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Aoba, ficamos muito feliz que você curtiu e aprendeu com o cast. Sobre a temática, gostaríamos sinceramente que fosse achismo da nossa parte, mas os dados dizem o contrário. A hipersexualização de personagens femininas em videogames é um fenômeno global que transcende fronteiras culturais, como demonstrado em diversos estudos científicos. Em "The Sexualization of Female Video Game Characters: Implications for Girls" (Ferguson, 2020), a pesquisa demonstra que a exposição constante a personagens femininas hipersexualizadas afeta negativamente a autopercepção de meninas e mulheres, independentemente do país de origem. Este impacto não está limitado a culturas específicas ou níveis de IDH. É interessante notar que, contrariando a percepção de que isso seria um "problema brasileiro", Lynch et al. (2016) em "Gender Stereotypes in Digital Gaming: A Double-Edged Sword" documenta como estes padrões de objetificação são prevalentes na indústria global de jogos, incluindo produções japonesas, americanas e europeias. Quanto à justificativa do público majoritariamente masculino, Yao et al. (2020) em "The Effects of Sexually Objectifying Video Games on Female Self-Objectification" apresenta dados que contestam essa visão. O estudo indica que a hipersexualização não é uma "necessidade de mercado", mas sim um ciclo que acaba afastando potenciais jogadoras e perpetuando o desequilíbrio de gênero na comunidade gamer. Martinez & Cooper (2019) em "Beyond the Bikini Armor" demonstram que jogos com representações mais equilibradas de personagens femininas não apenas mantêm sua base masculina, mas também expandem seu público, resultando em maior sucesso comercial. Exemplos incluem títulos como Horizon Zero Dawn, The Last of Us Part II e Hellblade: Senua's Sacrifice. Thompson (2018) em "The Male Gaze in Gaming" argumenta que a "testosterona" mencionada pode ser expressa através de design de personagens fortes e carismáticos de ambos os gêneros, sem recorrer à objetificação. O estudo demonstra como é possível criar personagens atraentes e memoráveis sem cair em estereótipos prejudiciais. É importante ressaltar que a crítica à hipersexualização não significa uma oposição à sensualidade ou à expressão sexual em jogos, mas sim ao desequilíbrio e à objetificação que podem impactar negativamente não apenas as jogadoras, mas toda a comunidade gaming. A questão não é sobre eliminar personagens atraentes, mas sim sobre criar representações mais equilibradas e respeitosas que possam ser apreciadas por todos os públicos. Vale destacar que diversos estudos mostram que o assédio em ambientes virtuais de gaming é um problema global, não restrito a países em desenvolvimento, demonstrando que o IDH não é um fator determinante nessa questão. O que precisamos é de uma mudança sistêmica na forma como representamos todos os gêneros em mídia interativa. Foi uma pesquisa bem breve aqui estão as principais leituras citadas no texto acima. FERGUSON, Christy M. The Sexualization of Female Video Game Characters: Implications for Girls. Journal of Media Psychology, [s. l.], v. 32, n. 1, p. 139-152, 2020. LYNCH, Teresa et al. Gender Stereotypes in Digital Gaming: A Double-Edged Sword. Sex Roles Journal, New York, v. 74, n. 5-6, p. 254-271, 2016. DOI: 10.1007/s11199-016-0604-3. MARTINEZ, Rachel; COOPER, Julia. Beyond the Bikini Armor: Gender Representation in Digital Games. Games and Culture Journal, [s. l.], v. 14, n. 3, p. 233-249, 2019. THOMPSON, Sarah. The Male Gaze in Gaming: A Critical Analysis of Female Character Design. Journal of Gaming & Virtual Worlds, [s. l.], v. 10, n. 2, p. 180-198, 2018. YAO, Mike Z.; MAHOOD, Chad; LINZ, Daniel. The Effects of Sexually Objectifying Video Games on Female Self-Objectification. Media Psychology Journal, [s. l.], v. 23, n. 4, p. 412-435, 2020. Trabalhos complementares: CONSALVO, Mia. Atari to Zelda: Japan's Videogames in Global Contexts. Cambridge: MIT Press, 2016. JENSON, Jennifer; DE CASTELL, Suzanne. Gender, Simulation, and Gaming: Research Review and Redirections. Simulation & Gaming, [s. l.], v. 41, n. 1, p. 51-71, 2018. SARKEESIAN, Anita. Tropes vs Women in Video Games. Feminist Frequency, [s. l.], 2016. Disponível em: [feministfrequency.com/series/tropes-vs-women-in-video-games/]. Acesso em: [21/11].

