Como sempre, ótimo conteúdo! A repetição/memorização é a chave para uma boa performance. Ganhamos segurança, precisão e confiança na execução. Existe algum estudo voltado para improvisação? Isto é, tocar algo desconhecido com precisão, segurança e interpretação? Caso contrário correrei o risco de tocar sempre as frases decoradas, os mesmos licks... Ctrl + C Ctrl + V . Gostaria de tocar o que música pede ou sugere naquele momento. Não apenas tocar as frases decoradas exaustivamente. Confesso que o estudo exaustivo de frases não me estimula... algumas frases simplesmente vão embora após algum tempo. Parece que o esforço em decorá-las não valeu a pena. Desde já, grato!
Fala, Ítalo! Obrigado pelo comentário! É uma pergunta muito boa! Na verdade, existe uma confusão sobre o que é improvisação. E sempre ofereço aos meus alunos as respostas necessárias na comparação com a linguagem verbal. Vou fazer algumas analogias aqui... Imagine-se numa peça de teatro (situação A), o texto todo memorizado, sem possibilidades de alteração, ou seja, você tem na memória o que precisa ser dito. Agora imagine-se numa situação de conversa num idioma que você não domina (situação B), nesse caso você não só não sabe o que terá que dizer ao longo da conversa (dada a imprevisibilidade do que o seu interlocutor dirá), como também não sabe se saberá fazê-lo, pelo fato de não dominar o idioma. Vejo as pessoas tentando encontrar uma saída para a questão da improvisação através das situações A e B, tocando frases memorizadas ou se permitindo execuções bastante insuficientes para aquela situação musical, às vezes por falta de outras informações. Mas a real situação de improvisação, na minha opinião, é como o diálogo num encontro casual no nosso dia a dia (situação C): o idioma não é um problema, o assunto também não será algo fora da realidade das duas pessoas. E nesse caso, portanto, você, apesar de não ter ideia do que terá que dizer ao longo da conversa, o fará sem problemas. Lembre-se também que na situação C costumamos ser bastante naturais, não nos sentimos pressionados ou com a necessidade de impressionar o interlocutor, e em situações assim as boas ideias aparecem, mas sempre respeitamos nossa experiência prévia. Bom, isso tudo pode parecer muito teórico, mas confesso que nada está tão próximo da prática da improvisação quanto essas ideias. Pra não deixar de responder sua pergunta, o estudo voltado para improvisação é trabalhar com aquilo que tem na mão, ou seja, aquilo que você domina, não as frases prontas, mas frases que você pode criar com as frases e palavras prontas que já aprendeu, não existe linguagem sem material previamente concebido. Isso não significa que precisamos ficar repetindo ideias ou permutando ideias prontas. Não vou conseguir me extender por aqui, até por conta das limitações do contexto. Mas espero ter ajudado de alguma forma com essa resposta. Abraço!
@@CanaldoScaranelo Obrigado, pela excelente resposta e o interesse em ajudar. Estou experimentando uma maneira (musical/divertida) de estudar improvisação, pensando sempre em desenvolver a fluência e a coerência (início, meio e fim). Percebi que no meu caso, o estudo da rítmica (motivos/respostas/acentuações) e a precisão na palhetada são fundamentais para "materializar em som as ideias que rondam os meus pensamentos". Gosto muito da dinâmica rítmica e melódica dos grooves. Estou tentando adaptar esses elementos ao meu fraseado. Mais uma vez, muitíssimo obrigado.
Boa professor
Muito bom Gustavo, a gestão do aprendizado no mais alto grau.
Valeu, meu amigo!
Como sempre, ótimo conteúdo! A repetição/memorização é a chave para uma boa performance. Ganhamos segurança, precisão e confiança na execução. Existe algum estudo voltado para improvisação? Isto é, tocar algo desconhecido com precisão, segurança e interpretação? Caso contrário correrei o risco de tocar sempre as frases decoradas, os mesmos licks... Ctrl + C Ctrl + V . Gostaria de tocar o que música pede ou sugere naquele momento. Não apenas tocar as frases decoradas exaustivamente. Confesso que o estudo exaustivo de frases não me estimula... algumas frases simplesmente vão embora após algum tempo. Parece que o esforço em decorá-las não valeu a pena. Desde já, grato!
Fala, Ítalo! Obrigado pelo comentário! É uma pergunta muito boa! Na verdade, existe uma confusão sobre o que é improvisação. E sempre ofereço aos meus alunos as respostas necessárias na comparação com a linguagem verbal. Vou fazer algumas analogias aqui... Imagine-se numa peça de teatro (situação A), o texto todo memorizado, sem possibilidades de alteração, ou seja, você tem na memória o que precisa ser dito. Agora imagine-se numa situação de conversa num idioma que você não domina (situação B), nesse caso você não só não sabe o que terá que dizer ao longo da conversa (dada a imprevisibilidade do que o seu interlocutor dirá), como também não sabe se saberá fazê-lo, pelo fato de não dominar o idioma. Vejo as pessoas tentando encontrar uma saída para a questão da improvisação através das situações A e B, tocando frases memorizadas ou se permitindo execuções bastante insuficientes para aquela situação musical, às vezes por falta de outras informações. Mas a real situação de improvisação, na minha opinião, é como o diálogo num encontro casual no nosso dia a dia (situação C): o idioma não é um problema, o assunto também não será algo fora da realidade das duas pessoas. E nesse caso, portanto, você, apesar de não ter ideia do que terá que dizer ao longo da conversa, o fará sem problemas. Lembre-se também que na situação C costumamos ser bastante naturais, não nos sentimos pressionados ou com a necessidade de impressionar o interlocutor, e em situações assim as boas ideias aparecem, mas sempre respeitamos nossa experiência prévia. Bom, isso tudo pode parecer muito teórico, mas confesso que nada está tão próximo da prática da improvisação quanto essas ideias. Pra não deixar de responder sua pergunta, o estudo voltado para improvisação é trabalhar com aquilo que tem na mão, ou seja, aquilo que você domina, não as frases prontas, mas frases que você pode criar com as frases e palavras prontas que já aprendeu, não existe linguagem sem material previamente concebido. Isso não significa que precisamos ficar repetindo ideias ou permutando ideias prontas. Não vou conseguir me extender por aqui, até por conta das limitações do contexto. Mas espero ter ajudado de alguma forma com essa resposta. Abraço!
@@CanaldoScaranelo Obrigado, pela excelente resposta e o interesse em ajudar. Estou experimentando uma maneira (musical/divertida) de estudar improvisação, pensando sempre em desenvolver a fluência e a coerência (início, meio e fim). Percebi que no meu caso, o estudo da rítmica (motivos/respostas/acentuações) e a precisão na palhetada são fundamentais para "materializar em som as ideias que rondam os meus pensamentos". Gosto muito da dinâmica rítmica e melódica dos grooves. Estou tentando adaptar esses elementos ao meu fraseado. Mais uma vez, muitíssimo obrigado.