fã do seu trabalho e acho bacana a gente ter o sobrenome FONSECA🤣🤣 abraço de MG
Cara... Perfeito... O problema é e sempre será a nossa natureza... Naturalmente ruim até a última instância... Belo dilema...
Cara, penso exatamente da mesma forma. Ótimo vídeo!
O Fernando Shüler escreveu uma coluna na Folha de SP sobre esse documentário e lá pelas tantas ele diz que se um eventual empresário deixar de veicular suas propagandas, outro entra no lugar e assim sucessivamente. Em suma, não existe vácuo de poder ou de influência.
Muito mais do que um vilão em específico (capitalistas gananciosos), isso está diretamente relacionado com a natureza humana mesmo, com a nossa tendência de buscarmos aquilo que reforça nossas crenças e vai de encontro com nosso viés de confirmação. As redes sociais se assemelham a uma ágora virtual de sofistas, um lugar em que as pessoas não buscam por uma verdade objetiva.
Acredito que o mais importante é termos lucidez e bom senso para nos policiarmos e não nos tornarmos escravos das redes.
muito bom, ouço vc no Morning,
Acredito que o documentário é sobre saber lidar de forma saudável com a tecnologia.Assim como ocorreu na década de 60 com o Livro primavera silenciosa.serve para despertar as pessoas a buscar um equilíbrio.
Concordo com isso tudo. O documentário abordou os problemas das redes de forma muito geral, mas cada uma delas tem seus potenciais negativos diferentes que precisam ser analisados. O whatsapp, como você disse, permite um compartilhamento totalmente livre de informações falsas, e o twitter permeia uma cultura de lacração sobre a argumentação, favorecendo qualquer tipo de acusação, ainda que injusta, e dificultando a defesa. E outro aspecto muito importante também que faltou ser tratado são os discursos de ódio permeados por comunidades menores e que a princípio não se definem como redes sociais, mas são muitos semelhantes. O aplicativo de memes iFunny, por exemplo, possui os mesmos mecanismos de curtidas e compartilhamentos, mas não se define simplesmente como rede social. E ele, por ter objetivo humorístico, facilita a propagação de informações e discursos completamente falsos e muitas vezes de ódio, visto que este é a base do humor.
ótimo vídeo Joel, na maioria das vezes eu discordo do seu ponto de vista, mas acho importante e saudável escutar alguém que não tem as mesmas opiniões que eu, forte abraço.
Apesar do crescente pânico público os pesquisadores ainda chegaram a não um consenso sobre se a percepção de tempo excessivo gasto na internet e engajado nas redes sociais é um transtorno comportamental viciante. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-5) não designa "dependência de internet" ou "dependência de mídia social" como um transtorno mental, mas sim uma "condição para estudos adicionais", que é notável à luz de incentivos econômicos para a profissão de psiquiatria medicalizar comportamentos problemáticos.
Dada a disseminação do medo e o crescente coro de críticas tanto da esquerda quanto da direita contra as mídias sociais, é muito fácil imaginar essa questão ganhando força com políticos e legisladores médicos. Tal como acontece com outras questões impulsionadas por notícias sensacionalistas da mídia, há um risco real de que legisladores e profissionais médicos se apressem para implementar políticas que não são apoiadas por evidências. Esses tipos de políticas podem resultar em danos sociais não intencionais, não menos dos quais são violações potenciais à liberdade de imprensa, liberdade de expressão, especialmente se os fornecedores de plataformas de mídia social são demonizados como fornecedores de viciantes e, portanto, perigosos. Classificar o uso pesado da Internet como vício médico não é apenas um risco para os pacientes e os orçamentos de saúde pública, mas para as bases da liberdade de expressão e de uma sociedade livre.
Belo insight... complementa bem o doc!
O seu ponto cego é mostrado sim no documentário. Visto que até o alto executivo do Pinterst reconhece que até ele mesmo caí no que ele produziu pela manhã. E o "vilão", que no caso nem é vilão, não é o empresário que vc citou, mas sim a redes sociais que acabam ganhando vida própria e virando um dilema que precisa ser discutido por conta de suas mais diferentes problemas que afetam a humanidade.
Genial sua reflexão.
Muito boa reflexão, Joel. Parabéns
mas amigo, qual solução mais logica nesse caso: conscientizar/educar 8 bilhões de pessoas de como usar rede social e como compartilhar somente conteúdo verídico, ou cobrar de quem criou essas ferramentas, novos ajustes nos apps para evitar um colapso social?
Ótima Reflexão !!!
O documentário não descarta o fato da natureza humana ter grande influência nesse processo. Mas esse não é o ponto central do filme, que por sua vez, é a urgência da regulação dessas redes. Já que são uma coisa relativamente nova, precisamos debater formas éticas dessas empresas atuarem. Nós não controlamos a "natureza humana" mas podemos controlar as empresas, dentro de certos limites é claro.