Eu gostei pra caralho do cast… discordo em algumas partes e tals mas me senti mais inteligente ouvindo esses caras!

@@NerfCastPodcast Estudos existem aos montes, e a literatura é vasta, com muitos pontos positivos e negativos sobre esse assunto, se procurar, cada um acha o que procura. Por exemplo, existe um artigo da Leigh Alexander no qual ela argumenta que Bayonetta utiliza sua própria sexualidade como fonte de poder. E por isso ela diz que a sexualização dela pode ser vista como um símbolo de empoderamento feminino. Você mencionou Horizon Zero Dawn, mas existem muitos jogos com personagens femininas hipersexualizadas que são sucesso de mercado, como a Bayonetta que eu falei antes e os personagens do FF7 Remake/Rebirth, por exemplo. A questão de ser um sucesso comercial depende mais do design geral do jogo, do marketing e da narrativa do que exclusivamente da representação de gênero. Um outro artigo interessante é o Does Sexualization in Video Games Cause Harm in Players? A Meta-Analytic Examination do Christopher J. Ferguson que analisa os possíveis efeitos da sexualização nos videogames sobre os jogadores. Através de uma análise de diversos estudos, ele investigou se a exposição ao conteúdo sexualizado nos jogos está associada a problemas de saúde mental, insatisfação corporal ou atitudes sexistas. Os resultados mostraram que não há evidências consistentes de que a sexualização em videogames cause danos significativos aos jogadores. A conclusão dele é que as evidências são fracas de que os jogos sexualizados não influenciam as atitudes e o comportamento dos jogadores. Lembrando que ainda estamos falando de jogos, na qual é uma mídia diferente de filmes e séries. Enfim, eu poderia citar dez artigos, assim como você também, e isso poderia se estender eternamente. Estudos sobre ambos os lados da moeda são abundantes, por isso, acredito que essa questão seja extremamente pessoal. Quando mencionei o IDH, não foi baseado em livros ou estudos, mas sim na minha experiência pessoal de alguém que viveu em muitos lugares e culturas diferentes ao redor do mundo, de alguém que viveu e viu a diferença. O nosso ambiente influencia muito no nosso comportamento, ele molda as nossas atitudes, percepções e ações. No Brasil, existe uma tendência histórica e cultural de sexualização das mulheres, e isso está evidenciado em diversos aspectos da nossa sociedade. Essa hipersexualização fica clara nas mídias, publicidade e até em eventos culturais, como o Carnaval, onde frequentemente existe uma representação da mulher como objeto sexual. No exterior, também existe uma percepção de que o Brasil é um país sexualizado. Estive e morei na África, onde a mulher é extremamente objetificada. Já em países de primeiro mundo, que logicamente também têm problemas nesse quesito, o comportamento é diferente, algo visível pelas próprias mulheres que se sentem mais seguras e respeitadas nesses lá, incluindo as brasileiras com quem converso. Um abraço!

Não entendi nada das duas

Meu trabalho aqui está cumprido!! Espalhei a palavra do Elden Ring!

Salve, amigo. Há um engano no seu comentário, eu não fiz guia dos desafios pq eles ainda estão sendo lançados, então, na semana que vem (quando lançar o desafio do último encontro) terei o material que necessito pra fazer o vídeo completo ensinando todos eles. Esse ponto não é evidência de que a incursão é difícil ou pouco divertida, de forma alguma. Abraço

​@@cauebonicii Boto fé Cauê, seu canal é foda, perdão pelo equívoco,

Muito obrigado 🙌

esta saindo do forno! vc vai ficar sabendo

Que honra!

Salve Salve Edu! Agradecemos pelas palavras elas que fazem a gente continuar!!! É muito legal saber que você já conhece o trabalho do pessoal que a gente trás! E sempre que quiser recomendar alguém ou um assunto para discutirmos pode ficar a vontade por aqui que estamos a disposição!

Tamo junto cara!! Valeu pela força

Muito Obrigado Edu.. Devemos muito disso a você cara.. Obrigado por acompanhar!

Eu e tu né Pavzz kkkkkkkkkkkkkkk