O que está sendo ignorado nesse vídeo é que não existiriam redes sociais se não existissem grandes empresas por trás disso. Sim, a natureza humana possui várias falhas, mas elas não seriam exploradas se essas grandes empresas não tivessem criado mecanismos para esse fim visando o lucro. Tudo bem que no início, como por exemplo o Orkut, essas empresas não sabiam onde isso podia dar. Mas hoje, se uma nova rede social é criada, como por exemplo o TikTok, já é sabido quais mecanismos utilizar pra prender mais o usuário e direcioná-lo ao que a empresa quer que ele reproduza. Portanto não há esse ponto cego no documentário, uma vez que as redes sociais só existem, principalmente do tamanho e formato que elas são, porque por trás existem grandes empresários loucos para lucrarem com a atenção de qualquer um. Se elas não existissem, as falhas humanas não seria exploradas no nível que são.
Acho que eles não falam do whatsapp porque essa força grande de aplicativos de mensagem tá mais aqui no Brasil. O doc também foca no impacto das redes sociais principalmente em pessoas mais novas, por isso fala do twitter, instagram e facebook. O whats como fonte de informação é usado por um público mais velho. Acho que nem dá pra considerar o whats uma rede social, por não ter perfil principalmente. Ele é mais visto como um app de mensagens simplesmente, que nem o messenger, que é só uma parte do facebook
''Um martelo que bate o prego e constrói uma linda mansão também mata um homem." ; "Colheres não engordam, lápis não produzem erros de ortografia, armas não matam um homem"
O problema não está na ferramenta, mas na maneira em que é utilizada. O Homem busca sempre uma resposta para seus erros como forma de redimi-los. No caso deste documentário vejo muito daquela máxima : Criamos problemas para lhe vender soluções !
Que video excepcional!!!!!!
O que vi neste documentário foi culpar muito os algoritmos onde o papel seria dos pais. Os pais precisam dialogar mais sobre a tecnologia e os filhos entenderem como funciona a lógica. Acredito que os algoritmos mais ajudam que atrapalham. A sociedade está mudando e temos que aprender a conviver com essas mudanças.
Sempre soam alarmes para mim quando as preocupações de lazer de uma criança são consideradas suspeitas. A ansiedade em relação às telas é provavelmente desencadeada porque nós, adultos, somos forçados a passar mais tempo do que gostaríamos olhando para elas; portanto, naturalmente tememos pelo que isso está causando ao cérebro de uma criança.
Estamos todos tentando sair de nossas telas, fazendo hiatos nas redes sociais e excluindo contas. Os cafés nos aconselham (de forma desagradável): “Não há wi-fi! Falar um com o outro!" Há até uma crescente indústria artesanal de literatura sobre o assunto. Livros como os extremamente populares "Dez argumentos para excluir suas contas de mídia social agora mesmo", nos alertam sobre todas as maneiras pelas quais a conectividade está nos prejudicando. Relatórios começaram a surgir de como os tecnólogos do Vale do Silício estão banindo as telas de suas próprias casas . O New York Times diz que um “consenso sombrio” está começando a emergir. Um ex-funcionário do Facebook disse ao jornal que está “convencido de que o diabo mora em nossos telefones e está causando estragos em nossos filhos”.
Mas, na verdade, não há consenso, escuro ou não. Até mesmo os especialistas da University College London que conduziram o estudo sobre o tempo de tela relutam em emitir diretrizes sobre onde estabelecer o limite. Definir limites diários, dizem eles, “ não é o foco certo ”.
Toda a agitação também parece perder outra dimensão importante para o debate: limitar o tempo de tela pressupõe um certo grau de estabilidade econômica e capital social nas famílias que cumprem as regras. Para pais solteiros que não podem pagar por creche, para famílias isoladas de amigos ou redes de apoio, para crianças e adolescentes pegos no meio de dramas domésticos e para mulheres sufocadas por relacionamentos ou pais opressores, as telas são uma dádiva. Eles são uma janela para o mundo exterior. A tela não é apenas uma distração: é uma conversa rolante e amortecedora com o melhor amigo de uma adolescente que se mudou para um novo país. As telas podem liberar. Eles podem, como os livros fizeram para muitos em outros tempos, dar um alívio abençoado em um mundo onde existe uma pobreza de opções de lazer.
Há um sopro de ascetismo elitista no pânico em relação ao tempo de tela. Tendo adquirido o que antes era tecnologia exclusiva, agora disponível para as massas, algumas pessoas parecem impelidas a se gabar por rejeitá-la. Mas apenas aqueles que têm a sorte de poder tirar ou abandonar a utilidade dos aparelhos modernos podem se dar ao luxo de moralizar. Sim, a fixação extrema na tela e o vício em mídias sociais são fenômenos preocupantes. Mas tempere isso com um pensamento para aqueles para quem o diabo não está vivendo em nossos telefones, mas banidos por eles.
Pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias.
Mateus 15:19
Uma de suas melhores análises, parabéns!
As empresas de tecnologia dos Estados Unidos produzem empregos de alta qualidade e plataformas de comunicações colaborativas e acessíveis que são populares em todo o mundo. A Internet Association, que representa as principais empresas de tecnologia digital da América, observou que , apenas no estado de Missouri do senador Hawley, a Internet sustenta 63.000 empregos em 3.400 empresas e contribuiu com US$ 17 bilhões em PIB para o estado economia. Presumivelmente, não gostariam que esses benefícios “desaparecessem” junto com os sites de mídia social que ajudaram a gerá-los.
Mas a Internet e as mídias sociais têm um impacto igualmente profundo em toda a economia dos Estados Unidos, adicionando mais de 9.000 empregos e quase 570 negócios a cada área estatística metropolitana. The Digital Economy é uma grande história de sucesso americana que causa inveja em todo o mundo, não algo a ser lamentado e menosprezado.
Para quem acredita que o Facebook é uma “droga” e um “parasita”, se realmente acredita que “estaríamos melhor se o Facebook desaparecesse”, então todos vcs deveriam dar o exemplo e sair dos sites de internet.
Você é cristão ou simpatizante cara? Argumento da "natureza humana" chamou atenção. De fato, a raiz dos problemas é a nossa natureza. Parabéns pela análise.
Boa Joel gostei!!!!Buscamos nossas próprias afirmações!
Ótima reflexão!
Eu assistir *O dilema das redes*, descobri coisas que jamais imaginava no quesito manipulação. Na prática, penso exatamente igual, não tenho Instagram, meu filho não usa celular, uso 3 vezes ao dia, desativo Internet a noite, etc, tudo de maneira bem natural!
Então o filósofo não acha positivo as pessoas se politizarem!? Eu vejo esse fenômeno como uma busca pela verdade onde algumas pessoas tem convicção do que dizem e outras pessoas falando sobre algo que ainda não foi compreendido.
Joel, concordo com vc, mas não acho que o documentário deixou de abordar isso. Nos últimos 15 minutos existem 2 comentários muito fortes a respeito. O chefe da monetização de Facebook, o criador do gmail e do like dizem que as empresas funcionam como empresas, visando o lucro, mas o tipo de manipulação de quem deveria em tese regular que é o real problema. A pressão vem no sentido das empresas criarem uma "consciência" que nem os governantes tem.
O problema é q as pessoas só usam a internet em meio passivo,com redes sociais por exemplo, tem praticamente tudo na net, como grandes áreas de estudos porém ninguém usa, e eu sou um cara q tô tentando mudar um pouco.
Muito bom o complemento ao documentário, somos nós que precisamos pensar nosso modo de estar no debate público...para contribuir pensei que o uso generalizado do WhatsApp é algo do Brasil (da Índia...). Então é um app que não é tão utilizado em outros países...
na minha opinião, o wpp só fecha a bolha e potencializa o fanatismo, mas o processo de radicalização se deve, principalmente, pelos algoritmos das outras redes que recomendam conteúdos cada vez radicais, a fim de manter o usuário online.
Joel não sou de esquerda como vc..kkkkkk.. mas admiro vc por coerência... parabéns
Achei muito interessante a reflexão, mas uma coisa que eu fiquei pensado. Até que ponto não existe um algoritmo pra te viciar no wpp? Porque há muito tempo temos em todos os celulares a possibilidade de mandar mensagem para pessoas. O que mudou das mensagens para o wpp será que não foi programado para viciar mais também?
tenho que reconhecer que a humanidade está muito longe para merecer o uso da tecnologia e esses problemas que estamos lidando atualmente é sinal disso, por vezes até seria ético dizer que o aperfeiçoamento das redes sociais por conta da tecnologia da internet e todos os seu males era previsível tendo visto nosso estímulo humano de viver, pq duvidaria muito esses problemas todos existirem antes desse avanço quando a comunicação era por telefone ou carta
Boa interpretação e ponto de vista.
Temos que conviver com fatos da natureza humana que não temos como evitar.
Parece que o documentário sugeriu como solução a adoção de uma internet da chinesa (PCC).
Sobre o WhatsApp, nele é coletado seus contatos e dados de conversa para te entregar conteúdo direcionado no Facebook e Instagram.
Excelente reflexão e análise! 👏